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Bravo Team: Vale a Pena?

Infelizmente, a Supermassive Games, que já acertou tanto com Until Dawn Rush of Blood e The Inpatient, pecou em alguns aspectos importantes.

por Thiago Barros
Bravo Team: Vale a Pena?

Bravo Team tinha tudo para ser um dos melhores jogos dessa curta história do PlayStation VR até hoje. Pense só: um FPS, pensando no controle VR Aim, cooperativo e com promessa de jogabilidade tática. Só que, infelizmente, a Supermassive Games, que já acertou tanto com Until Dawn Rush of Blood e The Inpatient, pecou em alguns aspectos importantes no seu novo produto para os óculos de realidade virtual da Sony.

A movimentação, por exemplo. Já sabíamos que seria de “teleporte” pelos testes feitos na E3, mas poderia pelo menos haver a opção de se movimentar de forma mais livre, como há em games como Skyrim VR e Doom VFR. O gameplay é outro ponto “curioso”. Não é ruim, mas não chega a ser satisfatório como o do “game exemplo” de como usar o VR Aim, que é Farpoint.

De qualquer forma, se você tem um PlayStation VR e um VR Aim, é uma experiência que pode agradar. Especialmente se tiver um amigo para jogar (online) com você. A grande graça do Bravo Team é o jogo cooperativo. Confira abaixo o review completo do Meu PS4 sobre o game e decida se vale a pena para os seus investimentos comprar essa nova aposta do PSVR.

Movimentação travada

O jogador é parte de um grupo de elite de soldados dos Estados Unidos, chamado Bravo Team. O game começa com o esquadrão escoltando uma presidente de um país europeu por uma ponte. Ao que tudo indica, eles tiveram sucesso na missão de protegê-la e levá-la de volta para um ponto estabelecido. Porém, do nada, um ataque ao comboio faz com que ela seja sequestrada e muitos soldados acabem mortos.

Bravo Team

Restam você e um companheiro – que pode ser de inteligência artificial, a popular máquina, um amigo ou então um desconhecido pela Internet. O jogo é, sempre, com dois soldados. E o objetivo é simples: derrotar ordas de soldados que vêm na sua direção. Nessa primeira missão, é preciso ir limpando os inimigos e abrindo caminho na ponte até conseguir sair dela e tentar ir atrás da presidente.

Para isso, você deve ficar atrás de algum cover – nesse caso, os principais locais para se esconder são carros – e usar sua arma para atirar em quem conseguir mirar. Da sua posição, caso consiga ver outra cobertura melhor, pode mirar nela e apertar o X para se locomover – o que é feito de maneira um pouco “esquisita”, com a câmera alternando para terceira pessoa e seu personagem correndo.

Isso é um dos pontos que incomodam um pouco no gameplay. Primeiro porque a variação de câmeras é meio brusca, e você nunca sabe o que vai acontecer quando entra/sai do cover. Depois, porque tira a liberdade de fazer o que se quer, de fato. E ainda porque muitas vezes, dependendo de onde você se esconde, não há muitas opções de seguir em frente, e aí é preciso ir para o lado ou para trás, mesmo sem querer.

Mas há também um ponto positivo. O sistema é realmente, um cover, e seus movimentos são muito importantes. Atrás de um carro, por exemplo, você pode abaixar mais a cabeça para evitar que um inimigo te veja. Dar aquela olhadinha de lado. E há ainda um botão que serve para levantar o personagem – o que faz com que ele tenha uma mira bem mais ampla, porém também seja um alvo mais fácil dos inimigos.

Arcade

Só que a troca de tiros não faz com que você se sinta em um combate tático como um Rainbow Six: Siege, por exemplo. Se você espera algo assim, fica a dica: aguarde o lançamento de Firewall Zero Hour, que é um multiplayer competitivo justamente com essa proposta. Bravo Team não. É uma experiência no estilo arcade. Tipo Time Crisis, das antigas, sabe?

Bravo Team

E consegue divertir até certo ponto. Mas só se você não se ligar em alguns detalhes, como por exemplo, a variedade de armas. São só quatro – e não dá para sentir muito realismo em nenhuma delas. Até é legal dar uns tiros com escopeta e matar rapidamente os inimigos, ou usar uma sniper para atirar à longa distância, mas não é alto que você realmente sinta, como em Farpoint, por exemplo. Dúvida importante, aliás: cadê as granadas?

Sem contar que os combates, em certos aspectos, não parecem muito reais. Inimigos surgem do nada, é preciso, as vezes, dar muito tiros para matar um deles, e o alcance de algumas armas não parece o correto. O level design é bacana, porque permite diversas variações de abordagem, porém no final da história, você acaba fazendo sempre a mesma coisa, com as mesmas armas.

Especialmente se, como a maioria deve fazer, jogar com um companheiro controlado pela máquina. Tudo fica um pouco previsível e repetitivo. Caso você tenha um amigo com o VR e o Bravo Team, a história muda um pouco, porque tem a diversão de vocês se comunicando e, claro, o nível de desafio ficará maior. No caso de um de vocês morrer, por exemplo.

Se você está com um aliado controlado pela IA do jogo, ele para o que está fazendo e vai lá te reanimar. Normalmente, consegue fazê-lo com facilidade mesmo nos níveis mais coplicados do game. Agora, caso esteja com um amigo humano, isso não será tão fácil. É preciso ter bastante comunicação e usar, a todo o tempo, a estratégia para superar os níveis.

Tudo em PT-BR

Um ponto bacana para o público brasileiro é que Bravo Team é localizado, com dublagem e legendas em português, o que ajuda ainda na imersão do título, que já é ótima. Pense só: se é bacana jogar um FPS tradicional com amigos, imagine com o VR e o VR Aim, se comunicando, estando “dentro do jogo”, com uma arma na mão e ouvindo diálogos e instruções em português?

Só é de se lamentar que o game não tenha alcançado a expectativa. Não é que Bravo Team seja um jogo tão ruim, mas também não é uma experiência memorável. É só um jogo medíocre, que tem sua diversão potencializada quando se encontra uma pessoa para jogar junto. Para gamers casuais com o óculos da Sony, pode até valer a pena, mas fora isso…

Seu visual é OK, apesar de as cores serem meio “desbotadas”, sem impressionar tanto, e sua jogabilidade é razoável, apesar de bugs e da movimentação travada. O áudio também fica ali na média, porque se por um lado é em português, d’outro tem pouquíssimas falas, trilha sonora não existe e a sonoridade dos movimentos, tiros e do combate em geral também não chama a atenção.1

Pelo menos, é um jogo que não tem o “preço cheio” de lançamento. Ele sai por R$ 149,90 na PlayStation Store brasileira e por US$ 39,99 na americana. Ainda assim, é bom, pelo menos “Esperar uma promoção”. Isso se você tem um VR Aim Controller. Caso não possua e não esteja planejando comprar um, aí ele passa a ser totalmente “Descartável”.

Afinal, a concorrência na biblioteca do PlayStation VR é grande. Caso você queira investir um FPS de realidade virtual, existem muitas outras opções que estão à frente de Bravo Team no momento. E para todos os gostos. O mais completo, Farpoint. O mais violento, Doom VFR. O mais divertido, Until Dawn Rush of Blood. O mais inovador, Superhot VR. Além dos assustadores The Brookhaven Experiment e Arizona Sunshine.

Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.