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Mouse: P.I. For Hire dá vida às clássicas animações com violência e muito sarcasmo

Exibição no Summer Game Fest nos permitiu conhecer as principais mecânicas de jogo e sua proposta

por André Custodio
Mouse: P.I. For Hire dá vida às clássicas animações com violência e muito sarcasmo

Imagine um mundo onde o charme das animações em preto e branco dos anos 1930 encontra a adrenalina de um shooter em primeira pessoa, temperado com uma dose generosa de humor sarcástico e violência cartunesca.

Essa é a proposta de Mouse: P.I. For Hire, um título que transforma uma ideia aparentemente absurda em uma experiência que rouba a cena. Durante o Summer Game Fest, tivemos a chance de conferir uma demonstração hands-off do jogo, conduzida pelos desenvolvedores da Fumi Games.

E o que vimos foi uma mistura cativante de nostalgia, ação frenética e narrativa noir que não economiza em mistério e suspense. Com lançamento previsto para 2025, o jogo promete ser uma das surpresas mais originais do ano.

Um detetive durão em um mundo de borracha

Mouse: P.I. For Hire coloca você na pele de Jack Pepper, um ex-herói de guerra transformado em detetive particular, dublado pelo lendário Troy Baker (The Last of Us), cuja voz dá vida a um protagonista cínico, mas carismático.

A trama se desenrola em Mouseburg, uma cidade fictícia dos anos 1930 infestada por corrupção e conspirações. Inspirado por obras de Raymond Chandler e pelo clima noir dos filmes da época, o jogo mergulha em temas pesados, como a ascensão do fascismo e tensões sociais, mas equilibra tudo com um humor debochado e a lógica exagerada dos desenhos animados clássicos.

Na DEMO apresentada, seguimos Jack em uma missão no início do jogo, ambientada em um teatro de ópera. A tarefa? Encontrar pistas sobre o desaparecimento de um velho amigo, um mágico envolvido em um caso maior.

Mouse: P.I. For Hire
Fonte: PlaySide

A narrativa é densa, com diálogos que misturam sarcasmo e referências históricas, enquanto a direção de arte reforça o clima com visuais monocromáticos, filtros de granulação e animações no estilo “rubber hose”.

Cada personagem, desenhado à mão, transmite muita personalidade e carisma, com movimentos elásticos que lembram os cartoons de Betty Boop ou Mickey Mouse em seus primórdios.

Gameplay com tiroteios, investigação e plataformas

O que torna Mouse: P.I. For Hire especial é como ele combina elementos de um FPS clássico com mecânicas de detetive. Na demonstração, Jack precisava entrar no teatro, mas a porta principal estava bloqueada. As opções? Subornar um cozinheiro com uma moeda ou se esgueirar pelos dutos de ventilação.

Escolhemos os dutos, o que levou a momentos de exploração, com Jack usando uma lanterna para evitar armadilhas, como um buraco secreto. Essa liberdade de escolha dá profundidade ao gameplay, permitindo que os jogadores abordem os objetivos de maneiras diferentes e criativas.

A ação, quando chega, é completamente maluca e rápida. Armado com um arsenal que inclui pistola, espingarda e uma Tommy Gun, Jack enfrenta capangas em tiroteios que lembram os “boomer shooters” como DOOM ou Bioshock.

Mouse: P.I. For Hire
Fonte: PlaySide

A roda de armas, no melhor estilo dos anos 90, facilita a troca entre elas, e cada uma tem animações cartunescas que chamam muita atenção — como Jack usando sua cauda para recarregar ou abrir cofres.

Há até uma arma de terebintina que derrete inimigos, brincando com a ideia de que todos são, afinal, personagens de animação. A violência, exagerada e cheia de humor, reforça o tom irreverente do jogo e funciona como uma aventura metalinguística.

Mundo vivo e cheio de segredos em Mouse: PI For Hire

Os níveis de Mouse: P.I. For Hire são projetados para serem revisitados, com segredos e colecionáveis que incentivam a exploração e aumentam o fator replay. Na DEMO, encontramos um jornal (Mouseburg Herald) com manchetes que expandem a lore do jogo e uma carta de beisebol (de “Brie Ruth”, um trocadilho com Babe Ruth) que desbloqueia um minijogo no hub central.

Esses detalhes mostram o cuidado da Fumi Games em criar um mundo imersivo, onde cada canto esconde algo para descobrir. A mecânica de fotografia, por exemplo, que permite tirar fotos para coletar pistas, adiciona um toque de investigação que vai além do tiroteio, conectando os jogadores à conspiração.

A apresentação também revelou um sistema de movimentação ágil, com ganchos de cauda (ainda não disponíveis na missão exibida) e pulos duplos que prometem tornar os níveis mais dinâmicos. Áreas secretas, acessíveis apenas com habilidades desbloqueadas posteriormente, incentivam o retorno aos mapas e fazem referência aos clássicos de plataformas.

Visual e som que transportam para os anos 1930

A direção de arte é, sem dúvida, o maior destaque de Mouse: P.I. For Hire. A combinação de personagens 2D desenhados à mão com cenários 3D cria um contraste visual impressionante, reforçado por efeitos como contornos saltitantes e objetos que “piscam” para indicar interação.

A dublagem de Troy Baker eleva o jogo a outro nível. Sua entrega como Jack Pepper mistura o tom cansado de um detetive noir com o humor necessário para o absurdo cartunesco. NPCs também são dublados, e suas falas, cheias de gírias da época, ajudam a vender a tensão da trama — especialmente em momentos como a tentativa de impedir um assassinato político no teatro.

Mouse: P.I. For Hire
Fonte: PlaySide

Mouse: P.I. For Hire é mais do que um shooter com estética retrô. Ele equilibra uma narrativa madura, que aborda temas históricos complexos, com a leveza de um cartoon violento e cheio de trocadilhos.

A DEMO no Summer Game Fest mostrou um jogo que não tem medo de ousar, misturando ação, investigação e um visual que é um deleite para os olhos. Com a promessa de níveis repletos de segredos, escolhas que impactam a experiência e um protagonista carismático, este é um título para ficar no radar.

Quando chegar ao PlayStation, PC, Xbox e Nintendo Switch neste ano, Mouse: P.I. For Hire tem tudo para ser lembrado como um dos jogos mais criativos da sua geração.