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Conheça os jogos da PlayStation Plus de setembro de 2017

Um pouco de polêmica para apimentar este começo de mês.

por Hugo Bastos
Conheça os jogos da PlayStation Plus de setembro de 2017

Ah, o caos. Aquela bela figura abstrata que rege todas as nossas vidas, e dá sentido à existência do universo. E, ao que tudo indica, a Sony tem a impressão que o universo precisa de um pouco mais de caos. Não há outra explicação para o anúncio (ou anúncios) dos jogos da PlayStation Plus de setembro.

Após a confusão causada mês passado, com jogos distintos oferecidos em regiões distintas, mas sendo liberados para todas elas, Just Cause 3 seria disponibilizado este mês para a América Latina. Não ficou claro se este seria disponibilizado em adição a um futuro line-up, ou se estaria inserido nele.

Depois, no anúncio oficial, foram disponibilizados jogos que, após uma atualização, foram modificados. Interessante notar, também, que a Plus US seguiu este mesmo caminho, e disponibilizará Strike Vector Ex para seus assinantes (apesar de não constar em um anúncio oficial). E para completar, até a lista da PS EU será distinta, com Child of Light.

Para melhorar ainda mais, aqueles que possuem um PSVR e assinaturas da PS Plus na PSN EU/US/CAN poderão desfrutar de RIGS: Mechanized Combat League. E ainda há outras benesses. Você pode conferir nossas breves análises de Just Cause e Strike Vector Ex neste artigo. Mas chega de conversa. Vamos conhecer os jogos da Plus de setembro.

inFAMOUS: Second Son (PS4)

Uma das perguntas que os jogadores se fizeram bastante, quando Second Son foi anunciado, é se a franquia sobreviveria sem o “carismático” Cole MacGrath. Ele era, em sua essência, quase um Homem-Aranha: um ser humano normal, agora com super poderes, em uma cidade tomada pela violência e caos urbano, tendo que tomar decisões quase sempre moralmente ambíguas.

Delsin Rowe abraça o manto com sucesso, e conduz o novo título da Sucker Punch com maestria. E se você se interessar neste, saiba que sua contraparte, inFamous: First Light, já fora lançado como jogo gratuito da PSPlus há algum tempo. Recomendável joga-lo também, para maior imersão na história.

Em inFAMOUS: Second Son, o jogador encarna um jovem problemático rebelde, que se vê envolvido nas atividades do violento DUP – Departamento de Proteção Unificada, criada especificamente para caçar e prender conduítes – agora chamados de bioterroristas. Tudo devido aos acontecimentos de New Marais (inFAMOUS 2).

O jogo tem uma jogabilidade refinada. As escolhas morais continuam as mesmas, bem como o sistema de karma. Os poderes, agora, são mais variados, e a cidade de Seattle é muito mais viva e brilhante para explorar. No entanto, o gameplay ainda é um pouco repetitivo, especialmente se o jogador quiser conquistar seu troféu de platina.

A dublagem do jogo é muito boa (não chega a se comparar com The Last of Us, mas não é também um Killzone 3). E graficamente falando, é espetacular (detalhes para o pôr do sol em cima da torre mais alta da cidade – mas ainda não chega ao nível de T.L.o.U.).

  • Nota – Agregador Metacritic: 80 (Baseado em 90 análises – Análise Meu PS4);
  • Platina: Sim
  • Localizado: Sim
  • VEREDITO: Poderes mais variados, uma localidade muito maior para explorar, mas mantendo a mesma jogabilidade que fez inFamous um jogo tão notável. Se você gostou dos outros, certamente gostará desse. Apesar de um tanto repetitivo após algum tempo, é uma excelente pedida.

RIGS: MECHANIZED COMBAT LEAGUE (PSVR – EU/US/CAN)

O primeiro jogo gratuito do PSVR. RIGS: MCL é considerado, mesmo após um ano do seu lançamento, uma das melhores experiências em realidade virtual. Um jogo viciante e divertido, que tem como um fator contrário o fato de, em certos momentos, causar enjoo demasiado aos jogadores. Nada que uma pausa não venha a resolver.

Batalhas em robôs gigantes. Nada soa mais “realidade virtual” que isso. RIGS coloca o jogador na pele de pilotos de mechas gigantes, lutando contra outros em arenas amplas. A variedade de modos de jogo pode não ser substancial, mas as configurações das arenas não deixam a desejar.

Os gráficos são polidos, e a sonoridade do jogo agrada bastante. No entanto, dada a sua temática, alguns jogadores podem não se sentir confortáveis após sessões mais prolongadas. Os controles poderiam ser mais responsivos, e a parte online ainda está despovoada. Mas esta é mais uma questão de disseminação do equipamento.

  • Nota – Agregador Metacritic: 78 (Baseado em 45 análises);
  • Platina: Sim
  • Localizado: Não
  • VEREDITO: Uma excelente porta de entrada ao mundo da realidade virtual no console da Sony. Apesar de se identificarem alguns percalços, estes podem ser facilmente ignorados e/ou contornados. Vale a pena dar uma chance a este jogo.

CHILD OF LIGHT (PS4 – EUROPA)

Um dos maiores trunfos de Child of Light é que tudo nele é bem feito e se encaixa com maestria. Os gráficos são belíssimos, com ênfase aos efeitos de luz, sombra, passagem do tempo, etc. A jogabilidade é simples e convidativa. A narrativa é contada em forma de poesia, e o título é totalmente localizado, com uma gramática impecável.

E a trilha sonora. Algo que toca profundamente a alma.

O jogador controla a princesa Aurora. Herdeira do trono da Áustria, acaba levada ao reino de Lemuria, após sua morte. Lá, com a ajuda de diversos seres, precisa liberar o Sol, a Lua e as Estrelas, e derrotar a Rainha da Noite, para retornar a seu mundo, e salvar seu pai, que está morrendo.

Apesar de ser um jogo do estilo RPG, Child of Light é deveras simples. Possui um sistema de evolução baseado em uma árvore de habilidades, e criação de gemas (chamadas Oculi) para fortalecer os personagens. Tudo no jogo é um convite para desbravar todos os seus segredos.

E para completar, o título conta com uma das trilhas sonoras mais marcantes. Não há como não se apaixonar.

  • Nota – Agregador Metacritic: 82 (Baseado em 46 análises – Análise Meu PS4);
  • Platina: Não
  • Localizado: Sim
  • VEREDITO: Um dos mais belos jogos já produzidos. Apesar da simplicidade na jogabilidade, Child of Light é profundo, e conta com uma admirável trilha sonora. Além disso, é um RPG com uma temática leve e simples o suficiente para crianças e adultos se divertirem. Total e completamente recomendado.

TRUCK RACER (PS3)

Corrida de caminhões pode não ser um esporte conhecido fora do Brasil, mas para nós é algo que não soa estranho. Quem nunca ouviu falar da famosa Formula Truck? Este é um daqueles jogos que tentam, de forma louvável, levar esta ideia ao mundo virtual. E verdade seja dita: com um pouco mais de polidez, certamente seria um ótimo jogo.

https://www.youtube.com/watch?v=ZDcamgcVpbk

Este é o mais próximo que teremos deste tipo de esporte no mundo virtual. Truck Racer possui um robusto modo carreira (com 48 provas em 10 localidades diferentes), e controles responsivos. Os caminhões vem em diferentes versões, e as pistas são relativamente variadas.

O que torna este jogo um tanto decepcionante são os gráficos bastante ultrapassados, e os bugs irritantes (é possível ficar preso nos caminhões adversários, dependendo do ângulo da batida). Além disso, a física do jogo não se comporta bem, e a sonoplastia parece ter sido elaborada de forma amadora.

Cita-se, por fim, a dificuldade insana de determinados desafios, e alguns jogadores podem simplesmente ignorar a existência deste jogo.

  • Nota – Agregador Metacritic: Nenhuma (Análises esparsas na internet denotam um jogo mediano);
  • Platina: Sim
  • Localizado: Não
  • VEREDITO: Assim como determinados jogos de esporte (como Rugby e, como visto abaixo, Handball), este será provavelmente um jogo para um público bastante específico. Felizmente, tem seu charme.

HANDBALL 2016 (PS3)

Outro jogo que prova que a BigBen Interactive gosta de promover jogos de gosto duvidoso. Uma tentativa de levar aos proprietários do console uma perspectiva em torno de um esporte pouco conhecido, e que possui um público bastante específico no mundo real. Lamentavelmente, um fracasso retumbante.

https://www.youtube.com/watch?v=VwMFn9AUTMM

Handball 16 traz (ou ao menos tenta) dar maior visibilidade ao esporte. O jogo traz os principais times e arenas, com modos de jogo em número suficiente para, teoricamente, entreter aqueles que buscam uma alternativa aos já conhecidos jogos de basquete/baseball/futebol.

No entanto, uma execução ruim das ideias afasta até mesmo aqueles que são árduos fãs do esporte. Gráficos que beiram o ridículo, movimentação deficiente e bugs incompreensíveis tornam este jogo um inferno para que se aventura por ele. E para complicar ainda mais as coisas, uma versão foi lançada para cada uma das plataformas.

Este é um daqueles jogos que, definitivamente, devem ser evitados a todo custo.

  • Nota – Agregador Metacritic: Nenhuma (Análises esparsas na Internet denotam um jogo horrível);
  • Platina: Sim
  • Localizado: Não
  • VEREDITO: Um jogo que agrega o que há de mais inimaginavelmente ruim em adjetivos. A não ser que seja um fã árduo do esporte, corra para as colinas.

WE ARE DOOMED (PS4/PSVITA)

Jogos ao estilo “twin-stick shooter” não são muito numerosos. Mas os que existem provam que o nicho é composto por títulos de qualidade. Exemplos como Resogun, Super Stardust Delta e Geometry Wars 3 são a prova viva disso. We are Doomed tenta seguir o mesmo caminho, mas fracassa por não oferecer conteúdo condizente com a proposta.

Atire em tudo que se mover na tela. Esta é a sua premissa básica e total. Com apenas dois modos (wave e endless), é possível que o jogador logo fique entediado. Buscar pelas maiores pontuações é divertido, por um tempo. Mas a falta de variedade é o que condena este jogo ao esquecimento.

Mesmo assim, é justo salientar que o audiovisual é estonteante, e nada deixa a desejar ao gênero, já tão consagrado. A variedade de inimigos é interessante, e seu comportamento errático dá sobrevida ao jogo. Os controles são preciso, o que é quase obrigatório, dada a perspectiva a qual We are Doomed se propõe.

  • Nota – Agregador Metacritic: 61 (Versão para PS4 / Baseado em 9 análises);
  • Platina: Não
  • Localizado: Sim
  • VEREDITO: Um belo jogo, mas com mecânicas já conhecidas, pouquíssima variedade e um salto desproporcional na dificuldade. We are Doomed será um daqueles a ser jogado com vontade, e esquecido com rapidez.

HATOFUL BOYFRIEND (PS4/PSVITA)

Mesmo para visual novels, este título se supera em sua proposta. Ingressando como única humana a ser aceita na prestigiada academia St. Pigeonation’s Institute, prepare-se para viver diversas aventuras na sua nova escola. Uma escola aberta apenas aos mais talentosos e exclusivos… pombos!

Sim, jogador. Você não leu errado. Em Hatoful Boyfriend (um joguete esperto com a tradução japonesa de “pombo), a personagem principal é uma humana, que foi aceita em uma prestigiada academia para pombos. Neste cenário, a gripe aviária evoluiu, e transformou os temíveis ratos voadores em seres conscientes.

A personagem principal se envolverá em diversas tarefas, atividades extracurriculares, em que cada escolha, por menor que seja, afetará o final e o fará estar em um dos 14 diferentes cenários do término do jogo. Alguns, diga-se de passagem, bastante sombrios.

Como um jogo ao estilo visual novel, os gráficos são compostos, em sua maioria, por imagens estáticas. Mas a narrativa é irreverente e divertida (para aqueles que conhecem o inglês). Certamente uma opção para poucos, mas que recompensa com momentos divertidos e irreverentes.

  • Nota – Agregador Metacritic: 72 (Baseado em 19 análises);
  • Platina: Não
  • Localizado: Não
  • VEREDITO: Um daqueles jogos para jogadores específicos. Excelente para se testar por curiosidade, e não largar mais por não conseguir. Apesar de feito para público específico, pode proporcionar diversão descompromissada a qualquer um que queria experimentar.

Mais conteúdo na Plus de setembro

Além de todos estes jogos, a Sony ainda tinha mais surpresas preparadas. Para começar, o título Dead by Daylight terá um “fim de semana gratuito” este mês, entre 15 e 18 de setembro. Para aqueles que se interessarem, o título estará com um desconto de 30% após esta data, por um tempo limitado.

Aqueles que jogam Neverwinter, jogo free-to-play de MMORPG, e são assinantes do serviço Plus, receberão o Neverwinter Plus Pack, que contém uma pantera como companheiro animal, um passe de tempo VIP (não especificado), e mais. O pacote estará disponível até 16 de outubro.

E um último lembrete. That’s You (saiba o que é nesta matéria) estará disponível somente até dia 24 de outubro (23, se você possui uma PSN US, e somente até o fim de setembro, para os assinantes da PSN EU). Então, se ainda não o baixou, esta é a hora.

E então, jogador? Satisfeito com o anúncio deste mês? Não? Compartilhe conosco sua ingratidão opinião, e não deixe de conferir também:

Hugo Bastos
Hugo Bastos
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Jogando agora: Nada no momento.
Hugo Bastos e revisor do Meu PS4, apreciador de uma boa comida, e de platinas difíceis. E viciado em Rogue Legacy, OlliOlli2, Dead Cells, e não dispensa uma boa noite de jogatina.