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Publisher volta atrás e diz que Six Days in Fallujah “é inseparável de política”

Victura contradiz declarações dadas pelo seu diretor-executivo, em fevereiro

por Vinícius Paráboa
Publisher volta atrás e diz que Six Days in Fallujah

Em fevereiro, o diretor-executivo da Victura, Peter Tamte, disse que Six Days in Fallujah não levantaria questões políticas. Entretanto, a publisher divulgou um comunicado na última segunda-feira (08), no qual contradiz o CEO: o jogo será “inseparável de política”.

Através do Twitter, a companhia esclareceu que em certas partes do game, o jogador assistirá a trechos de um documentário com militares e civis, onde eles opinam sobre a Guerra do Iraque. Em outras palavras, essas pessoas discutirão tópicos sensíveis, decisões políticas e mais. Confira o comunicado na íntegra:

Entendemos que os eventos recriados em Six Days in Fallujah são inseparáveis da política. Veja aqui como o jogo dá voz a uma variedade de perspectivas:

As histórias em Six Days in Fallujah são contadas através de gameplay e de gravações em documentário, onde militares e civis contam diversas experiências e opiniões sobre a Guerra do Iraque. Até agora, 26 civis iraquianos e dúzias de militares compartilharam os momentos mais difíceis de suas vidas conosco, para que possamos mostrá-los a vocês, nas palavras deles.

Os trechos do documentário discutem muitos tópicos sensíveis, incluindo os eventos e decisões políticas que culminaram nas batalhas de Faluja e no momento posterior à elas. Apesar de não permitirmos que os jogadores usem fósforo branco como arma no gameplay, seu uso é citado no documentário.

Durante o gameplay, os jogadores participarão de histórias onde o contexto é dado nos trechos do documentário. Cada missão desafia os jogadores a resolverem cenários reais civis e militares interativamente, oferecendo uma perspectiva da guerra urbana, que não é possível em outras mídias.

Acreditamos que as histórias dos sacrifícios dessa geração merecem ser contadas pela Marinha, soldados e civis que lá estiveram.

Estamos confiantes de que vocês acharão o jogo — e os eventos recriados — bastante complexos.

Posteriormente, Tamte enviou uma nota ao IGN dos EUA, para explicar seu posicionamento em fevereiro. Segundo ele, a Victura não está tentando explicar as razões políticas que levaram os norte-americanos e iraquianos à guerra, mas sim, contar histórias das pessoas envolvidas no conflito.

Qualquer um que faz um jogo sobre a Guerra do Iraque entende que os eventos são entrelaçados com política. O que dissemos é que não estamos tentando falar sobre como a guerra no Iraque começou. Ao invés disso, nós focamos nesta batalha, os eventos que levaram à ela, e queremos que as pessoas presentes em Faluja falem ao longo do jogo.

Em fevereiro, o executivo afirmou que o título não tentaria “fazer um comentário político sobre se a guerra foi uma boa ou má ideia” e que “não mexeria com as razões que levaram àquele conflito“. Os comentários viraram alvo de críticas, pois aparentemente, desviavam de um contexto importante para história. Na “Segunda Batalha de Faluja”, mais de 100 militares, 1.000 rebeldes e 800 civis perderam suas vidas.

Sobre Six Days in Fallujah

Six Days in Fallujah contará a história da “Segunda Batalha de Faluja”, que ocorreu entre novembro e dezembro de 2004, na Guerra do Iraque. A versão original do jogo foi anunciada em 2009, pela produtora Atomic Games e publisher Konami. Entretanto, veteranos de guerra e grupos antiguerra criticaram o game por reproduzir um evento muito recente na época. Por isso, a empresa japonesa deixou o projeto e o fez cair no esquecimento.

Eventualmente, Tamte, ex-diretor-executivo da Atomic, fundou a Victura, que trabalha como distribuidora na nova edição do título desde 2016. O desenvolvimento é responsabilidade da Highwire Games. Ainda não há data de lançamento prevista para o título, mas ele chegará a consoles não especificados e PC.