King of Meat mistura combate e criação de fases em um universo caótico, mas será que isso vai colar?
Misturando ação cooperativa, criação de fases e um mundo caótico cheio de monstros e neon, King of Meat quer conquistar os jogadores com irreverência e criatividade
Los Angeles – Durante o Summer Game Fest, tive a oportunidade de testar King of Meat, novo jogo da Glowmade com publicação da Amazon Games. A empresa ainda tenta se firmar como uma distribuidora relevante no mercado, e essa é mais uma tentativa de encontrar seu espaço com uma proposta irreverente.
Dá pra imaginar algo como Fall Guys com Roblox, mas com um toque de WrestleMania medieval. A ambientação mistura monstros, armadilhas e dragões com placas de neon, publicidade bizarra e uma estética que beira o nonsense. Tudo dentro de um mundo chamado Loregok, palco de um grande gameshow onde você é o competidor. Sim, é como se você fosse parte de um reality show de sobrevivência medieval.
A jogabilidade lembra um hack and slash básico com elementos de plataforma. Você enfrenta inimigos, pula obstáculos e tenta sobreviver até o final da fase. Tudo é muito caótico, principalmente jogando em grupo. E aí está o principal apelo do jogo: as situações inesperadas e o clima de bagunça coletiva.
Um narrador engraçado acompanha a partida e solta comentários e dicas. A personalização dos personagens é bem interessante. Dá para montar avatares insanos, o que combina com o tom geral da experiência.
Mas o foco da demo era mesmo o modo de criação de dungeons. Aqui o jogador pode montar suas próprias fases, posicionar armadilhas, criar caminhos e definir quando e onde os inimigos aparecem. O sistema é intuitivo, com bastante liberdade para quem gosta de montar fases e brincar com lógica básica.
E é aí que surge uma dúvida. Essa proposta criativa não funciona para todo mundo. Eu, por exemplo, prefiro jogar algo já feito pelos desenvolvedores, com começo, meio e fim pensados. Criar mapas nunca foi meu forte, e o jogo parece exigir que esse seja um dos principais motores da diversão.
Segundo o estúdio, o lançamento trará várias fases prontas e ferramentas para a comunidade compartilhar suas criações. A ideia é criar uma rede de conteúdo vivo, como acontece em jogos como Roblox ou Mario Maker. Mas isso só funciona com uma base engajada, o que não é garantido.
Outro ponto importante é o preço. King of Meat será lançado por 30 dólares. Em um cenário onde concorrentes como Fall Guys, Roblox e Fortnite são gratuitos, essa cobrança pode ser uma barreira. Especialmente para um jogo que ainda é uma aposta e que depende tanto da participação dos jogadores.
No geral, King of Meat tem momentos divertidos e boas ideias. Mas também carrega incertezas. A execução, o suporte pós-lançamento e o engajamento da comunidade vão definir se ele terá fôlego para crescer ou se vai acabar ficando pelo caminho.
Por enquanto, vale observar com atenção. Principalmente se você curte esse tipo de caos criativo com os amigos. Mas é bom manter as expectativas controladas.