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F1 2018: Vale a Pena?

Novo jogo é bem parecido com seu antecessor, mas isso não é necessariamente ruim

por Thiago Barros
F1 2018: Vale a Pena?

F1 2018 é aquele piloto que é líder do campeonato e já garantiu a pole position para a última corrida do ano. Ele não precisa fazer estratégias mirabolantes ou arriscar muito. Só completar a prova, de ponta a ponta, para levantar o título. Após o baita sucesso de F1 2017, a Codemasters optou por uma estratégia mais conservadora nesse ano.

E o resultado dessa aposta é o que você pode conferir na análise acima, do vídeo que publicamos em nosso canal do YouTube (aliás, já se inscreveu?), e ler em detalhes no texto abaixo. Mas a gente já adianta que, sim, a Codemasters conseguiu terminar esse grande prêmio, recebeu a bandeira quadriculada em primeiro e levou a taça.

Bem, amigos, da Codemasters!

Assim como nos últimos anos, a ambientação é o grande cartão de visitas de F1 2018. No trailer que a Codemasters lançou nos últimos dias, já era possível ver como o nível de realismo estava alto no jogo. É difícil até não se confundir achando que se trata de uma corrida real. Só faltava ter um “Bem, amigos, da Codemasters” na voz do Galvão Bueno para ficar perfeito.

Mas, falando sério, o trabalho que a empresa faz para o jogador se sentir parte de um ambiente que simule perfeitamente o circuito da Fórmula 1 é excelente. Os circuitos e veículos, claro, são o ponto alto. Todos são fielmente digitalizados, e os gráficos estão ainda mais apurados do que na versão 2017.

Os carros históricos estão de volta. São vários modelos que fizeram sucesso nas eras anteriores da F1. Além de todas as equipes e pilotos atuais, você pode pilotar modelos clássicos – só que, infelizmente, sem os pilotos que eram responsáveis por eles, como Ayrton Senna e Michael Schumacher.

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Carros históricos seguem fazendo sucesso (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

As cutscenes também dão um toque legal, mostrando cenas pré-corrida, como pilotos nos boxes, se posicionando nos carros antes de iniciarem o GP e até mesmo já ali no cockpit, fazendo os últimos ajustes nos veículos. O nível de realismo impressiona, por exemplo, até no clima.

As mudanças dinâmicas no tempo fazem com que o jogo seja, tanto na jogabilidade, como visualmente, imprevisível. Há momentos em que você está pilotando em uma pista ensolarada e, do nada, começa a cair uma chuva torrencial. Ou então algumas corridas que começam com a luz do sol, no fim da tarde, e vira noite no meio delas.

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Que tal esse visual? (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

A apresentação das corridas também é interessante, apesar de ter mudado pouco em relação ao 2017. É possível ver os circuitos em detalhes, além de haver menus com a configuração de seu carro. Há ainda uma narração bacana antes de a prova começar, um ronco dos motores super adequado e animações básicas, mas interessantes, para finalizar as provas.

Nós brincamos sobre o Galvão Bueno, mas a única coisa que falta – ou que poderia ser pelo menos uma opção – é narração durante a corrida. Claro que é muito legal ouvir os sons do ambiente e dos carros, mas uma narração boa seria muito interessante. Ainda mais que o jogo está totalmente localizado para o português do Brasil.

S do Senna

Cada curva, cada acelerada na reta, cada ultrapassagem gera um sentimento bastante recompensador em F1 2018. Descer o S do Senna em Interlagos, por exemplo, é uma experiência retratada fielmente no jogo. A jogabilidade de F1 2018 brilha, e o principal, que não vemos com tanta frequência, é que funciona para iniciantes e “profissionais”.

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Jogabilidade é fluida e apresentação é perfeita (Foto: Reprodução/ Thiago Barros)

É possível customizar uma série de detalhes do gameplay, desde as assistências para frear e entrar nos boxes, por exemplo, até o nível dos pilotos adversários (de 0 a 100), fazendo com que a corrida fique exatamente no nível de dificuldade que você quiser. A dica aqui é ir testando.

Os comandos são bem simples e intuitivos, e um detalhe bem interessante é o menu de ajustes do carro que podem ser feitos durante a corrida. Apertando L1, é possível falar com a sua equipe. Literalmente, até usando o microfone. Com o bola, dá para o jogador ver o status do seu carro e definir estratégias.

São coisas que, muito provavelmente, o jogador mais casual e que prefere as corridas mais curtas (como de cinco voltas, por exemplo) não vai usar, porém aquele que foca bastante na experiência de simulação e quer mais desafios, certamente irá ficar muito ligado e ativará a todo o tempo.

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Modos de jogo são os mesmos de sempre (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Em termos de modo de jogo, destaca-se mesmo o Carreira. Mesmo sem ter mudanças muito significativas (a principal delas foi a adição de entrevistas, com respostas que os jogadores escolhem e interferem na reputação deles), ele é ainda o mais divertido e dá mais gosto de jogar a longo prazo.

Criar o personagem, escolher a equipe, avaliar suas possibilidades e ajustes de carro a cada temporada, ir ganhando mais reconhecimento e crescendo na carreira é algo que agrada muito. Talvez por ser aquele sonho de ser atleta que todo fã de esportes já teve um dia, tanto que esse tipo de modo já está enraizado nos games esportivos atuais.

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Criar seu personagem é bem divertido (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

Sem falar, claro, nas disputas multiplayer, que certamente farão muito sucesso quando estiverem 100% disponíveis, com todo o público online. Mas continua tudo meio “mais do mesmo”, com campeonatos, eventos e corridas rápidas. Sem grandes inovações – até porque, também, é difícil pensar em algo que vá muito além disso.

Poderia ser uma DLC?

Agora, é claro que tem aquela comparação inevitável com os jogos de futebol. Chega mais um ano, mais um novo jogo de F1 (que chega já no meio da temporada) e nada de grandes inovações. Tem mudanças, sim, algumas mais notórias do que outras, só que fica a dúvida: precisaria mesmo ser uma série anual?

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Entrevistas na Carreira são maior mudança do jogo (Foto: Reprodução/Thiago Barros)

É sempre um tema “polêmico”. Para quem não tem F1 2017, certamente vale demais comprar o F1 2018. Agora, aquela pessoa que adquiriu o jogo anterior e não está tão ávida por uma versão mais recente e atualizada, dá para “esperar uma promoção” ou até mesmo “pular” esse ano.

Afinal, o jogo custa R$ 229,99 na PlayStation Store brasileira e, de fato, é semelhante demais ao do ano passado. Especialmente nos menus e modos de jogo, que mudam pouquíssima coisa. Nos carros, claro, há mais opções, e há atualizações de pilotos e regras da F1, mas para o gamer casual isso não fará tanta diferença.7

Para quem se considera fã mais hardcore da categoria e de seus jogos, certamente vale um upgrade, como acontece com todas as outras séries de esportes. Madden, NBA, PES, FIFA e por aí vai. No entanto, talvez seja a hora de as empresas pensarem o modelo adotado para esse tipo de jogo.

Deixando esse tema de lado e falando apenas de F1 2018, porém, o jogo é uma das melhores experiências de esportes que estão no mercado, ponto final. Uma jogabilidade que beira a perfeição, gráficos bem acima da média, modos de jogo que entretêm e dificuldade customizável.

Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.