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[Análise Rápida] Fallen Legion: Sins of an Empire: Vale a Pena?

Heróis nunca morrem.

por Hugo Bastos
[Análise Rápida] Fallen Legion: Sins of an Empire: Vale a Pena?

Continuando nossa série de Análises Rápidas, Fallen Legion: Sins of an Empire se mostra um RPG promissor, mas que deixa a desejar em determinados aspectos. Possui uma história rasa, com uma direção de dublagem parca, e sem qualquer profundidade. Suas mecânicas de jogo, por vezes, são frustrantes, com sérios problemas de jogabilidade.

No entanto, seu visual é belo, e algumas batalhas são realmente cativantes. Um sistema de escolha moral, apesar de se fazer ambíguo, no que toca à importância, dá uma certa relevância ao jogo, por abrir certas ramificações da história. Dependendo de suas escolhas, novos rumos são tomados.

No final, o título é interessante, lembrando grandes jogos do passado, como Odin Sphere e Valkyrie Profile. Sem, contudo, ser mais que sua mera sombra.

Entre exércitos e livros falantes

A história de Fallen Legion: Sins of an Empire é entregue ao jogador de forma corrida. O rei faleceu recentemente, e cabe à princesa tentar manter a ordem em seu reino. A questão é que, agora, ela tem um reino para cuidar, um grimório falante para lhe atormentar e um general rebelde para deter.

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Um grimório mágico ensina a Cecile a arte de invocar Exemplares. Fonte: Captura de Tela.

Esta seria uma premissa interessante, não fosse pelo fato de tudo ser muito corrido. O único personagem com maior profundidade é a protagonista. Todo resto acaba considerado “mero figuratismo”. Ademais, não é surpresa que o jogo possa ser terminado em meras 15 horas. As reviravoltas são um tanto óbvias e o título fica desinteressante no final.

No entanto, as mudanças de rumo pelas escolhas dos jogadores, após um certo número de batalhas, traz dinamismo e foge à linearidade do jogo.

Quase um quadro pintado à mão

Apesar de seus problemas, algo que não pode ser deixado de admirar é a beleza do título. Claro, o time da YummiYummiYummi se esmerou para conseguir um resultado de destaque, mas ainda é independente. O que leva a admirar ainda mais seu trabalho com a arte do jogo. Os cenários são belos e lembram muito os jogos da Vanillaware.

A sonoridade, no entanto, não acompanha o brilhantismo gráfico da obra. Uma das características do jogo é sua dublagem parca e não muito bem dirigida. A trilha sonora é boa, mas não chega a ser aquele destaque. O som das batalhas e interações é gostoso de ouvir, e faz com que haja um certo realismo nos combates.

Aquela escorregada básica na jogabilidade

Fallen Legion: Sins of an Empire tem algumas falhas. O sistema de escolhas é instigante somente pela história. Cada opção vem com um bônus como recompensa. Mas dificilmente um jogador irá fazer uma escolha determinada se puder fazer outra, para obter um aprimoramento melhor e “viver por mais um dia”.

A protagonista é a única personagem principal do título. Ela usa Exemplares (projeções de sua mente) para enfrentar inimigos. Cada um deles pode atacar e defender-se de acordo com o número de pontos de ação que possui. Mas o jogo não lhes apresenta um sistema de evolução. Equipe algumas gemas e terá seus status aumentados.

Isso faz perder um pouco do sentido do gênero. Adicionalmente, as mecânicas de jogabilidade não exigem muito do jogador até a primeira metade do jogo, e passam a exigir sobremaneira uma mudança de postura após isso.

O sistema de bloqueio não é eficiente. Há atraso entre ativar o bloqueio (parear o ataque) e a animação se efetivar. Os ataques já iniciados não podem ser cancelados, e os elementos da tela confundem o jogador por vezes. É necessário um timing perfeito, o que em determinados momentos é basicamente impossível.

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Defender-se em Fallen Legion exigirá reflexos e um pouco de sorte. Fonte: Captura de Tela.

Mas os confrontos contra os chefes são memoráveis. Alguns exigem certas estratégias, e a abordagem “pé na porta, soco na cara” dificilmente irá funcionar. Dessa forma, o jogador será levado a avaliar suas ações e planejar com cautela sua linha de ação.

Todo vilão é herói em sua própria história

No fim, Fallen Legion: Sins of an Empire acaba sendo um jogo morno. Possui seus pontos positivos, claro. Mas o título poderia ser muito melhor aproveitado se as ideias que lhe serviram de base fossem melhor implementadas.

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Uma das coisas interessantes no título é a divisão de sua história. A segunda, Flames of the Rebellion, foi lançada para PSVita, e sob o ponto de vista do General Laendur, que busca destituir o império de Fenúria. Apesar de diferentes perspectivas, a história se cruza em alguns pontos.

Caso o jogo tenha lhe interessado, talvez seja interessante experimentar a narrativa sob outra ótica. E o jogo será uma boa adição, no caso daquela promoção “maneira” surgir.

Hugo Bastos
Hugo Bastos
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Jogando agora: Nada no momento.
Hugo Bastos e revisor do Meu PS4, apreciador de uma boa comida, e de platinas difíceis. E viciado em Rogue Legacy, OlliOlli2, Dead Cells, e não dispensa uma boa noite de jogatina.