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Sniper: Ghost Warrior 3: Vale a pena?

Sniper: Ghost Warrior 3 escorrega em alguns pontos.

por Thiago Barros
Sniper: Ghost Warrior 3: Vale a pena?

Um sniper faz toda a diferença em um pelotão. Uma bala dele é capaz de mudar o rumo de qualquer batalha. Se mantiver-se bem posicionado, ele pode ser intocável, como um fantasma, e é crucial para causar grandes estragos nos inimigos. E você pode sentir um pouco deste gostinho com o novo FPS da CI Games.

Em Sniper: Ghost Warrior 3, você é Jonathan “Jon” North, capitão dos Marines, o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, em uma missão para resgatar o irmão Robert, que também é Marine, das mãos de um grupo de terroristas da Europa Oriental. Para saber os detalhes dessa aventura, confira abaixo nosso review completo do game.

Semper Fi

A ideia por trás de Sniper Ghost Warrior 3 é como as de seus antecessores: colocar o jogador no papel de um atirador de elite que pode customizar seus rifles para acertar tiros até em condições que parecem muito desfavoráveis e, assim, garantir que alvos serão abatidos.

Já viu o filme Sniper Americano ou a série Shooter, da Netflix? É nesse ritmo. Já jogou Sniper Elite? Então, é um concorrente para ele. A grande questão é que, como essa é uma temática já bastante explorada na indústria do entretenimento, Ghost Warrior 3 dá aquela impressão de Déjà vu que não agrada muito.

O lema “Semper Fi”, dos Marines, é perfeito para se fazer uma analogia com o game. A frase significa algo como “sempre fiel”. E é justamente o que o novo FPS da CI Games é ao gênero: fiel, até demais, ao que já vimos em outras produções. Ele é corretinho. Mas isso não chega a ser um ponto positivo.

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É um jogo de mundo aberto. Elimine os alvos e avance nas missões. Fonte: CI Games.

A sensação, do enredo ao gameplay, é de um grande “mais do mesmo”. Não há falhas específicas para destacar na jogabilidade, que é OK, com controle de veículos regular, uma boa variedade de armas, grande número de missões e possibilidades também de ir para o combate direto, não somente atirar de longe.

Você deve andar pelo mapa, encontrar salas seguras que tenham docks para um tablet que você carrega consigo e desbloquear as missões. A cada missão, tem alvos e pode derrotá-los como quiser. Como sniper mesmo é bem legal, mas pode ser um pouquinho monótono, visto que é preciso ter paciência para achar os melhores tiros.

Nas primeiras missões, você fica super empolgado. Depois, pode começar a achar uma experiência chata. Especialmente porque há algumas que são mais longas. Porém, não há nada de errado nelas. Não existem grandes defeitos que possamos apontar sobre a forma como a história se desenvolve e como você interpreta sua parte nela.

Mas também não há nada que chame a atenção. Talvez a personalização da arma para distâncias diferentes, com variados tipos de munição… Porém, não é nada inédito, nem que cause grandes momentos na experiência do jogador. E este é um tipo de jogo difícil de analisar por isso.

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É possível dirigir no game. Fonte: CI Games.

Basicamente, o jogo consiste na busca por seu irmão e na tentativa de derrubar uma célula terrorista na floresta. São várias missões na história principal, além de certas sidequests que podem ser encontradas no mundo aberto do jogo. Mas todas elas são também apenas OK. Nada muito desafiador e algumas um pouco repetitivas.

Ele não é ruim, mas também não é muito bom. É mediano. Quando você fala de algo que se destaca, positiva ou negativamente, é muito mais fácil. Sniper: Ghost Warrior 3 fica bem no meio do caminho em tudo. Até os gráficos, por exemplo, que acabaram se tornando uma decepção.

Com tanto investimento, com a Cry Engine e com a expectativa de ser o maior game da franquia Sniper: Ghost Warrior, esperava-se um visual melhor. Não chega a se ruim. No entanto, tem falhas claras, nível de detalhamento abaixo da média nos cenários e nos personagens, e poucas cutscenes.

O som também não ajuda muito a tornar a experiência mais imersiva. A começar que não há dublagem. Além disso, falta aquela ambientação que sentimos em jogos como Far Cry. Aliás, ele é uma inspiração para Sniper: Ghost Warrior 3, desde as mecânicas na jogabilidade até o mapa e o sistema de fast travel – que é muito bom, por sinal.

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Problemas de desempenho e visual comum são pontos fracos. Fonte: CI Games.

Vale a pena?

Resumidamente, Sniper Ghost Warrior 3 é um jogo “na média”. Se sua (leitor) média é 5, ele é nota 5. Se sua média é 7, ele é nota 7. Tem pontos legais, outros nem tanto… Uma experiência comum, medíocre, insossa. Difícil até de avaliar. Com Season Pass, sai por R$ 229,90 na PlayStation Store do Brasil. Um preço alto para o que ele oferece.4

Caso você goste do gênero ou tenha curiosidade de jogar um game com esta temática e dinâmica um pouco diferente, voltada para um atirador de elite, pode valer. Porém, o que recomendamos é que você deixe passar o Sniper: Ghost Warrior 3. A não ser que ele tenha uma grande promoção, por menos de R$ 100, por exemplo.

Afinal, se formos comparar no gênero, é possível encontrar muitos jogos melhores do que Sniper: Ghost Warrior 3. Não focados nos snipers, claro, mas FPS de alto nível no PlayStation 4 não falta. Para todos os gostos e bolsos. Portanto, não há muitas razões para você investir nesse.

Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.