The King of Fighters XV: vale a pena?
The King of Fighters XV é um bom jogo de luta, mas escorrega na história e em certos aspectos visuais
Parece que foi ontem, mas há seis anos, a SNK trazia KoF XIV, game bastante competente por atrair novos jogadores graças à mecânica de fácil execução de combos e especiais. Agora, a empresa apresenta The King of Fighters XV, que segue o mesmo ritmo de seu antecessor no geral, com algumas evoluções significativas e outras nem tanto.
Por exemplo: o novo título tem só 39 lutadores disponíveis no lançamento, enquanto o outro tinha 50. Por outro lado, ele ganha moral com a mecânica inédita “Shatter Strike” e com as melhorias dos modos MAX e Rush. Seu foco principal parece estar mesmo no online, aquele multiplayer raiz onde a porrada come solta, e a diversão é garantida.
Mas, apesar das boas novidades, a experiência não está livre de problemas. O modo história é extremamente básico e os gráficos poderiam ser muito melhores (apesar de terem evoluído em comparação a KoF XIV). No fim das contas, é uma experiência mais do que para os fãs de luta, e sim para os fãs da série.
Um novo torneio, uma nova ameaça
O modo história retorna em The King of Fighters XV, com uma narrativa que segue os eventos do jogo antecessor. De surpresa, uma mulher chamada Anastasia compra os direitos do torneio The King of Fighters e decide organizá-lo. É claro, lutadores de todo o mundo são convidados para o campeonato.
É aí que somos introduzidos a uma personagem inédita: Isla. Ela faz parte do “Time Rival”, junto de Dolores e Heidern. A lutadora é uma rival de Shun’ei e promete lhe dar uma boa surra no torneio. Entretanto, a chilena e o chinês são os únicos que podem parar a nova ameaça por vir.
Após as ações de Ash Crimson no passado, uma espécie de buraco interdimensional segue aberto, possibilitando o retorno de Verse, vilão do último jogo. Só que, na verdade, essa criatura é chamada de “Re Verse”, uma versão ainda mais forte do monstro. Somente os poderes de selamento de Isla e Shun’ei são capazes de detê-lo.
A história é bem simples e pode ser concluída em, no máximo, duas horas. O jogador batalha contra diversas equipes pelo torneio, sendo que nos intervalos dessas lutas não existem muitas cutscenes. Aliás, os chefões finais também não trazem temor algum ao player — como era o caso nos tempos de Orochi e Rugal.
Jogabilidade melhorada
KoF XV segue o clássico modelo de lutas 3 vs. 3, com cada personagem fazendo parte de um time (embora seja possível misturá-los). Os jogadores podem escolher três entre 39 lutadores, número menor em comparação aos 50 de KoF XIV. Espere encontrar nomes como Andy Bogard ou a popular Mai Shiranui.
Para o novo game, a SNK se concentrou em melhorar a jogabilidade do antecessor, ao dar mais possibilidades aos players. O modo MAX, mecânica que aumenta o poder dos golpes comuns e de quebra de guarda de um personagem, está de volta.
A novidade fica por conta do “Modo MAX Rápido”, ativável ao usar o modo MAX atacando regularmente ou com um comando de ataque. Com ele, é possível combar imediatamente na próxima ação, sem deixar uma abertura ao inimigo. Só há um lado ruim: a fase “rápida” do MAX não fortalece os golpes comuns ou de quebras de defesa.
A adição da mecânica é bem-vinda, pois os jogadores mais defensivos se sentirão mais à vontade para arriscarem combos. Além disso, também amplia as possibilidades de estratégias no campo de batalha.
Outra novidade implementada pela SNK é o Shatter Strike, que também favorece os players com guarda mais alta. Ao usá-lo, o personagem controlado se defenderá e contra-atacará o adversário. A opção é excelente para evitar que algum engraçadinho tente utilizar uma habilidade especial ou algo parecido.
Por fim, o Rush também está de volta. Visando agradar os novatos na série, a mecânica permite que o jogador performe combos simples, ao apertar rapidamente o botão de soco fraco. No último golpe, o lutador usará uma skill, para causar uma boa quantidade de dano.
É válido mencionar que todas essas funções (Rush, Shatter Strike e modo MAX) consomem uma ou mais barras de poder (posicionadas no canto inferior da tela), assim como em The King of Fighters XIV. Portanto, é bom pensar antes de querer sair usando tudo de uma vez.
The King of Fighters XV não é um jogo de fácil aprendizado — você perderá várias horas no modo “Treino”. Dominar cada personagem demanda paciência, pois todos têm combos únicos. Claro, alguns lutadores são mais difíceis de “masterizar” do que outros — Kula Diamond exige menos esforço em relação à Ángel, por exemplo.
Gráficos melhorados, mas faltou capricho
Houve sim, uma bela melhora gráfica em The King of Fighters XV se comparado ao seu antecessor. Os visuais seguem em 3D, os personagens estão mais bonitos e a iluminação foi aprimorada. No entanto, ainda existem certos problemas a se discutir.
Primeiramente, quanto aos modelos dos próprios personagens. A SNK utilizou uma abordagem artística que lembra muito a de Street Fighter V, jogo lançado em 2016 pela Capcom. Talvez não tenha sido a melhor opção, por se tratar de um título com versão para a nova geração — com potencial para algo mais inovador.
Os cenários também não enchem os olhos: as texturas dos objetos e ambientes ficaram aquém da qualidade esperada. Dava para melhorar.
Em compensação, os fãs podem esperar por animações bem trabalhadas nas lutas, belas partículas presentes nos golpes dos personagens e um desempenho bastante estável no quesito FPS.
Modo online de The King of Fighters XV tem mais estabilidade
Na análise de KoF XIV, o MeuPS chamou atenção para o fato das conexões nos servidores serem bem precárias — o lag era um baita problema. Entretanto, a SNK parece ter ajustado isso para The King of Fighters XV.
No modo online, o jogador possui uma série de opções a seu dispor. Ele pode participar de partidas casuais, ranqueadas ou até treinar contra um oponente humano. A segunda opção é a mais difícil para novatos, pois é onde se encontram os “manjadores”, que conhecem todos os combos possíveis dos personagens.
Nas poucas lutas que conseguimos participar (como estamos no período pré-lançamento, é justificável a ausência de players), não houve ping alto ou demora na resposta dos comandos dos lutadores. Claro, isso se nos referirmos às partidas realizadas na mesma região. Ao selecionarmos a opção para jogar contra adversários de todo o mundo, o lag aparecia — algo normal, óbvio.
Uma coisa a mencionar é que The King of Fighters XV foi feito para o modo online. É nesse setor onde a SNK investiu suas forças, portanto, nem poderia ser diferente o fato de vermos diversos aprimoramentos em comparação a KoF XIV.
The King of Fighters XV: vale a pena?
The King of Fighters XV reúne mais pontos altos do que baixos. Possui um grande número de lutadores (com pelo menos 12 lutadores adicionais programados para esse ano), evoluiu as mecânicas de KoF XIV e introduziu outras novas. Além disso, é divertido e fará os fãs perderem muitas horas na frente do videogame.
Por outro lado, o título ainda tropeça em certos aspectos visuais e, principalmente, no modo história, praticamente descartável. A sorte dos jogadores é o jogo ser bastante focado no multiplayer online, apagando um pouco a má impressão causada pela narrativa.
Na PS Store, o jogo base sai por R$ 299,90, enquanto a Deluxe Edition custa R$ 424,50 (esta inclui duas expansões futuras). Se você é fã da franquia, até vale a pena o investimento. Caso goste do gênero de luta, mas não seja familiarizado com a série, o jeito é esperar por uma promoção.
Veredito
The King of Fighters XV
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: SNK Corporation
Jogadores: 1-2
Comprar com DescontoVantagens
- Modo online parece mais estável que em KoF XIV
- Grande variedade de personagens
- Mecânicas novas funcionam bem
- Mecânicas aprimoradas
- Gameplay divertido
Desvantagens
- História bastante preguiçosa
- Gráficos poderiam ser melhores