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PlayStation VR2: vale a pena?

Nova geração da realidade virtual da Sony chega em breve, e o MeuPlayStation te conta como é a experiência

por Thiago Barros
PlayStation VR2: vale a pena?

Os videogames sempre foram vistos pelos jogadores como formas de viajar pelo universo sem sair do lugar. De assumir papeis dos mais diferentes personagens explorando os mais variados mundos por aí. A realidade virtual levou isso a outro patamar, e com o PlayStation VR2, a Sony aprimorou essa experiência e fez a imersão ser maior do que nunca em um console.

Há anos em desenvolvimento, para atender aos feedbacks de quem teve o primeiro PSVR e criar a melhor simulação possível, o aparelho realmente conta com inovações bastante relevantes. E se o catálogo conta com cerca de 30 títulos para o lançamento, já são mais de 100 em desenvolvimento. Ou seja, a sensação é: provavelmente, ainda teremos muita coisa legal no futuro próximo. Isso é o mais animador. Se está legal agora, imagina em breve…

Vale lembrar que, como nós tivemos o prazer de usar o PlayStation VR2 pelos últimos dias, já preparamos alguns outros materiais especiais para você. Desde o unboxing até uma comparação exclusiva entre ele e o seu antecessor, além de um resumão das Perguntas e Respostas publicadas pela Sony sobre o gadget:

Agora, é hora de resumir essa experiência incrível que é jogar com o novo óculos de realidade virtual. Confira abaixo a análise completa sobre o PS VR2, cujo lançamento oficial acontece em 22 de fevereiro.

Uma nova realidade

Vamos relembrar, rapidamente, o que o PlayStation VR2 oferece: painel de OLED com 2000×2040 por olho de resolução, taxa de atualização de 90Hz ou 120Hz, separação de lentes ajustável, sensor de detecção de movimento de seis eixos, sensor IV de proximidade, quatro câmeras integradas para rastreamento, vibração, USB Tipo-C para conectar-se ao PS5, microfone embutido e entrada de fone de ouvido.

O que tudo isso significa? Uma experiência melhor tecnicamente, uma instalação extremamente simples e uma jogatina mais confortável. Especialmente porque conta também com os controles Sense, que têm efeitos de gatilho nos botões R2/L2, visual e grip super arrojados, resposta tátil, giroscópio e acelerômetro de três eixos cada e detecção de toque de dedo. Um pacote perfeito para a imersão completa.

PlayStation VR2
PlayStation VR2 tem layout mais arrojado (Foto: Thiago Barros)

Mas chega de tecnicalidades. E aí, como que é jogar o PlayStation VR2? Ele é realmente muito melhor do que o seu antecessor? Enjoa muito? Os jogos são legais? Bom, as perguntas são muitas, e o MeuPlayStation vai tentar responder todas.

Falando da experiência no geral, os destaques ficam por conta do salto gráfico em relação à primeira geração e da nova experiência de realmente “sentir” os jogos, com os feedbacks táteis dos controles e a vibração no headset. Além disso, o rastreamento mais eficiente dos movimentos permite explorar melhor e utilizar seus braços de maneira mais livre. Horizon: Call of the Mountain é o principal exemplo prático disso.

O jogo é muito focado em escalada, e a movimentação é crucial em diversos momentos. Não só para ir aos locais dos objetivos como também para esconder-se e batalhar com as máquinas. Em Kayak VR Mirage, onde você obviamente controla um caiaque, mesma coisa: “remar” fica bem fluido e intuitivo usando os novos acessórios. Agora, não pense que é fácil se acostumar – e aqui o aviso é tanto para novatos como para quem teve o primeiro PSVR.

Experiência com o PlayStation VR2 é bem bacana (Foto: Aline Barros)
Experiência com o PlayStation VR2 é bem bacana (Foto: Aline Barros)

A questão dos enjoos, suor e cansaço não mudou muito. Tudo isso ainda pode, deve e vai acontecer. O gameplay é em sessões de 40 minutos a uma hora no máximo, ou então você pode sentir bem os “efeitos colaterais” da coisa. Para quem não está acostumado, esse é o principal desafio. Entender como se mover e fazer as coisas dessa forma totalmente diferente. Para quem teve o modelo anterior, é entender que os controles são outros.

No Sense, para começar, ao contrário do PS Move, não há os quatro botões em ambas as mãos. Na esquerda, quadrado e triângulo. Na direita, círculo e X. Além, claro, dos analógicos, R1 e R2 na direita, L1 e L2 na esquerda, com um layout que você nunca usou na vida. Então, especialmente nos títulos em que é preciso ter comandos mais afiados, é difícil de se acostumar.

Uma experiência em construção

Até o momento, além dos jogos citados anteriormente, testamos Moss Book II, Star Wars, Jurassic World Aftermath Collection, Townsmen VR. Os reviews sairão em breve, nas próximas semanas, assim como os de Demeo, Song in the Smoke, Thumper e Tentacular, dos quais já recebemos os códigos. E, sim, provavelmente virão vários outros. Então, espere bastante conteúdo do PlayStation VR2 por aqui na sequência de 2023.

E o motivo de falar sobre isso aqui é que usar o PS VR2 é uma experiência em construção. Uma constante evolução. Parece que a cada jogo, a cada possibilidade, descobrimos detalhes interessantes. A imersão que o gadget oferece é impressionante. Se na primeira geração já era agradável, agora, com os gráficos bem (bem mesmo) melhores, tudo fica ainda mais incrível.

Horizon Call of the Mountain é um dos destaques do PS VR2 (Foto: Thiago Barros/Reprodução)
Horizon Call of the Mountain é um dos destaques do PS VR2 (Foto: Thiago Barros/Reprodução)

A primeira sequência de Horizon: Call of the Mountain ou as navegações sem compromisso em Kayak VR Mirage são um deleite. E a expectativa é enorme para tomar alguns sustos em Resident Evil Village e The Dark Pictures: Switchback VR, acelerar pelas pistas em Gran Turismo 7, dar uns tiros em Pavlov… Porque o PlayStation VR2 é, sim, isso tudo que a Sony prometeu.

A configuração extremamente simples, com só um cabo no headset ligando ao PS5 e o restante sendo apenas instruções na tela para definir a área de jogo e mais nada, é um baita acerto. As câmeras no óculos, fazendo com que uma externa não seja necessária, são incríveis. Os novos controles encaixam direitinho na mão, permitem uma maior variação de movimentos e têm um feedback tátil semelhante ao do DualSense. O aparelho é leve e confortável. Está tudo ali.

Kayak é uma experiência super divertida no PS VR2 (Foto: Thiago Barros/Reprodução)
Kayak é uma experiência super divertida no PS VR2 (Foto: Thiago Barros/Reprodução)

E os jogos são bons! Alguns talvez não tenham tanto nome assim, não sejam blockbusters, mas nós estamos apenas no começo desta nova realidade. É claro que haverá mais títulos interessantes no futuro, e as expectativas para os próximos meses/anos não poderiam ser melhores. Sim, o line-up precisa de mais uma série famosa aqui e outra ali, mas a Sony acertou em cheio com o PS VR2. Bom, em quase tudo…

PlayStation VR2: vale a pena?

Seria muito fácil para quem recebeu os óculos para testes e não gastou um real sequer com ele dizer que vale a pena. Mas aqui é preciso, sim, falar sobre o preço do aparelho. O salário mínimo no Brasil é de R$ 1.302. O PlayStation VR2 custa R$4.499. Ou seja, é preciso desembolsar quase quatro salários mínimos para ter uma unidade dos óculos. Isso sem falar do preço dos jogos e, claro, do PS5, necessário pra experiência. A “brincadeira” completa, certamente, sai por mais de R$ 10 mil.

É muito complicado ser apaixonado por games no Brasil, não é mesmo?

Mas, se você tiver o dinheiro e interesse na realidade virtual, é realmente algo super bacana. Com algumas observações, é claro: os enjoos e o suor podem ocorrer com certa frequência, o catálogo de jogos ainda não tem tantos AAA, muitos games não são localizados para o Brasil e você não vai conseguir fazer sessões muito longas de jogatina. Especialmente em games com mais movimentação, como Horizon: Call of the Mountain.

PlayStation VR2, infelizmente, é muito caro (Foto: Thiago Barros)
PlayStation VR2, infelizmente, é muito caro (Foto: Thiago Barros)

Por outro lado, a imersão proporcionada pelos óculos é incomparável com qualquer coisa que você jogue no PlayStation 5. Entrar, quase que literalmente, nestes universos tão ricos criados nos jogos em realidade virtual é uma sensação incrível. Os gráficos estão lindos, os controles são muito funcionais, os óculos em si são confortáveis e fáceis de usar… Enfim, é algo que realmente impressiona. Uma evolução enorme em relação ao primeiro PSVR.

No fim das contas, tudo depende do seu orçamento e do quanto você acredita na tecnologia. Agora, está mais do que na hora de haver mais jogos de peso para os dispositivos deste tipo. Na última geração, era compreensível ser um início da tentativa de popularizar o formato. O próximo passo natural, portanto, é fincar as bandeiras da inovação e da realidade virtual com games inesquecíveis.

Se isso acontecer, o PlayStation VR2 tem tudo para ser um enorme sucesso.

*O PlayStation VR2 foi enviado pela Sony.

Veredito

PlayStation VR2
PlayStation VR2

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Sony

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
90 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Fidelidade gráfica é impressionante
  • Facilidade de conexão realmente faz a diferença
  • Imersão proporcionada é incomparável
  • Controles Sense têm layout e grip arrojados
  • Novo sistema de câmeras e rastreamento é uma evolução
Desvantagens
  • Preço afasta muito os consumidores
  • Catálogo ainda precisa de mais peso
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.