Review

Astro’s Playroom: vale a pena?

Jogo da ASOBI Team mostra magnífico potencial do DualSense

por Daniel dos Reis
Astro’s Playroom: vale a pena?

Esqueça Marvel’s Spider-Man Miles Morales, Demon’s Souls, Sackboy, GodFall, Cyberpunk 2077… Todos eles! Astro’s Playroom deve ser sua primeira experiência no PlayStation 5.

Não por ser gratuito e já vir pré-instalado no console, mas por ser uma grande amostra das capacidades do DualSense.

Confesso que, no anúncio, não dei muita atenção para o título. Mas o jogo do robozinho é uma daquelas agradáveis surpresas que fazem com que você fique todo bobo. Divertido, nostálgico e vanguardista, Astro’s vai te fazer sentir nas mãos o poder da nova geração.

Feel the Power

Logo nos primeiros minutos, dá para entender porque o game já era bastante comentado por aqueles que tiveram acesso antecipado. Ele foi criado para mostrar aos jogadores do que o DualSense é capaz: uma experiência sensorial.

Mas, antes, vamos entender um pouco. Astro’s Playroom é um plataforma, onde o jogador assume um robozinho e vai passeando por fases, vencendo obstáculos, superando inimigos esquisitos, revelando itens e peças de um mosaico.

O mais bacana é que ele “conta” toda história do PlayStation em suas magníficas fases. São quatro – uma para cada console de mesa já lançado – alusivas a componentes internos como SSD, memória, GPU e Cooler.

Ao final de cada uma delas, um videogame da marca é oferecido como prêmio e, ao poucos, você vai construindo umas espécie de museu. Uma espécie viagem no tempo, passando por diversos acessórios e itens.

ASTRO's PLAYROOM
Há toneladas de referências a família PlayStation

É muito legal encontrar um “demo disc”, “memory card” ou até aquele espécie de “bichinho virtual” do PlayStation. Se você é fã da marca e viveu tudo isso, vai delirar e ter ótimas lembranças.

E as referências? Em cada fase há toneladas de alusões a personagens icônicos, jogos exclusivos e terceiros. Há momentos onde você simplesmente dá uma pausa só para tentar lembrar qual jogo está sendo retratado.

Mas ele não usa o artifício da nostalgia de forma gratuita. O jogo é realmente muito bem construído, com sonoplastia, desafios e troféus bacanas. Claro, Marvel’s Spider-Man Miles Morales e Demon’s Souls recebem mais holofotes, mas Astro’s Playroom é muito competente como jogo.

Gráficos, narrativa e framerate sempre têm mais atenção, mas o DualSense potencializa tudo isso nas suas mãos.

Assim como o PlayStation VR, é difícil explicar em palavras a sensação. Você precisa mesmo experimentar por si e, só então, conseguirá entender um pouco do potencial do joystick.

O jogo aproveita vários tipos de situações para entregar uma jogabilidade única. Tempestade de areia, vendavais, lamaçais, gramados, asfalto irregular, escalada, tiroteios… Tudo na ponta dos dedos.

Em terrenos de lama, por exemplo, seu personagem se movimenta com muito mais dificuldade – óbvio – e isso é transmitido no controle. Você precisa aplicar mais força, mas ao mesmo tempo sente os seus passos serem mais demorados.

Com chuviscos, o controle simula os pingos individualmente ao longo da sua estrutura. É algo como ver e sentir.

Andando por uma corda bamba – no caso, um fio de controle – sua mão fica cautelosa involuntariamente, já que parece mesmo que você vai cair. Se um vendaval vem da esquerda, o DualSense reflete isso mais na parte esquerda do controle. A ventania navega por entre suas mãos.

Não menos importante, os gatilhos adaptativos. Eles refletem bem demais as situações de atirar, agarrar em beiradas, acelerar, freiar, controlar as turbinas de um foguete, vibrando em maior ou menor intensidade.

Interessante como ficam pesados ou leves de acordo com que acontece na tela. Esticar a corda de um arco e flecha, por exemplo, é incrível. Fica uma sensação de que tudo vai escapar a qualquer momento. É quase como na vida real (não que a gente atire todos os dias com arco flecha, mas…).

Em jogos de tiro, isso abre possibilidades. Se sua arma ficar sem munição ou travar (aquecimento), os gatilhos também travam e não vai adiantar pressioná-los enfurecidamente. É preciso mesmo esperar o reload para eles voltarem ao normal.

Já em escaladas, quando a parte que você está segurando começa a ceder, acontece o mesmo no gatilho.

Astro’s explora tudo isso em situações de fases. Agora imagine isso em jogos como Horizon Forbidden West, Uncharted, Gran Turismo, God of War… Parece promissor.

Um Astro do PlayStation

A ASOBI Team já havia oferecido um excelente jogo para PlayStation VR (ASTRO BOT Rescue Mission), talvez o melhor do gadget (veja suas altíssimas notas aqui) e agora entrega um outra experiência muito estilosa e quase obrigatória se você realmente quer sentir o poder do DualSense.

Apesar de não ser um jogo com gráficos super-realistas ou com uma narrativa envolvente, ele vai surpreender os fãs de PlayStation, principalmente aqueles que passaram por todas as geração da marca. Localizar todas as referências é bem divertido.

7
Olá, PlayStation 5

Em desfavor da proposta só seu tempo de duração, que não passa de 4 horas. De qualquer maneira, ele pode ser apenas um começo de uma nova franquia de sucesso.

Veredito

Astro’s Playroom
Astro’s Playroom

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: ASOBI Team

Jogadores: 1 Jogador

Comprar com Desconto
92 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Mostra as incríveis capacidades do DualSense
  • Fases muito divertidas
  • Dezenas de referências a jogos de PlayStation
  • Ótima trilha sonora
  • Muitos colecionáveis
  • Tributo ao PlayStation
Desvantagens
  • Curto
Daniel dos Reis
Daniel dos Reis
Manager
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Jogando agora: Horizon Forbidden West (PC)
Manager do MeuPS e um cara de muita sorte por trabalhar com aquilo que gosta.