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Se sentindo enganados, investidores da Activision Blizzard processam a empresa

Recentes denúncias de assédios e discriminação na companhia motivaram os investidores a abrirem uma ação judicial

por Vítor Amorim Heringer
Se sentindo enganados, investidores da Activision Blizzard processam a empresa

Após ser processada por uma agência governamental da Califórnia (DFEH) devido a assédios e discriminação contra mulheres, a Activision Blizzard enfrentará uma nova ação judicial. Dessa vez, os próprios investidores da empresa moveram um processo por conta dos polêmicos casos e por terem se sentido “enganados”.

Descoberto pelo site GamesIndustry.biz, o documento menciona que entre 4 de agosto de 2016 e 27 de julho de 2021, a companhia não divulgou os problemas com sua cultura de trabalho. Portanto, os “compradores de títulos” não puderam investir com total transparência.

A ação judicial também destaca que queixas por “assédio, discriminação e retaliação” feitas ao RH e à liderança “não foram atendidas”. Além disso, todo o caso poderia resultar em “sérios prejuízos às operações da Activision Blizzard“, consequentemente, afetando os seus ganhos.

Por conta disso, o processo menciona que “as declarações dos réus sobre os negócios, operações e perspectivas da Activision Blizzard eram materialmente falsas e enganosas e/ou careciam de uma base razoável em todos os momentos relevantes“. Dessa forma, os investidores buscam algum tipo de compensação.

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Mais sobre o polêmico caso da Activision Blizzard

Após a abertura da ação inicial, mais de mil funcionários e ex-funcionários assinaram uma carta contra a gerência da empresa para pedir a renúncia de Frances Townsend, uma das executivas da companhia. Além disso, requisitaram que a liderança trabalhasse em conjunto com todos os profissionais para criar um “lugar seguro para se manifestar e se apresentar”.

A situação também gerou apoio dos empregados da Ubisoft, incluindo o diretor executivo Yves Guillemot. Eles cobraram mudanças não só na Activision Blizzard, mas também em toda a indústria de games. Vale lembrar que a publisher francesa também passou por um caso de má conduta em seu alto escalão em 2020. 

Com o atual cenário conturbado, J. Allen Brack, presidente da Blizzard, deixou a corporação em busca de “novos horizontes em sua carreira”. Jean Oneal (ex-chefe da Vicarious Visions) e Mike Ybarra (ex-Microsoft) dividirão o cargo.

Por fim, o CEO Bobby Kotick enviou uma carta aos seus funcionários pedindo desculpas e prometeu grandes mudanças para a cultura de trabalho. Saiba mais aqui!