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Yakuza: Like a Dragon: vale a pena?

Protagonista carismático, ambientação bacana, variedade de gameplay e legendas (finalmente) se destacam no novo Yakuza!

por Thiago Barros
Yakuza: Like a Dragon: vale a pena?

Se a saga Yakuza ainda não era lá muito conhecida no Ocidente, por causa de questões de idioma e disponibilidade mesmo, agora não tem mais desculpa. Yakuza: Like a Dragon chegou ao PlayStation 4 e ao PlayStation 5 com legendas até em português, e não há duvidas de que a história de Ichiban Kasuga vai cativar muita gente.

O sorrisão no rosto, o cabelo desgranhado e o terno vermelho do protagonista já geram uma simpatia logo de cara. E depois de vivenciar sua jornada por boas horas, é impossível não gerar uma conexão. Querer levar a história a fundo e, mais do que isso, aproveitar os momentos à parte dela que o game proporciona.

Como diz o nome, obviamente, Yakuza é um jogo sobre a máfia japonesa e tem muitas tramas envolvendo esse tema. Além, claro, de um foco grande na violência. Mas também há amenidades como simplesmente entrar num dos tradicionais bares de karaokê do Japão, para cantarolar e se divertir com os amigos.

É uma mistura extremamente interessante e que, por mais que se torne repetitiva devido aos diálogos super longos e uma série de lutas desnecessárias, agrada bastante. Tem humor, tensão, progressão de personagem, combates em turnos, sidequests, pra lá de 50 ou 60 horas de conteúdo…

Kasuga-san

O enredo de Yakuza: Like a Dragon gira em torno de Ichiban Kasuga. Um integrante da Yakuza que é extremamente leal ao clã Arakawa, tradicional família de Kamurocho. Toda a introdução do jogo (que é bem longa, por sinal) mostra seus primeiros passos e relação que ele tem com seu chefe e seus companheiros.

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Porém, uma grande reviravolta faz com que ele pare em Yokohama, no meio de uma disputa entre três outros grandes clãs da máfia, quase 20 anos depois. Nessa jornada, ele encontra um mundo totalmente diferente, novos aliados, muitos inimigos e uma infinidade de coisas para fazer.

O carisma de Ichiban carrega o jogo nas costas. Em sua estreia como protagonista na saga, no lugar de Kazuma Kiryu, ele tem grandes momentos. Seja na seriedade e lealdade de um yakuza, seja no bom humor e no lado prestativo de um japonês. O enredo é bem “simples”, mas prende e estimula a ir atrás de informações e respostas.

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Especialmente porque a gameplay favorece. O jogador pode ir atrás de emprego, cantar num karaokê, servir como herói para casos que nem fazem parte da sua rotina… É uma experiência variada e extensa. São horas e horas e horas de jogatina, na história principal e nas sidequests.

A jogabilidade é simples. Após as cutscenes e diálogos, você assume o controle de Ichiban e vai caminhando livremente pelas ruas. Há missões a serem seguidas, mas é possível desviar delas. No meio do caminho, você vai encontrar adversários que irão te desafiar para lutas – que são combates em turnos.

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Que começam sendo bem divertidos, mas depois de um tempo se tornam repetitivos – especialmente porque estão em quase todo lugar. Quando você não está fazendo missões e, quando chega a um dos desafios, de fato, como enfrentar o chefe de um clã, aparecem de novo.

Outro ponto importante é o aspecto de RPG que Yakuza: Like a Dragon tem. Seja na construção do visual, com um monte de skins e de acessórios, seja na evolução das habilidades. O grind é uma parte fundamental do game, e são justamente essas lutas os pontos que dão mais experiência.

No embalo de Persona 5

Quem não se lembra do sucesso de Persona 5 e o quanto ele significou para quebrar esse muro que existia entre algumas séries e estilos “mais orientais” de jogo para o Ocidente? Yakuza: Like a Dragon tem tudo para fazer algo parecido. Ele talvez não tenha a aclamação do game da Atlus, mas é outro capítulo importante dessa nova era.

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É claro que já temos muitos títulos japoneses que fazem sucesso há anos por aqui, mas outros ficaram muito restritos ao país de origem. Agora, parece cada vez mais que há adeptos desse estilo tradicional de lá em regiões como as Américas e a Europa, e por isso, é possível que tenhamos novos Yakuza e semelhantes sendo mais divulgados e distribuídos desse lado do mundo.

Afinal, ele tem alguns dos mesmos pontos fortes de Persona. A história que prende. O protagonista carismático. Os combates por turno. As opções de personalização e evolução dos personagens. Tudo com aquele “quê” de imaginação e bom humor do Japão. Até porque o Ichiban assume uma “persona” de herói durante a aventura.

Ele sempre teve o sonho de ser um super herói e isso se manifesta nos combates com inimigos. Ele e seus aliados têm habilidades que são bem “diferenciadas”, e os adversários ganham forma de inimigos de videogame. É como se ele estivesse jogando um game dentro do game que nós estamos jogando. Isso é muito legal!

Yakuza: Like a Dragon: vale a pena?

Yakuza: Like a Dragon é um game bem completinho para o que se propõe. Uma ambientação super bem feita, apesar de os gráficos não serem lá tão chamativos assim, a localização para o português é ótima, a pegada RPG deixa a aventura mais dinâmica e o enredo, com o seu protagonista, agrada bastante.

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Por outro lado, é um jogo onde o grind é excessivo, e as muitas horas de jogo podem facilmente ser seu maior ponto positivo como um ponto negativo; depende de quem está olhando. Até porque os diálogos e cutscenes são mais longos do que o comum. Dá até para ir acelerando alguns deles, mas mesmo assim… Quebra um pouco o ritmo.

Em termos visuais, os personagens principais são muito bem trabalhados, assim como os cenários. Não chega a ser aquele jogo com os gráficos de cair o queixo que esperamos na nova geração, mas cumpre seu papel. Na jogabilidade, é tudo super simples de pegar. Sua trilha sonora também é muito interessante.

Ou seja, no geral, é possível recomendar Yakuza: Like a Dragon, sim, e ficar na expectativa para o que está por vir. Afinal, esse não deve ser o final da jornada de Ichiban Kasuga.

Veredito

Yakuza: Like a Dragon
Yakuza: Like a Dragon

Sistema: PlayStation 4, PlayStation 5

Desenvolvedor: SEGA

Jogadores: 1

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80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Ichiban Kasuga é extremamente carismático
  • História prende os jogadores
  • Variedade gigantesca de atividades
  • Ambientação muito bem feita
  • Sistema de combate e evolução bem consistente
  • Legendas muito boas (finalmente!)
Desvantagens
  • Diálogos são bons, porém muito longos
  • Lutas podem ser extremamente repetitivas
  • Melhorias na versão de PS5 são pouco perceptíveis
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.