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Sword Art Online: Fatal Bullet: Vale a Pena?

Sword Art Online: Fatal Bullet afasta os novatos da série, deixando espaço apenas para os fãs mais assíduos

por Rui Celso
Sword Art Online: Fatal Bullet: Vale a Pena?

O primeiro Sword Art Online foi lançado em 2014 para PlayStation 4 e PlayStation Vita. Baseado no anime de mesmo nome, o título conta o início da jornada de Kirito e Asuna, os personagens principais.

No decorrer dos anos, outras versões de SAO foram lançadas, e todas elas seguindo os mundos do anime. No entanto, Fatal Bullet foge à regra, e entrega uma proposta exclusiva para os consoles, com direito a criação de personagens e um novo estilo de batalha.

Apresentando, Sword Art Online

Ano de 2022. O mundo de Sword Art Online foi criado por um cientista chamado Kayaba. No primeiro título, ele prende todos os 10 mil jogadores em seu jogo de VRMMORPG (Virtual Reality Massively Multiplayer Online Role-Playing Game) e os obriga a passar todos os 100 andares do lugar. Se alguém morrer ali dentro, também morrerá na vida real.

Kirito e Asuna passam dois anos no mundo de Sword Art Online em busca de uma forma de derrotar o chefe do 100º andar. Para isso, eles precisam buscar sempre os melhores equipamentos e aliados para ajudá-los, como em um RPG convencional.

Após os acontecimentos de Sword Art Online, os heróis vão para um mundo chamado ALfheim Online (ALO) e, posteriormente, Gun Gale Online (GGO), onde, supostamente, deveria se passar os eventos de Fatal Bullet.

Embora alguns jogos da série contem de forma eficiente a história do anime, é preciso que você tenha jogado todos os títulos. Isso se deve ao fato de Sword Art Online: Fatal Bullet entregar algo para os veteranos, não para os iniciantes.

A bala fatal

Como dito anteriormente, Fatal Bullet possui um sistema de criação de personagem. Aqui você não joga como Kirito ou Asuna, mas sim com um avatar completamente novo e inexperiente.

Para ajudá-lo nessa empreitada, Kuraha, sua amiga de infância, se junta ao seu grupo logo no início e explica mais sobre os jogos que antecederam o mundo de GGO. Além dela, você tem à disposição o ArFa-sys X, um tipo raro de IA que o ajuda nas batalhas.

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Assim como o personagem principal, você pode customizar o ArFa dando nome, armamentos e gerenciando seus status. Fonte: PS4 Share

Após a criação de seu personagem, você passa por um extenso tutorial. Embora seja essencial para quem não conhece o sistema geral de Sword Art Online, ele é extremamente maçante e cansativo, pois há diversas conversas e explanações que, por muitas vezes, são desnecessárias.

Após perder um bom tempo, o tutorial acaba, e você fica livre para fazer o que bem entender dentro do jogo. Mas calma, há coisas a serem aprendidas. Primeiro você precisa saber como distribuir seus atributos. Como em um MMORPG, há status de FOR, VIT, AGI, INT, DEX e LUC. Cada uma delas favorece um ponto específico em seu personagem.

Suas armas, acessórios, gadgets e habilidades, ficam disponíveis de acordo com o atributo que você está priorizando. Para equipar certos itens, é preciso ter 48 de FOR e 35 de DEX, por exemplo. O mesmo vale para as habilidades, que são liberadas de acordo com os status do jogador.

Este sistema de atributos acaba sendo um tanto falho e injusto, pois em campo, é muito complicado subir de nível. Além disso, monstros muito mais fortes que você aparecem do nada. Um exemplo está no cenário Deserto Remanescente, onde inimigos de level 50 surgem para atacar seu personagem de nível 8.

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A diferença de level entre você e os monstros chega a ser ridícula, de tão alta. Morrer é uma constante. Fonte: PS4 Share

Mundo genérico

Para quem assistiu ao anime, pôde ver diversos ambientes espetaculares e cheios de vida. No entanto, as coisas não são bem dessa forma no mundo de GGO.

O próprio jogo diz que as terras em Gun Gale Online são compostas por áreas desertas. Porém, ele não fala que elas são entediantes, repetitivas e maçantes de serem atravessadas. Junte isso à jogabilidade que, por muitas vezes, trava e deixa você no meio do fogo cruzado sem ter qualquer reação à multidão de inimigos em seu caminho, e tenha como resultado diversas mortes desnecessárias.

Em Fatal Bullet existem quatro grandes áreas, e dentro delas, as dungeons. Embora pareça uma forma de incentivar a exploração, isso acaba sendo entendiante, principalmente pelo design dos calabouços. Um aglomerado de containers compõe os estágios que guardam os maiores tesouros do jogo.

Sword Art Online: Fatal Bullet ganha pontos pela grande quantidade de equipamentos. Mesmo que GGO seja focado em armas de fogo, há possibilidade de usar espadas. No entanto, fica o aviso: elas não são tão efetivas quanto nos jogos anteriores.

Como em todo e qualquer jogo de RPG, SAO: FB também possui quests primárias e secundárias, sendo divididas em cinco formas distintas: principal, sub, caça aos monstros, inimigo único e caça ao tesouro. No menu de pause, você pode ver a localização das missões, facilitando sua vida na hora de completá-las.

Ainda sobre o sistema de quests, elas podem ser feitas repetidas vezes, garantindo dinheiro fácil, além de itens para criação de roupas e armas. No entanto, existem missões que ficam disponíveis apenas após concluir uma dungeon, e que consistem em voltar a calabouços já concluídos para matar os mesmos monstros de novo e de novo.

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Para ativar as missões, você pode ir aos terminais ou pedir para o seu ArFa-sys te levar às salas específicas de cada missão. Fonte: PS4 Share

E a história?

Já falamos aqui que Sword Art Online: Fatal Bullet é um jogo que, embora falhe no design dos cenários, na mesmice dos inimigos e é injusto com o jogador em campo, ganha pontos em customização. Mas e a história?

O novo título da série não traz uma explicação clara sobre o que está acontecendo. É algo exclusivo para consoles, e a narrativa acaba sendo focada nos próprios problemas dentro do mundo de SAO. Como por exemplo, encontrar as partes perdidas de seu ArFa-sys, ou adentrar em missões perigosas ao lado de personagens conhecidos da saga.

Este ponto da narrativa não é de todo ruim, pois você consegue focar-se no que realmente importa: ganhar muito dinheiro e conquistar os itens mais raros do mundo virtual ao qual você se encontra. No entanto, aqueles que procuram uma história bem desenvolvida, podem se frustrar.

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Assim como no anime, os jogos de Sword Art Online são bem inclusivos. Não importa o sexo do seu ArFa-sys, Bazalt Joe irá falar a mesma coisa. Fonte: PS4 Share

Para compensar algumas falhas na campanha, Fatal Bullet conta com o sistema de PvP e PvE online. No primeiro modo, você e mais quatro amigos, ao lado de suas unidades ArFa-sys, lutam contra chefes poderosos em busca de medalhas, itens usados em troca com NPCs. No segundo, você vai à caça ao tesouro para encontrar peças raras de roupas.

Vale a pena?

Sword Art Online: Fatal Bullet peca em diversos pontos. A falta de criatividade para com os cenários, IA lenta, inimigos repetitivos e a dificuldade em subir de nível, são apenas algumas das falhas presentes. Porém, se você é fã da saga, pode se divertir com a caçada sem fim pelos melhores equipamentos.3

A beleza da cidade principal é inegável. Toda a estrutura antiga, feita a partir de uma nave de combate que caiu naquela região, dá um ar de cemitério das máquinas. Além disso, os personagens principais têm seus estilos únicos, dando um toque muito pessoal a cada um deles.

O título está todo localizado para o nosso idioma. Porém, as vozes permanecem com áudio em japonês, sem opção de mudança. No fim das contas, Fatal Bullet vale se estiver naquelas promoções Flash Sale da PSN. Caso contrário, melhor passar longe.

Dica: como em um jogo online, Sword Art não tem pausa!

Rui Celso
Rui Celso
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Jogando agora: Nada no momento.
Ex-redator.