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Sackboy: Uma Grande Aventura: vale a pena?

Jogo oferece diversão descontraída em fases bem criativas...só demora um pouco a engrenar na jogatina e alterna momentos de alta e média intensidade

por Daniel dos Reis
Sackboy: Uma Grande Aventura: vale a pena?

Sackboy: Uma Grande Aventura é suco de diversão. Aquele típico jogo de plataforma que agrada pelo carisma, pelo desenho criativo das fases, dos personagens e pela sonoplastia incrível.

É um grande reforço para o “time de lançamento” do PlayStation 5. Claro, não é nenhum system seller, mas diverte bastante e mostra um pouco das capacidades da next-gen, com gráficos incríveis e carregamentos ultra-rápidos.

Uma Grande Aventura

O jogo é mesmo uma aventura de um garoto contra as forças perversas do mal. A trama é uma mescla de Disney + Sessão da Tarde. Não tem nenhuma abordagem filosófica ou personagens complexos.

O temido Vex, sorrateiramente dominou universo utópico de felicidade do Artemundo, lugar onde as criaturas tricotadas viviam bem felizes. Mas você, um inesperado herói, vai escalar os mundos para libertar seus pares da escravidão e colocar um fim nos planos do vilão, que mais se parece com o Chapeleiro Maluco.

E logo assim, no começo, temos um baita ponto positivo. Sackboy conta com uma dublagem incrível, digna dos melhores jogos de PlayStation. Se você acompanha o cenário brasileiro de dublagens vai reconhecer vozes bem famosas.

A diversão começa – ou quase – com você tendo de liberar fases através de mundos. Sackboy: Uma Grande Aventura parece se inspirar em jogos como Crash, Spyro, Mario e Rayman e não foge tanto do arroz com feijão. É simples.

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Sackboy é o herói improvável de uma jornada épica.

Mas ele demora um pouco a engrenar. Os primeiros níveis são exageradamente ingênuos e se arrastam na oferta de desafios. A mecânica é descomplicada: em cada fase você coleta esferas e elas são usadas para liberar novos mundos. Cada nível conta com uma quantidade diferente, sendo que algumas estão bem escondidinhas.

Mas não pense que por ser fofinho, é tudo muito fácil. Começa simples, mas logo engrena na dificuldade, principalmente nos desafios – alguns insanos – de tempo, chegando ao ponto de você ter que revisitar níveis anteriores para tentar coletar as esferas que deixou para trás.

Isso acaba bloqueando um pouco o progresso. Entre o quarto e quinto mundo você, certamente, vai precisar dar um rolêzinho em fases já vencidas.

Mas não é tão sofrido assim ter que voltar. Os níveis do jogo são bem interessantes. Com raras excessões, há bastante diversão em saltar plataformas, realizar tarefas para amigos, procurar por colecionáveis e usar muitos dos acessórios.

Desta vez, o herói tricotado é capaz de realizar mais façanhas como rolar, estapear os inimigos, um pulo duplo à lá Mario, usar puxadores, planadores e bumerangue.

Cada um deles tem uma aplicação inteligente nas fases. Os puxadores servem para trazer itens para mais próximo e até como um gancho. O bumerangue derrota oponentes e permite capturar itens mais distantes.

Já as botas planadoras e as luvas são bem úteis para movimentação e disparos de poder no melhor estilo hadouken.

As aplicações são ótimas e entregam uma boa variedade de gameplay. O próprio conceito do jogo em si está mais próximo dos plataformas mais modernos e distante do LittleBigPlanet. Com cenários totalmente em 3D, as progressões são mais abertas, com a câmera posicionada mais por cima, lembrando um pouquinho os grandes sucessos da Nintendo como Mario e Yoshi.

Mas ainda assim há momentos onde você encontra progressão lateral, bem ao estilo clássico da série, quando esta ainda era tocada pela Media Molecule. Em razão, disso, Sackboy está ligeiramente mais ágil. De toda forma, ainda parece que o jogo precisa de ajustes nos tempos de respostas dos saltos, algo bem importante, principalmente nas fases de tempo.

O grande charme talvez fique para as fases mais musicais. Nelas, o próprio comportamento das plataformas e inimigos seguem o ritmo das canções, algumas de artistas famosos como Bruno Mars e Britney Spears. Sobrou espaço até uma canção brasileira. Muito legal.

Nessas, o jogo mostra muito mais potencial, explorando melhor a criatividade inerente ao LittleBigPlanet, oferecendo aos jogadores sensações mais amplificadas pelo DualSense e um ritmo de jogo bem mais atrativo. É o ponto alto de Sackboy, sem dúvidas.

Ponto positivo ainda para as customizações. O garoto tricotado pode se fantasiar de inúmeras possibilidades. Algumas até fazem com que ele vire quase um “destaque de carro alegórico de Escola de Samba”, tamanha a diversidade de cores e opções.

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Personalizações são bem legais.

O jogo só peca em não oferecer um modo de criação. Em LittleBigPlanet – impossível não traçar um paralelo -, era possível criar mundos incríveis e compartilhá-los com a comunidade. Sackboy: Uma Grande Aventura não tem nada disso e se concentra mais em gameplay.

Para alguns até pode ser um ponto positivo, afinal, nem todos dispõe de tempo e criatividade, mas a ausência de experimentar criações da comunidade deixa uma lacuna.

Vale nota: não testamos o cooperativo local (versão de PS5). No jogo é possível jogar com outros amigos – localmente – em várias fases. Já o multiplayer online vai chegar em algum momento no fim deste ano.

Aventure-se!

Sackboy: Uma Grande Aventura se arrasta um pouco no começo e é menos épico do que os trailers deixam parecer, também poderia explorar um pouco melhor os recursos do DualSense e ser mais ajustado na jogabilidade em alguns momentos,  mas é mesmo uma jornada muito legal. Com cerca de 15-20 horas de gameplay, vai divertir despreocupadamente os fãs.

É mais uma boa estreia no PlayStation 5, com belos gráficos e sonoplastia. Você até consegue ver os fios de lã sair da cara do boneco, é bem impressionante o nível de detalhes no novo videogame. Claro, pode não ser um jogo que fará você migrar de plataforma, mas agrega bastante valor no conjunto da obra.

*Cópia do jogo oferecida gratuitamente pela assessoria de PlayStation.

Veredito

Sackboy: Uma Grande Aventura
Sackboy: Uma Grande Aventura

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Sumo Digital

Jogadores: 1 a 4 Jogadores

Comprar com Desconto
80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Visuais incríveis
  • Fases musicais muito divertidas
  • Customizações de vários tipos
  • Dublagem em PT-BR
Desvantagens
  • Um pouco lento no começo
  • Comandos poderiam responder mais rapidamente
Daniel dos Reis
Daniel dos Reis
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Jogando agora: Horizon Forbidden West (PC)
Manager do MeuPS e um cara de muita sorte por trabalhar com aquilo que gosta.