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PES 2018: Vale a Pena?

Agora eu se consagro.

por Thiago Barros
PES 2018: Vale a Pena?

Não chega a ser o vencedor do Prêmio Puskás ainda, mas PES 2018 é um golaço da Konami.

Se você jogou o PES 2017, sabe que ele era uma ótima experiência offline, mas bem ruim online. Pois, enfim, a empresa japonesa acertou este detalhe. Agora não tem mais lag o tempo todo nem longos minutos esperando achar um adversário. E se só isso já seria um grande upgrade, visual, jogabilidade e novos modos de jogo completam o pacote de melhorias super bem-vindo para a série.

Mesmo com alguns velhos erros, como dribles muito lentos, poucas licenças e times brasileiros, em sua maioria, com jogadores genéricos, Pro Evolution Soccer 2018 é o mais próximo que a Konami já conseguiu chegar de um jogo de futebol ideal. Ainda há espaços para evoluções no gameplay e para mais criatividade nos modos de jogo, mas o novo PES causa ótima impressão.

“Que beleza!”

Nunca um game da franquia foi tão bom de jogar. Com uma jogabilidade tão natural, mesmo com o estilo mais arcade já tradicional. Com a bola rolando, Pro Evolution Soccer 2018 pode ser visto por muitos como o melhor da história da série. E, por que não, como um dos melhores jogos de futebol de todos os tempos?

Desde a versão do jogo disponibilizada na E3, já era notória a melhoria de PES 2018 em relação a seu antecessor, que já era muito bom. O principal ponto a ser acertado era no gol. E os goleiros do novo game são os melhores já feitos pela Konami. É claro que eles ainda dão mole em lances cara a cara e algumas bolas aéreas, mas evoluíram muito, nas animações e nas defesas.

A troca de passes continua fluindo naturalmente, e as movimentações dos jogadores sem a bola são precisas. Especialmente se você tiver tempo para customizar uma tática e as instruções para eles. Aí sim você verá o quanto PES pode ser arcade no gameplay, mas simulador nas táticas. É muito bacana pode fazer tantas variações de formação, posicionamento e estilo de jogo assim.

Na marcação, as animações dos jogadores, especialmente em passes em profundidade, ainda dá a impressão de que os defensores nunca irão alcançar os atacantes, mas felizmente fica só na impressão. Quando você pega o jeito, consegue interceptar muitas jogadas, e até recuperar bem o tempo perdido após um bote errado ou uma falha de atenção.

Algo que vem melhorando também a cada ano é que está ficando cada vez mais difícil querer fazer tudo sozinho ou só lançar a bola na ponta e correr. Os jogadores têm movimentos muito mais realistas. Por isso, fica difícil apelar. Os chutes colocados e por cobertura também foram “nerfados“. Para acertar, agora é preciso que eles sejam, de fato, boas opções, não apelações.

O bacana é que essas melhorias podem ser sentidas em todos os modos de jogo. Seja no jogo rápido contra a máquina ou nas Divisões Online, nas Master League, no Become a Legend ou MyClub. Sim, todos esses modos estão de volta, com a novidade do Modo Cooperativo 3 x 3 e das partidas aleatórias, ambos muito divertidos.

São muitas as opções para você jogar futebol em PES 2018, e o que mais agrada é poder fazer isso online sem problemas. O PES 2017 só não foi melhor porque seu online era terrível. Agora, esqueça isso. Nada de lag e travamentos toda hora. Achar adversários ainda pode demorar um pouquinho, mas não mais aquele tempo absurdo. Enfim, a Konami deu jeito nisso.

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Jogabilidade continua como ponto forte do PES 2018.

O Meu PS4 jogou muitas partidas online para se assegurar disso. E, tanto nos modos comuns como no cooperativos, tudo funcionou muito bem. Uma excelente notícia! Tão boa quanto os gráficos de PES 2018. Novamente, assim como na jogabilidade, não havia muito o que mudar, porque já era ótimo no antecessor.

Mesmo assim, há ainda mais estádios brasileiros, a ambientação parece ficar cada vez mais real, tanto em termos visuais como no áudio das torcidas, e as faces dos jogadores são cópias fieis de seus rostos na vida real. Faltava ser só um pouquinho mais sóbrio no visual do jogo em si, mas é característica da série, mais “arcade” também no look.

“Que fase!”

O problema é que nem tudo é campo-bola. E, quando a coisa sai da jogabilidade e ambientação que as partidas têm, PES 2018 ainda precisa melhorar muito. O primeiro ponto, claro, não é fácil, nós sabemos, mas é a falta de licenças. É claro que tudo pode ser corrigido baixando um Option File customizado online e colocando no PS4, mas mesmo assim…

Começar um jogo, procurar o Real Madrid e encontrar o MD White, ou o Manchester United e se deparar com Man Red, com uniformes super sem graça, é uma ducha de água fria. Só não é pior do que comprar para jogar com seu time do coração, brasileiro, e vê-lo com jogadores genéricos ou, mesmo ele sendo licenciado, não estar com o elenco totalmente atualizado.

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Option File “resolve” problema das licenças.

Somente Flamengo, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, São Paulo, Vasco da Gama e Palmeiras têm uniformes e elencos reais – apesar de algumas transferências mais recentes, como Everton Ribeiro no Fla, ainda não terem sido efetuadas no game. Os outros têm apenas os escudos e os uniformes, mas jogadores genéricos – como acontecerá também no FIFA 18.

Os modos de jogo são variados – mas sem inspiração ou grandes novidades. Enquantos vemos 2K Sports e EA apostarem em enredos e interações, a Konami traz mais do mesmo no PES. O modo Become a Legend é igual ao anterior, assim como a Master League. Há melhorias para o gameplay, mas não em trazer atrativos extras para prender os jogadores neles.

E até na jogabilidade em si há alguns probleminhas. Um deles é recorrente e não deve mudar: a velocidade lenta dos dribles. Infelizmente, parece que essa mecânica é o que a Konami entende como o mais próximo da vida real na hora de fazer esse tipo de lance. É preciso saber o timing muito certo para acertar qualquer drible, menos as fintas de corpo feitas no analógico.

Os passes rasteiros em profundidade também não estão precisos como deveriam. Se antes era só tocar triângulo para deixar os companheiros na cara do gol, o que era sem graça, agora você não tem noção exata de onde a bola vai parar. Pode ser um lindo passe, como uma enfiada sem nexo. Também há muitas divididas que deveriam ser faltas e não são.

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Vasco da Gama e Flamengo fazem o clássico carioca.

Agora o que mais decepciona é a narração com Milton Leite. Talvez pela alta expectativa gerada em torno do narrador, que é excelente, mas muito também pela parte técnica. As inserções das vozes dele e de Mauro Beting em casos onde é preciso colocar o nome de um jogador ou time com uma frase gravada chega a ser tosca em alguns momentos.


Sem falar na pouca quantidade de frases, muitas deles repetidas à exaustão (“Futebol é um jogo coletivo, mas se tem um cara que pode decidir sozinho é ele” ou “Eu já perdi a conta, Milton“) e no fato de, algumas vezes, elas estarem localizadas de forma errada. Por exemplo: há momentos em que você cruza uma bola forte e Milton fala que foi um chute. Uma pena.

“Agora eu se consagro”

Você ainda vai se irritar ao pegar um jogador mais ou menos naquela bola dourada ou preta do MyClub. Querer contratar alguém e não conseguir na Master Liga. Pedir a bola e não receber, mesmo sozinho, no Become a Legend. Sofrer uma falta e o juiz não dar no Online. Tomar gols aos 90 com falhas dos amigos no cooperativo.

Mas o que seria a experiência em Pro Evolution Soccer sem isso? Afinal, para fazer um golaço que ninguém espera ou ganhar de um time bem mais forte ou tirar um Cristiano Ronaldo em um empresário pelo qual você não dava nada, você também tem que suar, certo? PES 2018 tem na sua essência o DNA da série, que fez o Winning Eleven bombar no Brasil nos anos 2000.

A palavra chave é diversão. Mesmo nos momentos tensos, você se diverte jogando o novo PES. Você se sente bem. Em uma pelada, só que virtual. Uma mistura certa entre a simulação, que se quer de um jogo moderno, e o arcade que traz a nostalgia do PlayStation 1, do tempo em que o Roberto Carlos era mais atacante do que lateral.7

Foi assim que PES se consagrou, e assim que ele vem tentando retomar o seu posto diante de um concorrente gigante que lhe massacrou no começo da década. FIFA 18 chegará no final da semana, e assim poderemos ter um comparativo entre os dois. Mas no que depender somente das suas próprias forças, PES 2018 é uma ótima opção de game para quem ama futebol.

  • Pontos positivos: Gameplay excelente, Variedade de modos de jogo, Ambientação incrível, Vários estádios brasileiros, Faces ainda mais perfeitas.
  • Pontos negativos: Narração decepcionante, Poucas licenças, Times brasileiros desatualizados, Falta de enredos nos modos de jogo.

*O jogo foi cedido pela Konami para avaliação.

Veredito

PES 2018
PES 2018

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: KONAMI

Jogadores: 4

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89 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Modo online funciona bem
  • Goleiros estão bons
Desvantagens
  • Poucas equipes e ligas licenciadas
  • Modos de jogo pouco interessantes
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
Publicações: 3.986
Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.