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Back 4 Blood: vale a pena?

Título se consagra como um dos multiplayers mais divertidos de 2021

por Raphael Batista
Back 4 Blood: vale a pena?

Em 2008, a Turtle Rock Studios lançou Left 4 Dead. O título foi um sucesso incontestável e considerado como um dos melhores multiplayer cooperativos. Mais de 10 anos depois — e com o fracasso de Evolve no meio do caminho — a desenvolvedora retorna com Back 4 Blood e, felizmente, acerta em tudo o que propõe.

Definido como “o sucessor espiritual de Left 4 Dead”, o game oferece partidas intensas e desafiadoras. Com uma boa variedade de armas e um sistema de cartas eficiente, Back 4 Blood é um tiro certeiro para quem gosta de sobrevivência e um gameplay divertido.

Há alguns problemas, como o desbalanceamento das dificuldades e uns bugs, mas que serão facilmente ajustados pela desenvolvedora. Acima de tudo, o título se firma como um dos melhores games online de 2021.

O que se faz em Black 4 Blood?

Atire! Basicamente, sua missão principal é sobreviver às hordas de zumbis. Em nossas análises, geralmente começamos falando sobre o enredo que sustenta as ações e motivações dos jogadores. No entanto, nesse caso, a história pouco importa porque tudo se resume a aniquilar os mortos-vivos.

Até existe uma narrativa principal e as cinemáticas entre os Atos explicam mais sobre universo pós-apocalíptico, mas os jogadores não são movidos pelo desenvolvimento da história por ela funcionar apenas como um pano de fundo fraquinho.

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Até que existe uma história, mas ela é pouco relevante. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

Essa falta de apelo ao enredo não é prejudicial por causa do verdadeiro ponto forte do game: o gameplay. Back 4 Blood é inteiramente sustentado pela jogabilidade que mescla a diversão de enfrentar vários zumbis e os desafios de sobreviver aos monstros.

A premissa é bastante simples: comece uma partida, cumpra o objetivo principal (sabotar uma área, salvar civis ou encontrar um item) e chegue ao refúgio para terminar o capítulo. Ao final de cada Ato — são quatro no total — os jogadores enfrentam desafios especiais, como ondas de chefões ou missões especiais.

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O banho de sangue é inevitável! (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

Para cumprir as missões, os jogadores têm a disposição uma boa variedade de armas que podem ser modificadas. Além disso, há itens rápidos que mudam o rumo da partida. Vale uma nota: o DualSense se aproveita muito bem da resposta tátil e dos gatilhos adaptáveis para os equipamentos.

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Prepara-se para o combate. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

A sensação de repetição é basicamente anulada por vários elementos do jogo, mas os principais deles são o sistema de cartas e a diversidade dos cenários. Iremos nos aprofundar nessas duas características agora.

Quase um Yu-Gi-Oh!

Em Back 4 Blood, os jogadores precisam lidar com os mortos-vivos, mas com uma pitada de estratégia. Para isso, há o sistema de cartas que dá um novo ar ao gameplay. No lobby, é possível construir um baralho para ser utilizado nas partidas e cada carta oferece atributos melhores, estatísticas específicas e habilidades especiais.

Montar um deck é crucial para o sucesso dos sobreviventes nas batalhas. Certas melhorias, como um espaço adicional de um item ofensivo ou uma vida extra, são acessíveis somente pelas cartas desbloqueadas a cada episódio do Ato. Portanto, é preciso equilibrar o baralho a fim de melhorar as estatísticas individuais ou do grupo.

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Prepare-se antes das partidas com as cartas ideais. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

Essa característica se torna tão importante porque o jogo não possui uma árvore de habilidades para o jogador evoluir os personagens. Assim como nos títulos do gênero MOBA, os heróis de Back 4 Blood já têm seus atributos pré-definidos e permanecem do mesmo jeito para sempre. Os diferenciais estão justamente nas cartas — que podem ser ofensivas, melhorarem status de agilidade ou darem suporte à equipe.

De certa forma, essa falta de evolução é um pouco frustrante. Afinal, a única recompensa ao concluir as fases é ganhar pontos para liberar cartas e skins para armas/personagens. Não existe um prêmio maior para continuar o gameplay a não ser a própria experiência.

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Cada Sentinela possui atributos específicos e o jogador pode “evoluir” com skins visuais. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

Um mundo para se viver

Quanto aos cenários, é nítido como a Turtle Rock Studios melhorou o visual do game desde o período de testes. As fases estão mais bonitas, e até os mortos-vivos possuem características visuais mais aprimoradas.

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O estúdio fez um ótimo trabalho de ambientação. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

A desenvolvedora colocou ambientes que se transformam a cada capítulo. Em determinados momentos, os jogadores passarão pelos mesmos cenários, mas entrarão em lugares que antes estavam bloqueados. Além disso, os episódios têm fases completamente inéditas.

Há situações que o combate contra os zumbis acontece em um campo aberto. Já em outros, os players são levados para um filme de terror onde tudo é escuro e os sons são assustadores.

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Uma fase que parece ter saído de um filme de terror. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

O fator replay ainda é incentivado pelos diferentes níveis de dificuldade. Os jogadores poderão escolher entre Recruta, Veterano ou Pesadelo. No entanto, prepare-se! Enquanto o primeiro modo é relativamente fácil, os seguintes são muito desbalanceados, por isso, o estúdio já trabalha em correções.

Ainda vale a pena mencionar o ótimo trabalho da trilha sonora e de algumas músicas especiais que aparecem nas fases. As missões ficam com um ritmo frenético e tornam a experiência bastante intensa.

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Intenso é a palavra certa para o gameplay. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

As limitações

Back 4 Blood não foi feito para jogar sozinho. Existem dois motivos para isso: o gameplay se torna chato e o progresso não salva. No primeiro caso, a experiência fica muito melhor com amigos que possuem o jogo. A comunicação é facilitada e o esquadrão pode se organizar.

Além disso, caso o jogador não tenha parceiros no gameplay, os bots inseridos não são de grande ajuda. Eles funcionam apenas para soltar munição ou itens de cura, mas não abatem os alvos com eficiência. Por outro lado, a dificuldade do jogo é nivelada com a quantidade desses companheiros da I.A. Então, os players não sofrem tanto assim.

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Jogar com bots é garantia de passar raiva. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

Sobre o segundo caso, o jogo não salva a progressão no modo solo. Sem novas cartas ou conquistas e, como apontamos anteriormente, as únicas recompensas do jogo são exatamente elas. Portanto, se faltarem companheiros de jogatina, será necessário recorrer ao matchmaking (e torcer para encontrar pessoas) para “evoluir” no game.

Ainda há mais problemas listados em Black 4 Blood. Durante vários momentos, o áudio do jogo simplesmente parou de funcionar e o sistema de convites não funcionava até reiniciar o aplicativo. Além disso, outros relatos indicam a instabilidade com os servidores.

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Os bots conseguem ficar presos nos cenários. (Foto: Reprodução/Raphael Batista)

Back 4 Blood: vale a pena?

Back 4 Blood se firma como um dos melhores jogos multiplayer do ano. Suas limitações e bugs não são tão incômodos, além de serem facilmente superados pela diversão que oferece. Contudo, a experiência é “completa” somente com amigos no gameplay.

O preço pode assustar — na PS Store, o valor é de R$ 299,99. Se você é um jogador que não abre mão de uma boa história single player, Back 4 Blood não entrega isso. No entanto, se procura por um multiplayer divertido para jogar com seus amigos, o novo título da Turtle Rock Studios é uma escolha acertada.

Veredito

Back 4 Blood
Back 4 Blood

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Turtle Rock Studios

Jogadores: 1-4

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80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Jogabilidade muito divertida
  • Fator replay bastante incentivado
  • Variedade de ambientação bem feita
  • Ótimo uso do DualSense
  • Legendas e dublagem em PT-BR de alto nível
Desvantagens
  • Falta da sensação de evolução
  • Dificuldades desbalanceadas
  • Exigência de amigos para um gameplay divertido
Raphael Batista
Raphael Batista
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Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.