Instituto aborda saúde mental nos jogos e recomenda mudanças importantes
Estudo foi impulsionado pelo combate a ambientes de trabalho tóxicos no cenário gamer
Através de estudo realizado sobre o comportamento inapropriado em ambientes de trabalho, a Mental Health Foundation recomendou um maior cuidado por parte da indústria de jogos. Abordando saúde mental e hábitos de consumidores da área, a ONG britânica reforçou a importância em entregar benefícios a partir de conteúdos autorreflexivos.
A pesquisa teve como base registros diários feitos por 24 jogadores, onde foi exigida a prática de uma rotina de jogos e a descrição da saúde mental por meio de relatos. Além de apontar bullying e assédio no meio online, o grupo reforçou a perda de identidade devido a sentimentos de vergonha causados por inúmeros fatores, como medo e abuso.
Muitos jogadores veem os jogos como forma de evitar a socialização externa, e manter um equilíbrio emocional entre as responsabilidades e o hobby pode ser uma tarefa difícil. Resultados apresentados na pesquisa mostraram que essa relação pode impactar das mais diversas formas, tanto para melhor quanto para pior.
“A indústria de jogos tem um papel enorme em alcançar pessoas que precisam proteger sua saúde mental”, disse a ONG. “A indústria tem um enorme potencial para atuar como uma fonte para ajudar a promover o bem-estar mental.
“Além disso, nosso estudo mostra que os jogadores esperam que a indústria de jogos tome medidas sobre isso. Os jogadores estão pedindo que você faça mais: não porque você precisa, mas porque você tem a oportunidade e o poder de fazer uma diferença positiva em suas vidas”, conclui.
As recomendações de saúde mental
Segundo a ONG, é importante que os estudos estimulem o enfrentamento de comportamentos prejudiciais e comunidades tóxicas, dando significado ao combate à discriminação de forma ampla. Assim, incorporar conteúdos de saúde mental em games — via recursos de design — ampliaria a conscientização e fortaleceria debates sobre inclusão e representação comum.
“Observar nossos próprios hábitos é o primeiro passo importante antes de podermos fazer mudanças positivas”, disse Catherine Seymour, chefe de pesquisa da Mental Health Foundation. “A indústria poderia apoiar mais autoconsciência e jogos ‘intencionais’ por meio do design do jogo (recursos ou conteúdo) e/ou comunicações por meio de outros canais”.
Em um mercado que tanto se discute sobre bullying, assédio, toxicidade e males impactantes, estimular comportamentos menos agressivos e mais compreensivos é essencial para a manutenção da comunidade. Ainda há espaço para melhorias em ambos os campos — devs e jogadores —, mas reforçar debates e reflexões sobre o respeito ao próximo é um caminho importante a ser traçado por todos.
O que você acha da discussão? Acredita que abordar saúde mental é uma forma de transformar o cenário gamer em sistemas mais convidativos? Deixe sua opinião nos comentários.