A era Battle Royale: o porquê do sucesso do modo de jogo
O sucesso tem o porquê.
Apesar de muitos torcerem o nariz para o modo de jogo, o cenário atual dos videogames é certo: os Battle Royales são uma febre. Muitas ofertas estão disponíveis nos diferentes mercados. PUBG e Fortnite predominam o cenário dos consoles, enquanto que concorrentes chegam aos lotes, H1Z1, Paladins, Call of Duty: Black Ops 4 e mais um tanto que ainda serão lançados.
Como se não bastasse, nos celulares existem múltiplos jogos que apelam para o multijogador a fim de conseguirem viralizar dentro da comunidade. Por fim, streamers e youtubers investem horas a fio nestes jogos, claro, a pedido do público aficionado. Mas, porque? Como a bolha do Battle Royale inchou tanto a ponto de todos os jogos cogitarem a inclusão do modo em suas produções?
O elemento PUBG
Quem não quer se destacar em algo na vida? Até mesmo os mais discretos esperam ser notados em sua própria discrição. Não se trata em ser prepotente ou orgulhoso de algo, mas sim, de realizar devidas ações que correspondam a um grau de excelência satisfatória. Não há nada de errado nisso. E foi isso o que PUBG soube destacar bem: a chance de você ser o melhor.
Pensamos que os videogames estão longe da realidade, afinal, como que é possível alguém pular de paraquedas numa ilha para matar seus 99 oponentes? No entanto, convido você a trazer tal imagem para a realidade. Dia de vestibular. Você está numa sala com 99 concorrentes. Você sabe que a universidade só disponibilizou uma vaga com bolsa 100% para o seu desejado curso. O seu objetivo é único, ser o melhor do que todos.
Claro, entre matar pessoas e superá-las no vestibular existe um grande abismo, mas o foco não é o ato, e sim a recompensa. “Quem vence no final organiza o funeral” é muito mais que uma frase, mas um bordão para aqueles que se orgulham pelo grau de excelência ao atingirem o objetivo maior.
O viral Fortnite
O que PUBG começou, Fornite incrementou. Apesar do jogo não ter começado com o modo Battle Royale, apresentando características de jogo PvE, o modo adicionado posteriormente coube como uma luva dentro da proposta. Num cenário caricaturado, com armas das mais bizarras, possuindo a chance de construir fortificações, um cenário perfeito para a instauração do caos que o Battle Royale favorece.
Então que as proporções tomaram outros rumos. Enquanto que o primeiro apostava exclusivamente na recompensa, o segundo conta com um adicional improvável: o imaginário. Como não se encantar ao subir em um míssil em movimento apenas para “pegar uma carona” até outro ponto do mapa? Só em Fortnite.
Com o surgimento destes dois jogos, foi então que o Battle Royale explodiu (de vez) para o cenário atual que estamos vivendo. Não é uma discussão sobre qual proposta é a melhor, afinal, os dois investem em recursos diferentes.
O acrônimo F.A.M.
São três características principais que destacam os jogos Battle Royale, e que sustentam a premissa e tornam-na famosa. 1) Facilidade, 2) Acessibilidade, 3) Mitagem.
- Facilidade – em PUBG e Fortnite, apesar de certos recursos de RPG como a escolha de armamentos melhores e afins, seu objetivo e métodos para tal são claros: mate todos usando as armas que encontrar. Sem contexto. Sem background. Matança por matança. Só isso já angaria muitos fãs do gênero de ação.
- Acessibilidade – muitos jogadores atualmente não possuem o tempo que gostariam para aproveitarem nos videogames. Por isso, partidas em torno de 20 a 30 minutos em PUBG ou Fortnite tornam-se a tarefa diária de muitos, algo que é fácil, não leva muito tempo e é divertido.
- Mitagem – jogos em Battle Royale são propensos para lances antológicos. Jogadores que matam vários ao mesmo tempo, jogadas insanas, e também momentos engraçados e improváveis. Isso, adicionado com a tecnologia de compartilhamento de vídeos, resulta em várias postagens divulgando momentos sensacionais e, outros, bizarros.
Facilidade, acessibilidade, mitagem e tudo o que há de bom… Esses são os ingredientes que formam o tripé sustentador do Battle Royale. Até quando esse boom permanecerá? Difícil prever. O modo pode se sustentar ainda por anos, já que o apelo ao multijogador é muito forte. Certo é: enquanto o modo existir, sua timeline no Facebook estará repleto de lives e streamings de pessoas que você nunca ouviu falar.