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MADiSON VR: vale a pena?

MADiSON VR é uma experiência genuína de terror

por André Custodio
MADiSON VR: vale a pena?

Felizmente, o PS VR2 vem se aproveitando muito bem do gênero de terror. E mesmo com vários títulos relevantes nesta categoria, ainda parece haver espaço para mais. Foi assim que MADiSON VR chegou: chutando a porta e assumindo de vez a coroa.

Mas calma lá: não é porque o jogo é bom que você deve investir impensadamente seu suado dinheiro. Pense bem antes de embarcar nesta jornada insana ao inferno, pois a aventura promete trazer traumas irreversíveis para sua mente.

Sabendo que a adaptação para realidade virtual do popular game de terror é tudo isso mesmo que estão comentando, siga com a gente e saiba mais sobre esse projeto que redefine com autoridade tanto o estilo de horror psicológico quanto o uso de tecnologias em RV.

Há algo muito errado nesta casa

Preso em sua residência, Luca se vê em um pesadelo sem fim ao descobrir que sua família passou por eventos trágicos. Sem entender o que é real ou ficção, o último sobrevivente é atormentado por visões perturbadoras que levam para um nome: Madison Hale.

Em seu aniversário de 16 anos, o jovem é presenteado com uma câmera instantânea. Porém, enquanto desbrava o que restou de um lar abandonado, ele descobre que o artefato, na verdade, é capaz de ligar o mundo dos vivos com o dos mortos.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

Agora, cabe a ele entender como escapar do local com vida. Mas a jornada não será fácil: o espírito de um serial killer vigia constantemente os passos do protagonista, revelando estar relacionado com atividades demoníacas e com um ritual bizarro.

MADiSON VR é um jogo de terror psicológico que combina puzzles com sobrevivência. O game é uma adaptação direta da versão flat, originalmente lançada em 2022 pela Bloodious Games. Sua campanha consiste tanto na construção atmosférica quanto em jumpscares.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

De início, vale a pena elogiar a consistência do jogo. MADiSON VR equilibra perfeitamente o horror inquietante com os famosos “sustos de pular”. A campanha curta de apenas 2h30 rende momentos inesquecíveis e funciona quase como um filme interativo.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

A localização para menus e textos em português do Brasil deixa tudo mais ajustado, apesar de haver muitos elementos de interpretação. Documentos, coletáveis e segredos adicionais completam uma história intensa e brutal, onde uma família foi totalmente destruída.

A câmera revela a realidade

Enquanto Luca explora a casa decadente, a câmera é utilizada para mostrar caminhos tortuosos no mundo dos mortos. Cada “capítulo” ocorre em um cenário diferente, introduzido através de uma porta vermelha que apenas a instantânea é capaz de abrir.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

Ao longo do jogo, é possível conhecer catacumbas, catedrais, esgotos, cemitérios e outros locais perturbadores. Cada região possui suas próprias características, enriquecidas pelos efeitos fenomenais de partículas, iluminação e sombras.

Além disso, a casa principal de MADiSON VR também está lotada de quebra-cabeças. Luca passará por vários andares e cômodos resolvendo problemas e analisando objetos específicos. Tirar fotos de cada um pode revelar a real natureza dos itens.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

O título inclui sessões com perseguidores apavorantes. Como os sustos no game são pontuais e com um excelente timing, os jogadores não estão seguros a momento algum e precisam solucionar puzzles com sabedoria e através de um backtracking constante.

Por falar em quebra-cabeças, esses elementos são muito inteligentes e intuitivos — longe de serem óbvios. O ambiente e as assombrações causam uma pressão intensa a todo instante e exigem que a cabeça esteja no lugar. Não ceder é essencial.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

Essa mecânica da câmera funciona muito bem com o PS VR2. Como MADiSON VR possui suporte ao rastreamento ocular, a movimentação é muito interessante e realista, assim como os efeitos de vibração no próprio headset.

Pelo amor de Deus, não desista

Assim como um jogo souls, MADiSON VR traz uma satisfação ímpar com a conclusão dos capítulos. O fim de cada história resulta no retorno para casa, mas o local fica cada vez mais amaldiçoado, assim como há também em títulos como Silent Hill 4.

O game também possui uma exploração satisfatória, ótimas interações com objetos e uma sensação angustiante de perigo. Mesmo em momentos mais “tranquilos”, barulhos de porta, ranger de pisos e melodias ocorrem baixinho ao fundo.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

O sistema de mixagem de áudio em MADiSON é excelente — para não dizer perfeito. Jogar com headset é uma experiência absurda e muda completamente o cenário de jogo, devido à compatibilidade com som espacial em 3D.

Outro destaque fica por conta da narrativa intrigante. A história do jogo evolui de uma forma muito natural, e mesmo os eventos mais confusos conseguem se conectar quando Luca investiga documentos e encontra referências pela casa.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

De fato, MADiSON VR funciona como um filme interativo, com uma excelente condução dos diretores e respeitando a essência de uma boa jornada de horror psicológico. Há muitos games de terror excelentes por aí, mas o port em RV de MADiSON é algo nunca visto.

MADiSON VR: vale a pena?

Experiência autêntica de terror, MADiSON VR é claustrofóbico, assustador, angustiante e bizarro. O título conta com uma atmosfera bem construída, que se aproveita dos maravilhosos efeitos técnicos e de som para ampliar a sensação de “coisa ruim”.

O jogo da Bloodious Games é recomendadíssimo para todos que estão com os exames cardiológicos em dia e, óbvio, curtem o estilo de terror. E mesmo para quem é medroso, o jogo merece essa atenção por revolucionar suficientemente o hardware do headset do PS5.

MADiSON VR
Fonte: André Custodio

Há algumas falhas em termos de popping de iluminação em cantos e em uma campanha que poderia ser um pouco maior, mas elas são ofuscadas por um respeito extremo ao gênero de horror e pela condição sufocante imposta a cada segundo.

MADiSON VR custa R$ 174,90 na PS Store, mas não se engane com esse preço relativamente salgado para o dispositivo. Vale muito a pena mesmo o investimento. Certamente você se divertirá, assim como os convidados que forem chamados para sua casa.

Veredito

MADiSON VR
MADiSON VR

Sistema: PlayStation VR2

Desenvolvedor: Bloodious Games

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
86 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Visuais absurdos no PS VR2
  • Ótima integração com as tecnologias do headset
  • Efeitos de som 3D de última geração
  • Boas interações em RV com os objetos
  • Narrativa em plano-sequência muito bem conduzida
  • Atmosfera de terror extremamente imersiva e opressora
  • Legendas e menus em português do Brasil
Desvantagens
  • Algumas falhas na iluminação
  • Curto tempo de campanha
André Custodio
André Custodio
Redator
Publicações: 7.979
Jogando agora: Metro Awakening, Diablo IV
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.