[Análise] Mega Man 11: Vale a Pena?

Mega Man está de volta! Após anos de hiato, sem um novo jogo de relevância, Mega Man 11 será lançado amanhã (2). Mas como sempre, você já pode conferir o que o Meu PS4 achou do jogo em primeiríssima mão.

Esqueça as histórias com backgrounds mais sombrios, armaduras, dashes e outros movimentos mais elaborados, comuns da série X. A jogabilidade clássica está de volta, com sessões de plataforma, uma história mais leve e divertida e os robôs clássicos com o sufixo “Man”.

Mas o jogo traz inúmeras novidades. Um novo sistema de combate adiciona mais estratégia e profundidade. Além disso, os gráficos contam com uma atualização considerável, adotando um visual bem moderno e estiloso. E por fim aquela boa e velha dificuldade punitiva que todo fã do jogo conhece.

Sim, amiguinhos. Mega Man está de volta!

Mega Man 11 para salvar o mundo (de novo)

A história do jogo segue a máxima dos anteriores. Mega Man, com a ajuda de Dr. Light e Roll, precisa lutar contra oito robôs malignos, derrotar Dr. Willy e o que quer que ele tenha inventado. A bola da vez: Willy sequestra robôs que estavam passando por um check-up de rotina no laboratório de Light, usando uma tecnologia há muito esquecida.

Tal tecnologia é exatamente o sistema “Double-Gear”. Anos atrás, a pesquisa de Light foi escolhida no lugar deste modelo desenvolvido por Willy. Jurando vingança, ele decide escravizar os robôs que encontra para (adivinhem!) dominar o mundo.

Sem muita alternativa, Mega Man decide se submeter ao implante da tecnologia em si mesmo, o que concede as capacidades aumentadas de potência e velocidade. Com isso, e hora de buscar uma solução ao problema e trazer Willy à justiça.

O mais legal dessa história é que ela segue bem os padrões estabelecidos pelos jogos anteriores da saga Light/Willy. Não busca ser complexa ou trazer questionamentos ao jogador. E pura e simples “vai lá derrotar o mal”, como todos gostamos.

Só não espere algo muito elaborado.

As engrenagens do jogo

Mega Man 11 alia o novo ao clássico de forma orgânica. Temos as famosas 8 fases, cada qual com seu chefe específico. Este pode ser derrotado mais facilmente, utilizando-se um determinado poder ganho de outro chefe. As sessões de plataforma continuam muito desafiadoras.

Em determinados momentos, será como se o jogo realmente quisesse sua falha. Por vezes, foi bem frustrante ver o personagem morrer e morrer no mesmo lugar. Então, para ajudar aos menos masoquistas, e a aqueles que são novatos, o título conta com opções dificuldades mais amenas.

Já as novidades ficam por conta do sistema Double Gear. Está tecnologia dá mais poder e velocidade a Mega Man, com uso limitado. Assim, é necessário pensar estrategicamente antes de fazer seu uso. Em momentos de desespero, o jogador ainda pode acionar ambas, ao custo de ter o robô azul enfraquecido por alguns instantes.

Uma das engrenagens (gears) concede maior velocidade a Mega Man. A outra, maior poder de fogo. E, claro, seu tempo de uso é limitado. Estes recursos são casados de forma bem natural ao gameplay. Com o tempo, mesmo aqueles mais puritanos, vão se acostumar com essas novas mecânicas. E certamente vão gostar.

No controle

E por falar em gameplay, este está bem no padrão da série. Ou seja: espere por sessões difíceis de saltos precisos, enquanto desvia de robôs sedentos pela sua carcaça azul. Só para chegar a seções ainda mais difíceis, e enfrentar chefes bem casca-grossa.

Falando em level design, estes se mostram muito bem elaborados, refletindo de forma satisfatória os temas nos quais se baseiam. Além disso, o desenho dos estágios favorece (e por vezes obriga) o uso da nova mecânica Double Gear. Com o tempo, sua ativação vai se tornar bem natural, como se fosse uma mecânica que sempre existiu.

Mega Man ainda conta com a ajuda de Rush, seu companheiro fiel, e das melhorias que podem ser adquiridas no laboratório de Light. Estas são desbloqueadas ao se coletar parafusos espalhados pelas fases, em um sistema similar a Mega Man 8 (PSX).

O robô azul é fluído e dinâmico na movimentação e combate. Assim, o personagem se torna satisfatório em controlar e o jogo não fica enfadonho. Ponto para a Capcom!

Temática clássica, novo visual

A maior surpresa de Mega Man 11 é, com certeza, seu visual totalmente moderno. Indo na contramão de Mega Man 9 e 10, a Capcom trouxe um título com gráficos mais modernos, belos cenários e com efeitos de luz, sombra e texturas agradáveis aos olhos.

O próprio Mega Man parece rejuvenescido. Os outros personagens, carismáticos, estão igualmente bem construídos (gráfica e narrativamente).

Mas um ponto que se pode colocar como “para melhorar” pode ser a sonoplastia. Embora os efeitos sonoros sejam gostosos de escutar, as musicas-tema das fases são um tanto quanto enjoativas.

Fora que a dublagem está bem estranha. Mega Man parece um garoto de 12 anos, com uma voz de 30 e poucos. No mínimo, peculiar. No máximo, completamente fora de contexto. E para completar, o título não possui qualquer localização ao nosso idioma. O que é uma pena, com certeza.

Extras pra quem te quero

O novo título do robô azul não vem só com a aventura principal. Em um mundo onde os jogadores clamam sempre por mais, Mega Man 11 vem com alguns extras bem bacanas.

O Challenge Model retorna de Mega Man X Legacy Collection, e promete deixar carecas muitos jogadores. Prepare-se para desafios escabrosos, onde somente os melhores irão se sobressair. O mais interessante nesse modo é que ele não se limita ao “time attack”. Desafios como coletar medalhas, chegar ao chefe usando o mínimo de pulos e ataques são apenas alguns exemplos.

Fora isso, ainda existe a busca pelos colecionáveis in-game, o que certamente manterá os players cativos. Itens, melhorias, e artes da galeria para desbloquear compõem

A Capcom mostra, assim, que quando quer, consegue fazer algo realmente agradável.

Em sua melhor forma

Após muito tempo esquecido pela desenvolvedora, Mega Man ganha um título de respeito. Mecânicas inovadoras, gráficos atualizados, aliados com a jogabilidade e elementos clássicos, fazem Mega Man 11 um jogo digno de honra.

E os desafios não param por aí. Para os mais ávidos caçadores, o título conta ainda com um troféu de platina, que certamente será uma conquista extremamente trabalhosa e demandará muita habilidade dos que se propuserem propuseram a tal jornada. Desafios como terminar o jogo na maior dificuldade, ou chegar ao chefe sem tomar dano fazem parte dos obstáculos a serem superados.

No final, Mega Man 11 se sagra como um bom jogo. Uma obra, que deve ser, sem dúvida, recomendada.