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Wild Hearts: vale a pena?

Com ideias originais, Wild Hearts se mostra divertido e intenso

por André Custodio
Wild Hearts: vale a pena?

Se a Capcom tivesse escutado os feedbacks dos fãs nos últimos anos, chegaria a um resultado semelhante a Wild Hearts com sua franquia Monster Hunter. Apesar das incontáveis semelhanças entre os games, não dá para negar que a EA antecipou essas possíveis melhorias e fechou um acordo com a Omega Force, da Koei Tecmo, para fazer algo surpreendentemente sólido e original.

Em questão de poucas semanas, o título de caça aos monstros saiu de um objeto de desconfiança para algo realmente digno de atenção. E olha, uma coisa é possível garantir: será muito difícil algum fã desse estilo de jogo se decepcionar, pois os pontos positivos, a imersão no mundo selvagem e a qualidade geral de apresentação, de fato, merecem aplausos.

A última resistência da humanidade

A terra de Azuma, inspirada no Japão Feudal, foi dominada por monstros conhecidos como Kemono. Esses seres ocuparam o território e se reproduziram em larga escala, reduzindo a população humana à cidade de Minato.

Lá, uma última resistência foi criada, com caçadores e pessoas comuns tentando estabelecer uma civilização sustentável. Porém, à medida que a ameaça cresce para além dos muros, menos recursos sobram para a sobrevivência. Dessa forma, resta eliminar cada criatura e entender de onde elas vieram.

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Fonte: André Custodio

Eis então que o herói de Wild Hearts surge. Predestinado a enfrentar os seres espalhados por Azuma, um caçador se torna o herdeiro de espíritos antigos conhecidos como Karakuris. Assim, ele precisa usar essas ferramentas para controlar a madeira e transformá-las em armas mortais, versáteis e implacáveis.

Essa história é apenas uma justificativa para o cumprimento de missões paralelas e principais, mas é apresentada como uma forma de imergir nas necessidades do povo e em sua jornada. Os NPCs são repletos de especialidades que os tornam não apenas interessantes, mas essenciais na progressão.

Além disso, Minato é dotada de uma certa aura mística. A cidade, desenhada com uma grande riqueza de detalhes e em grandes proporções, traz uma energia de paz e de local seguro, mas seus moradores guardam preocupações compartilhadas apenas por seus diálogos — localizados em PT-BR.

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Fonte: André Custodio

No vilarejo de Wild Hearts, é possível adquirir itens de forja, consumíveis e uma série de outros benefícios. À medida que se avança na campanha, mais mecânicas chegam à cidade, incluindo mesas de fabricação, desafios diários, navegação por mares e, obviamente, solicitações de moradores.

20 monstros, 20 combates épicos

Wild Hearts tem apenas 20 monstros considerados caças. Uma desvantagem enorme se comparada com o grande catálogo de criaturas na franquia Monster Hunter. Porém, há uns pontos nesse aspecto que valem a pena ser reforçados.

A aventura da EA, apesar de ter suas limitações na variedade, supera esse problema com batalhas que nunca são as mesmas. Seja pelas ferramentas de combate, pelas armas imponentes ou pelo moveset dos adversários… Quando tudo isso se combina, praticamente se origina um sistema roguelike profundo.

Aqui, os desafios são imensos, e explorar os mapas sozinho pode trazer grandes riscos às missões. Apesar disso, essa é a oportunidade ideal para conhecer o mundo, coletar recursos sem compromisso e entender como é preciso se preparar para realizar seus primeiros encontros.

Outro ponto super positivo é a sensação de familiaridade desde os primeiros momentos: novato ou veterano no gênero, simplesmente não há excessos. O menu é simples de entender, os comandos são intuitivos e não existe um catálogo de centenas de itens para descobrir como cada um funciona.

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Fonte: André Custodio

Além disso, Wild Hearts conta com um sistema de tower defense integrado à proposta principal do jogo. Durante a campanha, será preciso construir monumentos do Dragão para facilitar algumas atividades. Eles incluem fogueiras para descansar, torres para encontrar alvos, tirolesas, forjas e mais.

Tendo isso em mente, é hora de enfrentar as criaturas. Os combates diretos são marcados por uma intensidade, onde trilha sonora e ações frenéticas se destacam. Os monstros também são um show à parte, pois o alto dano causado e às condições de hit kill podem terminar a batalha em poucos segundos.

No embate, os jogadores devem ser estratégicos: combos fracos podem ser interrompidos, enquanto combos mais fortes ligam sequências recomendadas apenas se houver abertura. Além disso, as criaturas se transformam constantemente em versões mais poderosas, alterando também a geografia da área.

Aqui, podemos pontuar alguma semelhanças com Monster Hunter. As caças caem, têm guardas quebradas, fogem e mancam devido ao enfraquecimento. Mas, mesmo diante de tudo isso, poder saltar, se movimentar e escalar criaturas tem não somente seu valor, mas um charme que embeleza as lutas.

E é aí que entra a grande particularidade de Wild Hearts: os Karakuris.

Conheça, domine e aprenda mais sobre os Karakuris

Caso você tenha ficado desconfiado do sistema de fabricação em tempo real de Wild Hearts, fique tranquilo. Produzir Karakuris durante as batalhas é simplesmente fantástico. São inúmeros modelos de madeira e com as mais variadas funções; desde impulsão até imbuimento de fogo na arma.

Assim como Monster Hunter, essa mecânica é baseada em fios. Porém, devido à limitação e ao desgaste quanto ao uso, é preciso coletar energia espiritual dos Kemonos para acumular mais poder de construção e utilizar da forma como preferir.

Além das construções em tempo real, alguns eventos são ativados aleatoriamente durante as lutas. Quando os monstros investem contra os jogadores, construir uma barreira mesclada pode impedir o ataque. Já uma marreta pode quebrar a guarda da criatura e abrir seus pontos fracos.

Em relação aos comandos, tudo é muito simples e sem rodeios. Os Karakuris são ativados através de um menu rápido e personalizado vinculado ao botão L1. A partir disso, basta escolher o mais conveniente e preencher os espaços à sua frente com a quantidade de blocos desejados. Fácil.

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Fonte: André Custodio

Porém, não adianta confiar só neles. Em Wild Hearts, as batalhas contra os Kemonos são difíceis e exigem planejamento completo. Preparar refeições, conhecer os Karakuris mais adequados para cada confronto e melhorar atributos de armas e do herói são ações obrigatórias.

Aqui, não há muito mistério. A evolução das armas e fabricação é semelhante à de Monster Hunter. Há categorias específicas e existem incontáveis ramificações. Você pode retornar a arma ao “estado zero” e testar outras possibilidades, ou simplesmente manter o equipamento e criar um novo.

Já a árvore de habilidades do personagem é ampla. São muitas opções de ramificações e de vantagens, abrangendo o limite de itens de cura carregados, o poder e alcance dos Karakuris, a eficácia de itens encontrados pelos mapas e muito mais.

Azuma é um playground bonito

Como um título exclusivo de nova geração, Wild Hearts foi realmente bem trabalhado pela Omega Force. Os cenários são deslumbrantes e cheios de detalhes, enquanto vidas grandes e menores, hostis e tranquilas, se espalham pelos quatro cantos — infelizmente, com a ausência de um Modo Foto.

Há documentos, recursos especiais, amigos mecânicos para party, e muito mais. Cada passo é extremamente recompensador e é designado para facilitar a vida do explorador. Pontos de instalação de fogueiras, alimentos e outros segredos são apenas alguns detalhes encontrados.

Além disso, itens de forja e de melhorias não são escassos e podem ser colocados em grandes quantidades no inventário. Dessa forma, o fator replay surge como função primordial em missões e na exploração livre, permitindo que as áreas sejam novamente reconhecidas para garantir mais chances de sucesso.

Apesar disso, não há como ignorar alguns bugs visuais, especialmente em superfícies líquidas. Em cenários com poças, rios e mares há a impressão de um certo atraso para a renderização natural. Com isso, muitos jogadores identificarão um grande vácuo translúcido antes de verem a água em seu devido lugar.

Online completo é um fôlego para receosos

Enfrentar um Presa-régia ou um Venectita pode ser um pavor para caçadores solo, mas realizar batalhas com outros dois companheiros não é apenas mais fácil, mas absurdamente divertido. É insano ver os colegas indo para cima dos monstros, realizando manobras e saltos, e ativando seus próprios Karakuris.

Wild Hearts também possui um multiplayer estável, rápido e funcional para ambas as partes. Basta ir em uma fogueira para entrar na sessão aberta de qualquer outro jogador pelo mundo, buscar uma sala por um ícone de missão no mapa ou pedir ajuda em momentos de maior aperto.

Toda a campanha também pode ser realizada em cooperação — e crossplay! Assim, o host fica responsável por ver animações, interagir com NPCs e visitar as localidades de sua escolha, enquanto os convidados podem explorar, coletar recursos, usar forjas e lojas, e enfrentar qualquer tipo de monstro.

Wild Hearts: vale a pena?

Wild Hearts chega como um baita concorrente para a franquia Monster Hunter. Enquanto a propriedade da Capcom se mantém em uma zona relativamente comum e busca agradar os fãs de longa data, o game da EA é uma grata surpresa para quem deseja ver mudanças em um modelo “confortável”.

Na aventura de nova geração, quase todos os aspectos — com a única exceção da variedade de monstros — são melhorados. Gráficos, acessibilidade, fluidez do combate, opção de travar mira, expressões faciais de personagens, histórias… É uma resposta ao rival.

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Fonte: André Custodio

O game vale a pena para quem busca diversão e intensidade. As batalhas nunca se repetem, e experimentá-las no multiplayer deixa tudo ainda mais orgânico e interativo. É um verdadeiro mundo entregue para que horas sem gastas em literalmente qualquer atividade — seja exploração ou caça.

Vale lembrar que Wild Hearts já está disponível na PS Store e oferece desconto de 10% para assinantes EA Play. Dito isso, é uma experiência recomendada para todo tipo de público.

Veredito

Wild Hearts
Wild Hearts

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Omega Force

Jogadores: 1 a 3

Comprar com Desconto
85 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Experiência de jogo empolgante
  • Sensação de recompensa constante
  • Gameplay acessível e com informações claras e nítidas
  • Recursos inovadores e muito originais
  • Os kemonos e seus níveis de dificuldade são um show a parte
  • Modo online no estilo Nioh merece elogios
Desvantagens
  • Pouca variedade de criaturas
  • Bugs visuais, especialmente em superfícies de água
  • Modo Foto faz falta devido à intensidade do jogo e à dificuldade de capturar frames
André Custodio
André Custodio
Redator
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Jogando agora: Diablo IV, Sprawl, Trombone
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.