Sid Meier's Civilization VII: vale a pena?
Review

Sid Meier’s Civilization VII: vale a pena?

Novo lançamento da famosa franquia de estratégia promete dividir opiniões

por Vinícius Paráboa

Tecnologia, cultura, poderio militar, economia. Esses são os principais elementos pelos quais os maiores impérios do nosso mundo são lembrados através dos séculos. Do mesmo jeito, Sid Meier’s Civilization VII procura fazer com que os jogadores sintam na pele como é administrar e expandir esses recursos, para ficarem marcados para sempre nos livros de história, como líderes natos de uma nação.

O novo lançamento da 2K Games revoluciona os sistemas de gameplay de uma franquia consagrada. Os fãs de longa data com certeza estranham as novidades a princípio, mas com um pouco de tempo, já se acostumam com as mecânicas das eras, as trocas de civilizações durante as transições dessas eras, e com os líderes não estando atrelados a uma civilização específica.

Começo, meio e fim

Antes de tudo, é bom mencionar que Civilization VII continua sendo um jogo “4X”, ou seja, segue girando em torno das quatro seguintes ações: eXplorar, eXpandir, eXtrair e eXterminar. O jogador escolhe um líder e uma nação, precisando explorar um enorme mapa, que fica dividido em casas hexagonais. Então, deve-se fundar e aumentar cidades, extrair recursos, para, então, desenvolver-se o suficiente e vencer seus inimigos. Nada diferente em relação aos games antecessores, certo? Até aqui, sim — mas, só até aqui.

O sétimo jogo da franquia da Firaxis conta com uma dinâmica bastante diferente em relação aos seus antecessores. Primeiramente, é necessário escolher um líder histórico, que possui habilidades únicas e permanecerá com você até o final da partida. Algumas das opções incluem Benjamin Franklin, Isabel, Maquiavel, Napoleão, etc. Então, basta selecionar uma civilização da chamada “Era da Antiguidade” e dar início ao gameplay.

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(Foto: Vinícius Paráboa)

Pois bem, estas são as primeiras diferenças para Civilization VI. As nações agora são divididas em três “Eras”: a já citada “Antiguidade”, a “Era da Exploração” e a “Era Moderna”. A princípio, o jogador escolhe uma civilização da Antiguidade e, ao longo da partida, ela evoluirá para uma nação da “Era da Exploração” e, por fim, se transformará novamente para uma da “Era Moderna”. Isso sem contar que, agora, os líderes não ficam atrelados a uma só nação — se Hatsheput é a sua líder, por exemplo, não quer dizer que é obrigatório jogar com o Egito.

Caso não tenha entendido, vamos nos aprofundar. Você seleciona Napoleão como seu líder e a Grécia como sua civilização da Era da Antiguidade. Conforme o jogo avança para a próxima era, o player recebe a opção de evoluir sua nação para uma que pertença à Era da Exploração (Índia Chola, Espanha, Incas, etc.). Depois, pode evoluí-la mais uma vez, para uma civilização da Era Moderna (América, México, Rússia, etc.).

Essas transições entre eras, vale mencionar, ocorrem de forma simultânea entre todos os participantes da partida. Portanto, não pense que um bom early game garantirá um snowballing gigantesco. Claro, ter um early game bom ainda é muito vantajoso, mas ao fim de cada era, o jogo praticamente recomeça, evitando um desbalanceamento estrondoso.

Aliás, o jogador precisa se atentar às mudanças de eras: é necessário cumprir os seus objetivos antes delas ocorrerem, para conseguir vantagens. Caso contrário, Civilization VII traz punições que prejudicam sua busca pela vitória.

Militarismo, economia, ciência ou cultura?

As condições de vitória em Civilization VII também são um pouco diferentes, sendo possível de quatro formas: Militar, Econômica, Científica ou Cultural. Ao contrário de Civ 6, não há como vencer através da religião — embora ela desempenhe um papel importante no caminho da vitória Cultural.

Por fim, as dinâmicas das suas cidades também receberam novidades importantes. Você terá uma cidade grande, que funciona da mesma forma que nos games anteriores: produzindo unidades e construções a cada turno. No entanto, ao fundar novas cidades, elas são “pequenas” e servem apenas para gerar ouro e ceder alimentos para as suas vizinhas. Para criar unidades e construções com elas, é necessário comprar com ouro (ou, eventualmente, evoluí-las para uma cidade grande).

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(Foto: Vinícius Paráboa)

Essas novidades dão um frescor ao game, ao invés de seguir uma fórmula já consagrada. É estranho no começo, mas, com algumas partidas, o jogador se acostuma. O grande problema disso tudo, é que, sim, Civilization VII perde, muito, em profundidade.

A retirada da vitória por religião é um exemplo disso. A intenção da Firaxis, provavelmente, foi otimizar a experiência, pois uma guerra religiosa em Civ 6 exigia executar uma série de ações em um único turno, causando uma lentidão até exagerada. E, apesar de ter sido bem-sucedida nesse aspecto, a desenvolvedora reduziu o escopo da estratégia necessária para vencer uma partida — algo bastante positivo nos lançamentos anteriores.

Civilization VII é um jogo muito bonito, mas com bugs

Se no gameplay há arestas a aparar, graficamente, Civilization VII é muito bem feito. O novo jogo da Firaxis adota um estilo mais realista em relação ao seu antecessor, com personagens parecendo menos cartunescos, por exemplo. Além disso, os elementos do mapa estão mais vivos — basta dar um zoom em construções, na água do mar ou até na natureza para notar isto.

Tecnicamente, ainda existem ajustes a serem realizados. Durante os nossos testes, o título passou por alguns crashes — algo que a comunidade já vem reclamando desde o lançamento. Eles não são constantes, mas podem irritar os que buscam uma experiência fluida.

Vale ainda mencionar o desempenho do DualSense. É um tanto lento mover o cursor pelo mapa — como normalmente acontece em qualquer experiência de estratégia nos consoles —, mas não é difícil fazer uma ação com os botões do controle. O grande problema é a interface de usuário, que “esconde” boa parte das coisas presentes ali, sendo confusa em muitos momentos.

Civilization VII: vale a pena?

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(Foto: Vinícius Paráboa)

Civilization VII divide opiniões. Embora se trate de um jogo diferente em relação aos seus antecessores, ou seja, apresentando muitas novidades e evitando o rótulo de “mais do mesmo”, ele causa estranheza, com certeza.

Se você busca ares novos, o sétimo título da franquia possa te agradar. As diferenças nos sistemas de gameplay, principalmente a que permite explorar diversas estratégias ao unir um líder X e uma nação Y, garante mais variedade. Por outro lado, a perda na profundidade estratégica, é definitivamente um problema para os que esperam uma experiência mais “difícil”.

Na PS Store, Civilization VII custa R$ 349,90 em sua edição padrão. Talvez, o preço cheio seja um pouco salgado, então, se tiver interesse, espere por uma promoção que já fica de bom tamanho.

Veredito

Sid Meier's Civilization VII
Sid Meier's Civilization VII

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Firaxis Games

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
75 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gráficos bonitos
  • Gameplay dividido em Eras
  • Possibilidade de escolher o mesmo líder para várias nações
Desvantagens
  • Gameplay raso em relação ao Civilization VI
  • Crashes no PS5
Vinícius Paráboa
Vinícius Paráboa
Editor
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Jogando agora: Dragon Ball: Sparking! Zero, Fairy Tail 2, Stellar Blade
Editor no MeuPlayStation. Fanático por Crash Bandicoot, God of War e pelo Grêmio.