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Rocket Arena: vale a pena?

Game multiplayer da EA promete muita diversão em combates 3x3 alucinantes

por Thiago Barros
Rocket Arena: vale a pena?

Quem joga videogame desde o fim dos anos 90 e início dos anos 2000, certamente, bate o olho no nome Rocket Arena e lembra do mod de Quake. Agora, o título está de volta, mas em uma proposta totalmente diferente, capitaneada pela Final Strike Games e publicada por ninguém menos do que a Electronic Arts. Sem qualquer relação com o de antigamente.

Por outro lado, algumas referências são claras. Primeiro, no estilo de barrinha com dano progressivo e knockout ao invés de kill, ao estilo Super Smash Bros. Outra é a pegada cartunesca de um multiplayer 3 vs. 3 em terceira pessoa, a cara de Splatoon. E os heróis têm um quê de Overwatch, game que pegou o mundo de surpresa e foi um sucesso instantâneo meio que “do nada”.

E talvez essa seja a aposta do primeiro título criado pela Final Strike. É muito difícil encontrar algo ruim no game dentro do que ele tem como objetivo. Não é um jogo super elaborado, com uma baita história, nem um título AAA de gráficos realistas e super imersivo, e sim uma opção de jogatina divertida e viciante, que pode dar até um salto para um aspecto competitivo.

Afinal, há partidas ranqueadas em Rocket Arena, e o jogo tem uma curva de aprendizado que parece bem interessante. Cada personagem possui características próprias e dominá-las, a ponto de encaixar combos, por exemplo, demora um tempo. Sem contar no fato de que um pode ser um ótimo counter pick para o outro e alguns funcionam bem em certos modos de jogo, mas não tanto em outros.

Não se sabe como será a recepção do título, e isso é fundamental, afinal ele é focado totalmente em multiplayer, mas se uma galera curtir essa proposta e comprar a ideia, Rocket Arena tem tudo para fazer sucesso.

Variedade de heróis, modos e mapas

Ao todo, são 10 heróis disponíveis para jogo no lançamento. Porém, haverá novos personagens sendo adicionados a cada temporada – já tem até um preparado para a próxima, que começa em 28 de julho. E é bom frisar que esses updates serão gratuitos e periódicos. Isso é, realmente, um ponto positivo do game.

A variedade de Heróis do Mundo da Cratera é incrível pelo fato de eles, realmente, serem bem diferentes entre si. Cada um possui suas próprias características. Por exemplo: Blastbeard é mais lentão, mas dá um baita dano. Izell é super rápida e tem um golpe especial que faz ela “voar” numa determinada direção.

Isso faz total diferença no gameplay. Seja em termos de combinar as habilidades do seu time como também na hora de saber enfrentar seus adversários. A dica é testar todos e, depois de encontrar o seu favorito, começar a jogar com ele para aprender os combos. Seja no modo de treino ou na prática em si, é importante se dedicar.

Especialmente porque o Mundo da Cratera tem, além de vários mapas, uma variedade de modos de jogo. O principal é o Nocaute, onde você tem que mandar os rivais para fora da arena, estilo Smash. Outro super divertido é o Foguetebol, onde é preciso fazer gols, com as bolas que aparecem no centro do mapa. Tem também o Mega Foguete, de capturar zona, e o Caça ao Tesouro, de pegar moedas.

E, antes de ir para dentro da troca de tiros de foguetes, o jogador pode também treinar na Escola de Foguetes – com um tutorial básico, que é feito antes de começar o jogo em si, o treino com um adversário parado, além das partidas customizadas contra bots e/ou amigos. Além disso, temos um modo cooperativo, chamado Ataque dos Foguetobôs, com três pessoas contra uma invasão de bots.

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Tudo isso dentro da ambientação sugerida para o Mundo da Cratera. O visual é bem interessante dentro da proposta. Os cenários não apresentam grandes diferenças em termos de itens espalhados, destruição do local, nada disso. Porém, visualmente é bacana notar as diferenças, além dos espaços e locais que o jogador pode usar para a sua estratégia.

Curva de Aprendizado

A jogabilidade em si é simples de entender, mas difícil de dominar. Especialmente porque cada personagem possui um estilo. Mas seus comandos básicos são o desvio dos tiros, os pulos e o uso de foguetes também para escalar paredes e dar saltos. In-game, ainda tem as caixinhas com habilidades extras, tipo aqueles “?” do Mario Kart.

Outro detalhe interessante é a presença de artefatos. Conforme você vai evoluindo, além de melhorar as habilidades do seu personagem, você pode liberar itens que modificam seu gameplay. Cada partida gera XP para que você desbloqueie peças de foguetes, artefatos e até mesmo trajes, para deixar seu herói também bem bonitão.

Há algumas diferenças entre o modo social e o modo ranqueado, mas é importante destacar que, independente de qual estilo você siga, existe uma curva de aprendizado em Rocket Arena. No começo, nas suas primeiras partidas à vera, você vai ficar perdidaço. Sem saber como tomou dano, sem acertar direito os foguetes.

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Uma mecânica fundamental é a de dodge, para desviar dos golpes e tentar evitar ser nocauteado. Além disso, cada personagem possui habilidades próprias – uma de tiro básico, outra um pouquinho mais forte e uma especial. Todas essas têm tempos de recarga variados, então também é preciso saber combinar tudo isso.

No geral, Rocket Arena é um título extremamente divertido, mas que também pode se tornar algo super estratégico e competitivo. Vai muito do seu pensamento. Conforme dito anteriormente, é semelhante a títulos como Super Smash Bros, Splatoon e Overwatch. Pode tornar-se chato ou repetitivo em alguns momentos, só que isso é super comum em games assim.

Crossplay sim, loot box não

O MeuPlayStation testou Rocket Arena em um evento de preview no PC, depois jogou a versão de PS4, Por que estamos falando disso? Porque o título é “histórico” em certo ponto. É o primeiro da EA a já sair “de fábrica” com o crossplay habilitado. Mais do que isso, ele se torna também um marco pela ausência de loot boxes.

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Há um passe de batalha e há compra de itens cosméticos com “dinheiro real”, mas nada que influencie o gameplay, em termos de pay-to-win, ou de pacotes com conteúdo que você não sabe o que é. Esses são dois pontos extremamente positivos e que devem ser valorizados – afinal, são pedidos antigos dos jogadores em diversas franquias.

O único ponto em que Rocket Arena parece deixar a desejar é no conteúdo single-player. Um modo história e mais opções para quem não tem amigos com o jogo e/ou para não depender tanto de ele ser um sucesso de vendas. O modo de jogo com bots, por exemplo, tem o jogo somente contar robôs, não contra outros personagens, o que dificulta um pouco o treinamento.

Rocket Arena: vale a pena?

Um outro ponto interessante é que Rocket Arena não tem o preço cheio de lançamentos do PlayStation 4. Ele sai por “apenas” R$ 148,90 na PlayStation Store – e R$ 134,01 para quem assina o EA Access. Ou seja, nem mesmo no valor, que é algo que tem pesado negativamente para muitos títulos (e, aparentemente, vai piorar no PS5), ele decepciona.

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Rocket Arena é uma experiência incrivelmente divertida e desafiadora, que tem tudo para agradar os fãs de um bom combate multiplayer. Dentro da sua proposta, ele é ótimo. Especialmente porque pode agradar tanto quem curte só se divertir como também os que buscam um novo desafio competitivo.

Não parece ser um dos títulos que mais chamam a atenção de muita gente, talvez por ser de um estúdio menor e ter um aspecto que pode dar a impressão que é infantil, mas se você curte jogos desse estilo, vale a pena, sim, dar uma chance. O combate 3 vs. 3 proporcionado pelo game reúne elementos consagrados de outros títulos, porém dá a sua cara e cria uma experiência única.

Sim, vale a pena. Carregue seus lança-foguetes e vá se divertir!

Veredito

Rocket Arena
Rocket Arena

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: Final Strike Games

Jogadores: 1-6 (multiplayer online)

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80 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Combate frenético
  • Variedade de personagens
  • Calendário de conteúdo adicional
  • Diferentes modos de jogo e cenários
  • Preço "baixo"
  • Possibilidade de se tornar bem competitivo
Desvantagens
  • Foco quase que totalmente online
  • Aprendizado não é tão simples
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.