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Pistol Whip: vale a pena?

Misto de Beat Saber e Superhot, FPS da Cloudhead Games é uma grata surpresa no PSVR

por Thiago Barros
Pistol Whip: vale a pena?

Você não vai achar muitos jogos mais divertidos do que Pistol Whip no PSVR. Até porque ele parece um “misto” entre dois dos melhores jogos da plataforma até agora, Superhot e Beat Saber. Os tiros, movimentos e inimigos têm clara semelhança com o primeiro, enquanto seu lado musical segue o estilo do segundo. E a combinação deu muito certo!

Especialmente porque o jogo te oferece uma liberdade bacana. Não tem história ou uma sequencia certa para fazer as missões. Você vai escolher a “cena” que quer jogar e cair pra dentro. Basta escolher de acordo com a duração e o estilo de música. Cada uma, é claro, terá seus inimigos e seu design – que é inspirado num tema que dá o título à mesma.

A experiência é extremamente imersiva e vai te garantir uma jogatina super divertida – o que deve ser o principal propósito da realidade virtual. E você vai suar, literalmente, porque o jogo estimula o movimento e tem um nível de dificuldade desafiador. Contudo, existe um detalhe que gera leve preocupação a médio/longo prazo: Pistol Whip tem tudo para ficar repetitivo rápido.

Dança, gatilho

As análises no Metacritic dão exatamente essa noção sobre o jogo: os sites especializados são só elogios, mas os jogadores demonstram preocupação com a repetição. A diferença entre notas, de 90 para 65, é claramente justificável por isso: normalmente, quem faz review joga algumas horas, tem sua impressão e publica – especialmente num jogo como esse. Só que quando você passa mais tempo…

Pistol Whip Game - PlayStation
Pistol Whip tem cenários incríveis (Foto: Divulgação/PlayStation)

Para colocar em perspectiva, o que acontece em Pistol Whip é o seguinte: você entra no game, faz um tutorial e depois fica solto na tela inicial que tem um painel gigante à sua frente com os “pôsteres” das “cenas”. A ideia é simular que cada uma é tipo um filme de ação. À esquerda, antes de selecionar qual missão jogar, é possível escolher uma arma.

A inspiração, segundo os próprios devs, vem de filmes como John Wick e Equilibrium. E, para quem não sabe, ele foi lançado primeiro para computador – onde, inclusive, já tem até expansão.

Quando a batida começa a tocar no seu ouvido, é hora de ir pra cima. Seu movimento em frente é automático, não se preocupe com ele, mas você tem que andar para os lados e se agachar para evitar obstáculos, além de desviar dos tiros dos inimigos, que vão surgindo nos mais variados locais dos cenários.

Pistol Whip Game - PlayStation
Variações de cenas são bem bacanas (Foto: Divulgação/PlayStation)

Alguns aparecem na sua frente, outros ficam mais escondidos, tem até alguns que surgem de cima e/ou de baixo e também dos lados. O seu objetivo é matá-los o mais rápido possível – e não tomar tiros na cabeça. Tudo isso ao som de alguma trilha bem bacana e com uma ambientação com game design incrível.

É muito, muito divertido ficar no ritmo da batida, “dançando” e atirando. Tentando derrotar os inimigos rápido, acertar tiros na cabeça para ganhar mais pontos… É bem legal também que você pode configurar a vibração do controle de acordo com a música. Mas ele não é como Beat Saber no quesito ritmo. Não é necessário acertar os tiros de acordo com a canção.

Pistol Whip Game - PlayStation
Sem dúvidas, é um jogo extremamente divertido (Foto: Divulgação/PlayStation)

Há uma variação bacana tanto cenas quanto no seu arsenal, e existe ainda uma enorme quantidade de “diferenciadores” que você pode aplicar ao jogo. Como ficar imortal, por exemplo. Essas são características que tentam fazer o fator replay do game aumentar. Porém, honestamente, isso não é o suficiente.

Porque, por mais divertido que seja e por mais variações que possam ser proporcionadas, o gameplay ainda é o mesmo. E não entendam mal, ele é incrível. De verdade. Só que, infelizmente, chega uma hora que cansa, né? Depois de fazer todas as cenas, ou até sem chegar a tanto, é inevitável aquele sentimento de “ok, e agora?” tomando conta do seu ser.

Pistol Whip: vale a pena?

A sensação que fica é que Pistol Whip é um dos melhores games que o PlayStation VR tem em seu catálogo. Não há dúvidas quanto à qualidade técnica e ao nível de entretenimento que ele é capaz de proporcionar. O grande questionamento é: quanto tempo isso dura? Apenas 15 cenas não é o melhor cenário possível em termos de conteúdo, não é mesmo?

Pistol Whip Game - PlayStation
Jogo deve ganhar updates em breve (Foto: Divulgação/PlayStation)

A torcida é para que a Cloudhead Games siga os exemplos dos próprios Superhot e Beat Saber, lançando DLCs e pacotes de conteúdo, possibilitando assim que seu título tenha uma vida útil mais longa. Sejam gratuitos ou pagos, esses packs podem tornar o game mais atrativo. Especialmente com canções de artistas mais conhecidos.

Um update com três novas cenas chegou ao jogo no PC, e até o final do ano, um DLC maior também pode ser disponibilizado. Caso os desenvolvedores disponibilizem esses updates também para o PSVR, pode ser um novo sopro de vida bem necessário para o game.

Mas, no geral, sim, Pistol Whip vale a pena. Até porque ele não tem um preço tão alto (R$ 103,90) e, mesmo que você enjoe depois de jogar todas as cenas, vai ter sido bem bacana ter aproveitado elas. Se você tem um PSVR e os controles PS Move, anote esse nome na listinha de jogos para adquirir. Você não vai se arrepender.

Veredito

Pistol Whip
Pistol Whip

Sistema: PSVR

Desenvolvedor: Cloudhead Games

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
85 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Variedade de mapas e estilos de música
  • Gameplay super simples, mas desafiador
  • Gráficos e cenários de muito bom gosto
  • Rankings e adaptação de nível de dificuldade
Desvantagens
  • Pode ficar repetitivo rapidamente
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
Publicações: 4.134
Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.