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Monster Hunter Rise: vale a pena?

Título mais recente da franquia Monster Hunter é a experiência definitiva de caça

por André Custodio
Monster Hunter Rise: vale a pena?

Após quase dois anos desde seu lançamento para Nintendo Switch, Monster Hunter Rise, título mais recente da franquia, chega aos consoles PlayStation. Com novidades em mecânicas e melhorias gráficas, o projeto traz uma experiência definitiva de caça a novos públicos, mantendo a essência dos projetos anteriores.

Criaturas ainda mais poderosas, uma grande variedade de equipamentos, o evento catastrófico conhecido como Frenesi… são apenas alguns dos aspectos que prometem reunir os caçadores mais experientes do mundo. Porém, essas questões são suficientes para manter os fãs interessados em mais aventuras?

A história é… caçar monstros

Na vila de Kamura, um guerreiro é recrutado como caçador pela Guilda para combater as ameaças do Frenesi. Ao lado do líder Fugen e de vários outros companheiros, o herói precisa aprimorar suas habilidades e adquirir armas poderosas para eliminar ameaças ao nível de calamidade.

Durante a campanha, toda a trama é constituída através de eventos da Aldeia, de Encontro e de missões Urgentes. Cada conclusão habilita diálogos opcionais, jornadas secundárias e atividades que oferecem mais detalhes sobre o Frenesi e as gigantes criaturas em ascensão.

Em biomas únicos, os monstros aguardam o caçador para serem capturados ou eliminados. Essa decisão varia de acordo com os requisitos das missões e com as preferências de gameplay. Porém, tais ações devem ser repensadas, pois oferecem benefícios no combate e desafios adicionais a contornar.

monster hunter rise
Fonte: André Custodio

Dessa forma, é importante frisar que Monster Hunter Rise segue a fórmula de jogabilidade baseada na caça a monstros. A todo instante, os jogadores devem reabastecer inventários, comer nas Cantinas para ganhar boosts e selecionar os equipamentos mais adequados de acordo com o monstro caçado.

Esse sistema é bastante familiar para jogadores de longa data e muito objetivo para novatos. Em tese, não há muito mistério: escolha a missão principal, ative umas secundárias para obter recompensas extras e entre no mapa relativo ao evento. Ao terminar tudo, repita o ciclo.

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Fonte: André Custodio

Caso o jogador queira uma dificuldade adicional, as missões Frenesi ficam à disposição em momentos oportunos e limitados. Diferentemente das atividades tradicionais de caça, elas trazem um sistema no estilo tower defense, com a entrada de hordas em um mapa limitado e a necessidade de construir estruturas.

Essas campanhas são bem mais desafiadoras. Muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e exigem uma visão ampla do campo de batalha. Bombas, armadilhas, canhões, torretas e NPCs controlados por I.A. são apenas alguns dos mecanismos facilitadores.

É preciso estar preparado

Antes de cada missão, os NPCs de Monster Hunter Rise reforçam sobre as etapas necessárias para a preparação para combate. Como o game é bastante cíclico, os fundamentos consistem em checar todos os atributos e equipamentos antes de dar início a um evento da Aldeia ou de Encontro.

Nesses casos, a abordagem é diferente. Na Aldeia, as missões ranqueadas são direcionadas à campanha solo; ou seja, é bem mais fácil derrotar inimigos sem preparações mais exigentes. Já na Área de Encontro é preciso ter mais cautela e completar um checklist de coisas importantes a serem feitas.

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Fonte: André Custodio

Como regra geral, vale a pena citar a importância de reabastecer itens de cura (para HP e Vigor) e de armadilha. Além disso, os Dangos ajudam a melhorar atributos de coleta, de exploração de defesa/ataque e da sobrevivência em geral. Como cada comida potencializa três aspectos, é essencial compreender como otimizar ao máximo o desempenho do guerreiro.

Outra questão muito importante em Monster Hunter Rise é a afiação das armas. No início da batalha, os golpes causam 100% de acerto e dano máximo, mas perdem em eficiência à medida que o medidor de afiação é reduzido. Esteja sempre atento a ele e encontre a melhor oportunidade para usar a Pedra de Amolar.

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Fonte: André Custodio

A preferência é toda sua

A criação de personagem em um primeiro momento é bem limitada, mas quando os jogadores chegam à Kamura um verdadeiro mundo de opções se abre. Pingentes de power-ups, armas, armaduras e estilo de combate pré-determinado dos membros da party são apenas alguns dos ajustes do caçador.

Nesse aspecto, o principal destaque de Monster Hunter Rise fica por conta das armas. São dezenas de categorias que variam de tamanho, potência e efeitos de status de inimigos, com a possibilidade de realizar upgrades por meio de loot, recompensas e carcaças de criaturas.

Cada equipamento tem suas próprias habilidades e exige que os caçadores o dominem completamente antes de iniciar batalhas mais desafiadoras. Para isso, a aldeia disponibiliza um campo de treinamento simulando um combate real, mas sem os riscos ocasionados pelos monstros dos mapas.

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Fonte: André Custodio

Além disso, os companions do jogo também podem sofrer upgrades e evoluem naturalmente de nível a cada confronto. O Amicão e o Amigato estão à disposição para todas as missões e acrescentam dinâmicas especiais para as partidas, como atordoamento, cura, agarrão e outros golpes exclusivos.

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Fonte: André Custodio

Infelizmente, a progressão de Monster Hunter Rise não transmite segurança caso os caçadores queiram arriscar em missões mais complicadas. É difícil entender quando o personagem e os equipamentos estão realmente poderosos, já que os atributos parecem sempre nivelar por baixo.

Os upgrades também não resultam em melhorias claras e, a muito custo, aprimoram valores irrisórios de defesa, afinidade, ataque e efeitos em combate. Com isso, a opção de testar armas se torna um pouco vazia, assim como as incontáveis alternativas de itens de inventário.

Um verdadeiro banquete de monstros

Em Monster Hunter Rise, a quantidade de monstros chega a assustar. São criaturas de todos os tamanhos e propriedades que prometem adicionar pitadas extras de dificuldade, tanto por meio de suas movimentações imprevisíveis quanto pelos eventos aleatórios nos mapas.

Ao iniciar uma missão, o caçador parte para uma das regiões pré-estabelecidas. Em seguida, deve percorrer todo o caminho até seu alvo, lutando contra minions e coletando recursos para aumentar atributos em uma única batalha. Com tudo isso, resolvido, basta dar início à luta contra o chefe.

As batalhas são intensas, e os jogadores podem sentir dificuldades de movimentação, especialmente pela grande sensação de peso oferecida pelo personagem. Porém, em poucos minutos a mágica acontece e toda a ação ganha ares dramáticos, combinando trilha sonora com um gameplay recheado de surpresas.

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Fonte: André Custodio

Ao enfrentar a criatura, os jogadores devem escolher se querem eliminá-la ou capturá-la. A primeira opção é a mais simples: basta atacar, se esquivar e perseguir o monstro quando ele fugir para se recuperar. Já a segunda é bem mais complicada, mas garante recompensas ainda melhores.

Vale lembrar que diversas estratégias ficam à disposição do jogador. Áreas dos mapas de Monster Hunter Rise podem apresentar maior nível de hostilidade e os pequenos monstros têm chance de se virar contra o chefe e de reduzir de HP.

Use e abuse dos Carabinsetos

Recurso inédito da franquia, os Carabinsetos são ferramentas divertidas que se assemelham às vidas nativas nas regiões exploráveis. De início, o caçador têm direito a dois insetos em seu inventário, mas o mapa dá inúmeras oportunidades para um terceiro ser coletado e adicionado ao rol de uso.

Quando a arma não está embainhada, o Carabinseto funciona como um gancho e permite o salto para locais mais distantes ou mais altos. Já quando a arma está portada, utilizá-lo garante um golpe especial com alto potencial de dano e com capacidade de atordoar ou enfraquecer o alvo.

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Fonte: André Custodio

Porém, mesmo esse recurso deve ser visto como uma estratégia. Isso porque ele tem um tempo de cooldown e pode complicar a vida do caçador caso não tenha nenhum ativo em uma hora de necessidade. Trabalhá-lo e entender como ele pode ajudar nas lutas é uma ajuda significativa.

Quando a ajuda falta, o segredo é ir com tudo

Monster Hunter Rise conta com uma quantidade massiva de tutoriais e busca guiar os jogadores a todo custo. Todo tipo de interação é apresentada em uma tela suspensa lotada de informações que muitas vezes são vagas ou muito mal explicadas, superestimando o conhecimento dos fãs.

Fora isso, os menus são pouco intuitivos. Caso queira saber informações sobre criaturas, itens utilizáveis em inventário, upgrades de armas e gerenciamento, é preciso clicar em várias opções até encontrar a correta. Com o tempo, os dados são decorados, mas até lá é uma confusão incômoda.

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Fonte: André Custodio

Como recomendação, a melhor forma é ir para o campo de batalha e descobrir os comandos por si só. As primeiras missões são simples e podem ser repetidas à vontade. O Campo de Treinamento também ajuda, bem como algumas missões de apresentação das mecânicas e das áreas exploráveis.

Bonito e muito vivo

Monster Hunter Rise chega em sua versão definitiva ao PlayStation 5, com gráficos aprimorados, texturas de alta qualidade e uma alta velocidade nas transições. O tempo de carregamento está bem curto e o transporte para os mapas após iniciar uma missão é praticamente instantâneo.

Mesmo sem novidades de gameplay, o game pode ser experimentado em 4K ou em um modo dedicado aos 60 FPS. A experiência se ausenta quase que completamente de bugs visuais, com destaque negativo para um ou outro efeito de pop-in em regiões mais densas.

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Fonte: André Custodio

Os controles estão suaves e simplificados, as animações são bonitas — apesar da tradicional textura “crua” do rosto do personagem — e os monstros são muito únicos. No geral, é uma experiência de simulação de caça que sabe aliar a simplicidade com a riqueza de possibilidades de gameplay.

Monster Hunter Rise: vale a pena?

Monster Hunter Rise é uma evolução natural de Monster Hunter World que soube melhorar diversos aspectos de jogabilidade. O game chega aos consoles de nova geração repleto de conteúdos e oferecendo centenas de horas de diversão para os fãs mais fervorosos. É obrigatório para quem curte a série.

Apesar disso, o jogo evidencia a dificuldade da Capcom em tornar a saga mais convidativa. O excesso de informações nos menus, tutoriais pouco colaborativos e a grande quantidade de itens e equipamentos certamente afastará muitos jogadores de dar uma nova oportunidade a Monster Hunter.

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Fonte: André Custodio

No geral, é um bom port de um jogo lançado originalmente para Nintendo Switch. Roda muito bem no PS5, com um excelente desempenho geral e resultando em uma experiência suave, agradável e incapaz de exigir qualquer tipo de compromisso.

Monster Hunter Rise pode ser adquirido por R$ 184,90 na PS Store e traz um bom custo-benefício para quem deseja se desafiar em um projeto de várias camadas. O game será lançado em 20 de fevereiro para PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series.

Veredito

Monster Hunter Rise
Monster Hunter Rise

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Capcom

Jogadores: 1 a 4

Comprar com Desconto
83 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Grande variedade de monstros e movesets
  • Armas e equipamentos para muitas opções de build
  • Melhorias de estabilidade e desempenho no PS5
  • Mecânicas inéditas com maior dinâmica de gameplay
  • Controles simplificados e intuitivos
  • Acessibilidade para jogadores solo
Desvantagens
  • Tutoriais pouco esclarecedores
  • Excesso de itens e de informações deixam a experiência pouco convidativa para novatos
  • Sistema de progressão lento e pouco satisfatório
André Custodio
André Custodio
Redator
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Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.