FIFA 21: vale a pena?
Novo jogo de futebol da EA Sports fecha a geração numa curva crescente; entenda os motivos
O primeiro FIFA da Geração PS4 foi o 14, que mesmo crossgen, estreou uma nova engine, a Ignite. E esses sete anos ficaram marcados por um começo muito forte, até o FIFA 17, considerado por muitos o melhor do período. Mas também por muitos problemas nesse fim, principalmente no 19. FIFA 20 até corrigiu algumas coisas e parece que FIFA 21 segue no mesmo caminho.
Não é um game perfeito, porque ainda tem jogadas e jogadores bugados, a ambientação e os modos de jogo são praticamente os mesmos do seu antecessor, o Ultimate Team continua sendo bem pay-to-win (a não ser que você seja muito c**ado)… Só que, no fim das contas, as melhorias no gameplay, no Modo Carreira e no próprio FUT ajudam FIFA 21 em alguns aspectos positivos.
Entretanto, como em todo ano, é importante ter calma. Os principais problemas do FIFA acontecem durante a temporada – sejam falhas de conexão, exploits do jogo ou atualizações que a EA Sports faz e mudam totalmente o ritmo do jogo e o seu meta. Por isso, lembre-se: o review é uma análise do que estamos vendo agora, em 6 de outubro.
E a primeira impressão é positiva.
Campo-bola
Você já sabe e a gente não precisa dizer que FIFA 21 é muito semelhante ao FIFA 20, certo? Em gráficos e modos, por exemplo, é quase a mesma coisa. Tem melhorias aqui e ali, como a simulação e todas as outras melhorias na Carreira, o novo co-op no FUT, que também tem a personalização de estádios como um novo atrativo, a narração bem sóbria de Gustavo Villani, a trilha sonora recheada…
E tudo isso é muito bom. De verdade. Gols da EA Sports. Por outro lado, o Pro Clubs parece seguir abandonado, e o modo VOLTA não prende tanto assim, mesmo com algumas novidades. Só que tudo isso já era meio que esperado, né? Assim como as ambientações para as ligas licenciadas e a ausência dos jogadores de times brasileiros.
As mudanças que realmente merecem destaque estão no campo-bola. E é nisso que vamos focar. Porque todo mundo já sabe que os jogos estão caros e que games de esporte, especialmente em último ano de geração, não mudam tanto em relação aos anteriores.
Primeiramente, como diz o ditado, ataques ganham jogos, mas defesas ganham campeonatos. E a grande skill gap desse FIFA 21 parece ser a marcação. Porque o ataque está mais fluido, e até com recursos “roubados”, especialmente nos dribles – como o elástico e os novos movimentos com o L1, que fazem com que a bola “grude” nos pés dos atacantes.
As creative runs e o player lock também funcionam bem – apesar de os comandos para creative runs se confundirem com alguns dribles, gerando trapalhadas durante os jogos. Agora, na defesa… Realmente, como muitos vão falar, os jogadores estão se jogando mais na bola. Mas é só.
Os volantes, por exemplo, não voltam tanto se não for manualmente. Para segurar os dribles e a movimentação dos atacantes, só tendo muita noção (e dedo no controle) pra se posicionar certinho. Sem contar que a física da bola nas divididas está melhor e, ao contrário do dito no futebol de rua, nem sempre estourada é da defesa.
Aprender a driblar e a explorar os movimentos ofensivos é muito mais simples do que a defender – e isso é assim em qualquer FIFA. No FIFA 21, isso está ainda mais claro. Especialmente porque o drop back com uma barrinha de profundidade não é tão eficiente assim. E, além disso, outra forma muito “roubada” de defender, a pressão, foi nerfada e tem um tempo para ser utilizada in-game.
Ou seja, agora os jogadores pulam na bola mais, mas se você não souber posicioná-los certinho, não vai adiantar. A não ser que seu goleiro faça milagres – o que até acontece. Novas animações fazem com que eles sejam, talvez, os melhores da geração, apesar de alguns chutes já parecerem bugá-los em certos momentos.
FIFA 21: vale a pena?
Para quem é fã da saga, quer os times mais atualizados e aproveitar a competitividade do Ultimate Team, FIFA 21 vale. Ele se mostra uma evolução do FIFA 20 para fechar a geração. Para quem acha que jogo de esporte é tudo igual, ou não quer gastar nesse momento tão difícil, é claro que não vai valer.
A questão, com tudo nos games hoje em dia, é a diferença entre preço e valor. Os preços estão altos, isso é um fato. O valor depende das prioridades e condições de cada um. Por exemplo, FIFA 21 custa mais de R$ 360 em formato físico (R$ 300 na PS Store) e, realmente, tem poucas inovações em relação ao 20. Mas vai falar pro cara que joga mais FIFA do que qualquer coisa durante o ano que não vale a pena…
Para o seu público, é claro que vale. Especialmente para quem vai comprar o PS5, porque ele tem upgrade gratuito para a next-gen. Para quem só quer um game casual de futebol pra brincar de vez em quando, dá tranquilamente pra esperar uma promoção ou até deixar ele passar e garantir só o FIFA 22 no próximo console.
Veredito
Vantagens
- Sistema ofensivo muito mais fluido
- Defesa mais manual, gerando maior skill gap
- Modo Carreira com uma série de novas possibilidades
- Narração de Gustavo Villani é mais sóbria
- Ultimate Team co-op é extremamente divertido
Desvantagens
- Dribles exageradamente eficientes
- Poucas mudanças em relação ao FIFA 20
- Pro Clubs parece ter sido esquecido pela EA
- Modo VOLTA segue pouco relevante
- Equipes brasileiras seguem com atletas genéricos