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Doctor Who: The Edge of Time: vale a pena?

Bela homenagem à franquia da BBC adiciona mais um capítulo às interessantes histórias dos confins do universo

por André Custodio
Doctor Who: The Edge of Time: vale a pena?

Com mais de 40 temporadas exibidas entre séries clássicas e modernas desde 1963, Doctor Who estabeleceu o padrão “multiversal” para a ficção científica. O projeto da BBC criou uma grande base de fãs pelo mundo e obviamente não poderia ficar de fora de outros meios do entretenimento.

Em 2019, o estúdio Maze Theory levou as aventuras dos doutores para os games, com o lançamento de Doctor Who: The Edge of Time. E agora, cinco anos depois, o título é remasterizado para o PS VR2, introduzindo uma aventura inédita que funciona mais como um capítulo adicional.

E olha, fãs do seriado devem ficar de olho nesse game, pois ele traz alguns pontos interessantes que merecem um certo destaque. Confira a seguir tudo sobre a experiência repleta de referências à série:

A realidade corre risco

Presa em um universo alternativo, a Décima Terceira Doutora pede ajuda a uma pessoa comum, como um meio desesperado de salvar o planeta. Isso porque uma ameaça inédita teria espalhado o Vírus da Realidade, uma anomalia capaz de destruir mundos e de reviver estruturas ancestrais.

Portando a Chave de Fenda Sônica, o protagonista deve se aliar à Time Lord alienígena do planeta Gallifrey em uma missão de alto risco, passando por locais emblemáticos enquanto busca pistas sobre o paradeiro do grande inimigo.

Doctor Who: The Edge of Time
Fonte: André Custodio

Resta à dupla buscar forças em um universo em colapso, onde novos horizontes surgem como ferramentas capazes de fortalecer a humanidade e de oferecer uma solução para a catástrofe. Porém, o espaço-tempo se fecha e as horas para resolver tal mistério passam rapidamente.

Doctor Who: The Edge of Time é um game de aventura conduzido pela narrativa. Licenciado pela BBC Studios, ele traz não apenas músicas, objetos e a abertura oficial da série, mas também a participação de Jodie Whittaker, voz original em inglês da Décima Terceira Doutora.

Doctor Who: The Edge of Time
Fonte: André Custodio

Apesar do título possuir uma campanha de até 2h de duração, ele é repleto de referências ao material em live-action. Além da Chave de Fenda Sônica interativa e funcional, monstros como os Daleks aparecem na trama, assim como uma belíssima interpretação da TARDIS mais recente.

Ao todo, são cinco capítulos, com três deles se passando em universos distintos, um sendo no tempo presente e outro o final. A condução narrativa é bastante direta e coesa, introduzindo algumas novidades para a franquia e totalmente legendadas em português do Brasil (menus e textos).

Doctor Who: The Edge of Time
Fonte: André Custodio

Vale reforçar que Doctor Who: The Edge of Time respeita bastante o material original e se destaca por algumas reviravoltas interessantes. Além disso, os belíssimos cenários em 3D e a trilha sonora dão um maior impacto à história de fim do mundo.

Quebra-cabeças que não quebram a cabeça

Doctor Who: The Edge of Time tem a resolução de puzzles como mecânica central e contém inspirações pontuais em jogos de survival horror. Além disso, há um evento narrativo baseado em FPS, com elementos de títulos como The Dark Pictures: Switchback VR e outros on-rails.

Doctor Who: The Edge of Time
Fonte: André Custodio

As mudanças no conceito são funcionais e chamam a atenção pelas mecânicas precisas. Porém, é nos quebra-cabeças que o título se estabelece bem, oferecendo um gameplay relativamente desafiador, mas acessível em todos os seus aspectos.

Não há muitos puzzles devido à curta campanha, mas eles adicionam bastante contexto à narrativa. O título também inclui pistas sobre os próximos passos e ajuda dos personagens, com a voz de Whittaker constantemente ativa através de um dispositivo de comunicação.

Doctor Who: The Edge of Time
Fonte: André Custodio

Esse sistema central de Doctor Who: The Edge of Time é muito inteligente e se alia à Chave de Fenda Sônica para garantir uma maior interatividade. O ótimo trabalho de design de áudio da Maze Theory também fortalece esses momentos, independente do mapa ou dos acontecimentos.

Fãs de survival horror são contemplados com alguns jumpscares — em especial um evento no estilo “não pisque”, como em The Dark Pictures: Switchback VR e Resident Evil Village. O terror é reforçado pela atmosfera silenciosa e opressiva, mesmo não fugindo da ideia fantasiosa estabelecida pelo seriado.

Doctor Who: The Edge of Time
Fonte: André Custodio

Infelizmente, elementos pontuais podem frustrar a comunidade, principalmente no que diz respeito às interações em RV. Não há muitos objetos manipuláveis, por exemplo, e quando eles são, ou não oferecem uma lore adicional ou são exatamente o que precisa para avançar na campanha.

Doctor Who: The Edge of Time: vale a pena?

Doctor Who: The Edge of Time é um excelente jogo para o PS VR2, que funciona mais como um capítulo adicional da série do que como um game premium. A campanha curta pode incomodar o público, mas seu preço de apenas R$ 70 na PS Store surge como um belo atrativo.

Falhas na colisão ambiental e nas limitações do gameplay não tiram o brilho de um projeto fiel e único. Além disso, a mistura funcional de gêneros, os visuais incríveis e a atmosfera engajadora aumentam ainda mais as sensações de transformar o jogador em um salvador do universo.

Doctor Who: The Edge of Time
Fonte: André Custodio

Vale pontuar que o título dá direito a upgrade gratuito para quem possui a versão de 2019 de Doctor Who: The Edge of Time. Também não há qualquer tipo de exigência em relação aos conteúdos da série — com exceção de referências como a TARDIS e raças alienígenas.

Dessa forma, o game é não apenas um caminho para quem quer imergir nas histórias de Doctor Who, mas também para quem tem desejo por mais aventuras espaciais.

Veredito

Doctor Who: The Edge of Time
Doctor Who: The Edge of Time

Sistema: PlayStation VR2

Desenvolvedor: Maze Theory

Jogadores: 1

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78 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Remasterização licenciada pela BBC
  • Participação de Jodie Whittaker como a Décima Terceira Doutora
  • Referências icônicas e bem feitas da franquia
  • Localização em português do Brasil para menus e textos
  • Belíssimos cenários em 3D
  • Bom equilíbrio entre narrativa e suspense
  • Excelente trilha sonora
Desvantagens
  • Campanha bastante curta
  • Pouca variedade de objetos interativos
  • Falhas na colisão do ambiente
  • Baixo fator replay
André Custodio
André Custodio
Redator
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Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.