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Cyberpunk 2077: Phantom Liberty: vale a pena?

Expansão é a versão definitiva de Cyberpunk 2077 com uma história fantástica, melhorias de jogabilidade e, claro, Idris Elba!

por Raphael Batista
Cyberpunk 2077: Phantom Liberty: vale a pena?

Que jornada até aqui. Cyberpunk 2077 chegou em 2020, mas sua estreia foi manchada pelos vários problemas técnicos que destruíram a experiência de muitos jogadores. Os defeitos deixavam claro: o game deveria ter levado mais tempo e, talvez, nem ter chego aos consoles da geração passada.

Foram três longos anos de esforço da CD Projekt RED para corrigir os problemas do jogo. Agora, com Phantom Liberty, fica claro que o estúdio não perdeu suas qualidades consagradas, como o excelente desenvolvimento narrativo e a criação de um universo incrivelmente rico.

A expansão não transforma o jogo em algo completamente diferente nem apaga os erros da desenvolvedora, mas oferece uma direção certeira e divertida para a experiência de jogo. Phantom Liberty não representa uma redenção; é, na verdade, a manifestação do que Cyberpunk 2077 deveria ter sido desde o princípio.

Bem-vindos à Dogtown

Phantom Liberty introduz “V” no distrito de Dogtown, uma região que foi dominada pelo ex-coronel da Nova Estados Unidos da América (NEUA), Kurt Hensen, após o cessar-fogo da Guerra da Unificação. Lá, o soldado dominou as ruas, criou um exército e estabeleceu um governo à parte de Night City. O mercenário conhece o local ao receber um telefonema de uma agente da própria presidente da NEUA que o contratou para proteger a regente presa em um avião em queda com destino ao distrito.

Se esse resumo já demonstra a intensidade e a complexidade da trama, o restante da expansão não fica para trás. “V” percebe que está entrando em uma espiral de traições, complôs e reviravoltas dignas dos grandes thrillers de espionagem do cinema. Obviamente, a grande estrela é Salomon Reed, interpretado por Idris Elba. Ele desempenha um papel central nesse xadrez, e suas ações sempre geram suspeitas no jogador.

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Idris Elba rouba a cena todas as vezes, mas também divide o estrelato com Keanu Reeves.

Um destaque muito evidente em Phantom Liberty é o equilíbrio extremamente preciso nas interações entre Johnny Silverhand e Salomon Reed. Afinal, ambos são originários das estrelas de Hollywood. Na verdade, eles ocupam papéis apropriados e estão constantemente presentes na trama.

Quanto a Dogtown, embora tenha um visual distintivo com marcas da guerra e edifícios destruídos, não transmite a sensação de uma área densamente povoada pela guerra. Existem pontos de controle do exército e um imenso portão que o separa de Night City, mas a impressão que fica é a de um vazio.

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Dogtown é bonita e um pouco vazia.

Uma expansão de jogabilidade

O DLC não apenas adicionou um novo capítulo, mas também introduziu novos sistemas de jogabilidade que oferecem opções divertidas para os jogadores. Uma das novidades é a nova árvore de habilidades do Relic, permitindo que “V” tenha modificações especiais extremamente empolgantes. O melhor de tudo é que você pode desbloquear todas as habilidades e não precisa seguir apenas um caminho.

Outra adição são os combates de carros. Eles desempenham seu papel, mas não são nada excepcionais. É um recurso interessante, frequentemente utilizado nas novas missões de roubo de veículos, porém, os jogadores podem notar certa dificuldade em manusear as armas, dirigir ao mesmo tempo e até mesmo usar os revitalizantes para recuperar pontos de saúde.

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Você passará muito tempo nos carros em Phantom Liberty e os combates acontecem constantemente.

O grande destaque que a expansão apresenta são as lutas contra chefões. Na campanha base, há poucas batalhas especiais contra inimigos mais fortes. Em contrapartida, Phantom Liberty coloca adversários mais fortes tanto na história quanto em atividades secundárias. E os confrotons são para lá de especiais, exigindo o uso variado de armas e das cibernéticas de V.

Por outro lado, não espere por Missões Secundárias tão profundas como tivemos antes. No game, era possível ter um arco inteiro com Panam Palmer, Judy Alvarez, River Ward e outros. Histórias tão boas quanto a campanha. No entanto, a expansão se manteu focada na narrativa principal e nos personagens de lá.

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O combate deu um salto muito positivo e há grandes desafios com grandes recompensas na expansão.

Atualização 2.0

Não podemos deixar de mencionar a Atualização 2.0, que está disponível para todos os jogadores, independentemente de terem adquirido a expansão Phantom Liberty. Este update trouxe uma reformulação completa do sistema policial, que agora funciona de maneira mais eficaz e apresenta novos níveis de perseguição. Além disso, a atualização também oferece melhorias na IA, uma árvore de habilidades redesenhada e uma transformação no sistema de Cibernéticas, entre outras novidades.

Embora não façamos uma análise detalhada deste conteúdo específico, uma vez que não está exclusivamente relacionado ao Phantom Liberty, é importante ressaltar que todas essas melhorias têm um impacto direto na expansão. Isso contribui para proporcionar uma experiência única aos jogadores que se aventuram no mundo desafiador desta expansão, repleto de combates intensos e alto poder de fogo em um distrito repleto de ação.

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Exploração, combate, personalização, todos os elementos foram melhorados pela Atualização 2.0.

Dois aspectos fundamentais desta atualização merecem destaque: o novo sistema policial e o aprimoramento gráfico. Em relação ao primeiro, no jogo base, a presença policial era uma mecânica praticamente irrelevante, facilmente evitável e gerenciável. Contudo, na versão atualizada, os agentes da lei em Night City estão armados com equipamentos pesados e perseguem implacavelmente “V” até o fim. É possível atingir o nível cinco de procurado, exigindo preparação para enfrentar uma verdadeira força militar. Além disso, mesmo pequenas infrações, como atropelar um civil ou abrir fogo sem motivo aparente, resultam na perseguição implacável do protagonista. Uma mudança significativa e impactante!

Por fim, Cyberpunk 2077 experimentou uma notável transformação visual e não se trata de uma mera aparência superficial! As texturas, a iluminação e as expressões faciais foram incrementadas de maneira impressionante. Seja em Night City ou Dogtown, durante o dia ou à noite, o jogo ostenta uma beleza distintiva, inesquecível, cativante e com grande estilo. Ao dirigir pela cidade, você não pode deixar de apreciar os diferentes distritos, uma vez que a atualização trouxe melhorias visuais notáveis.

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Coisa linda demais!

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty: vale a pena?

Depois de anos de incerteza sobre se valeria a pena ou não recomendar Cyberpunk 2077 a alguém, a expansão finalmente chega para dissipar todas as dúvidas. Este título agora assume a forma que deveria ter tido desde o início, oferecendo uma história intensa e envolvente, desafiantes batalhas, mecânicas de personalização mais profundas e conteúdo que pode facilmente proporcionar mais de 100 horas de exploração.

Com uma campanha de 15 a 20 horas e um conteúdo adicional que se estende para mais de 30 horas, o preço da expansão, que está disponível na PlayStation Store por R$ 159,90, é mais do que justo. Considerando que a história é digna de estar ao lado de Blood & Wine e Hearts of Stone de The Witcher 3, Phantom Liberty é, sem dúvida, um dos DLCs mais envolventes e bem produzidos deste ano.

É verdade que os erros do passado não podem ser apagados, mas é justo elogiar o trabalho árduo realizado pela CD Projekt RED ao longo dos anos para alcançar o estado atual. Phantom Liberty, de fato, representa a versão definitiva de Cyberpunk 2077.

Veredito

Cyberpunk 2077: Phantom Liberty
Cyberpunk 2077: Phantom Liberty

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: CD Projekt RED

Jogadores: 1

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89 Ranking geral de 100
Vantagens
  • História boa de espionagem
  • Melhorias de gameplay importantes
  • Mais chefões e desafiadores
  • Cenários mais bonitos e realistas
  • Expansão que afeta a campanha
Desvantagens
  • Faltam Missões Secundárias mais profundas
  • Dogtown é "vazia"
Raphael Batista
Raphael Batista
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Formado em Teologia e apaixonado por PlayStation desde sempre. Jogos preferidos são The Witcher 3, Metal Gear Solid, God of War e Marvel's Spider-Man.