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Angry Birds VR: Isle of Pigs para PS VR2: vale a pena?

Versão de PS VR2 do arcade de tiro é a prova definitiva de que o game nasceu para a realidade virtual

por André Custodio
Angry Birds VR: Isle of Pigs para PS VR2: vale a pena?

Lançado em 2009, Angry Birds foi uma febre para os jogadores. Com grande quantidade de conteúdos e gameplay acessível, o título virou referência nos quesitos simplicidade e praticidade. Porém, ninguém imaginava que Angry Birds VR: Isle of Pigs poderia melhorar ainda mais o que já era bom.

Já disponível para PlayStation VR2, o game é a prova definitiva de que a realidade virtual é uma plataforma convidativa para a franquia. Tudo bem, algumas coisas poderiam ser aprimoradas, mas Isle of Pigs eleva o nível de imersão e profundidade para outros patamares.

Os pássaros estão prontos para… voar?

A premissa de Angry Birds VR: Isle of Pigs é muito simples: estruturas quebráveis surgem na sua frente e você deve planejar como o pássaro selecionado pode derrubar tudo. Há algumas variantes no caminho: porcos, explosivos, tipos de materiais e mais, mas não há segredos na jogabilidade.

O que já era analítico nas versões de celulares se tornou ainda mais intenso na realidade virtual. Agora, analisar os cenários é uma exigência, devido ao sistema de alternar entre perspectivas e encontrar o ponto fraco das construções.

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Fonte: André Custodio

Isle of Pigs traz uma pequena história de fundo, mas que é facilmente ignorada durante toda a campanha. Na trama Red, Chuck, Bomb e os Blues se reúnem para resgatar ovos roubados pelos Porcos. Agora, cabe a eles derrotar os inimigos e evitar a ascensão de um plano maligno do Dr. Frankenporco.

Ao longo de 52 fases, os jogadores precisam avançar entre os níveis e derrotar chefes com barras de vida. Cada vilão está no centro de uma estrutura reforçada e é preciso tanto derrubá-la quanto dar um jeito de drenar o HP do super porco.

Felizmente, as habilidades dos pássaros garantem ainda mais dinâmica de jogo: Red é um peão que danifica estruturas; Chuck aumenta a velocidade para atravessar madeira; Bomb explode pedras e causa estragos; Blues se dividem em três pequenos passarinhos e “quebram o gelo”, literalmente.

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Fonte: André Custodio

A partir disso, é com você. Para avançar de nível, basta obter uma estrela em cada fase. Como tudo é destrutível e rende pontos, o jogador escolherá como deseja eliminar os porcos — mas lembre-se: são apenas três chances pré-determinadas por estágio.

Não achou ponto fraco? Procure por mais!

Em Angry Birds VR: Isle of Pigs, uma das inovações mais interessantes fica por conta do sistema de perspectiva. Através do botão “R2” dos controles Sense, é possível saltar entre as fases para encontrar o melhor local de tiro.

Cada estágio contém no mínimo duas perspectivas, mas amplia o campo de visão através da movimentação espacial. Com o headset do PS VR2, é possível se mover pelo cenário para acessar um mundo completamente tridimensional. A observação, no fim das contas, se torna a chave para o sucesso.

Além disso, o game também traz pontos de interesse verticais. Isso quer dizer que é possível encontrar uma solução para os quebra-cabeças a partir de locais mais altos, ao nível das estruturas ou um pouco mais abaixo.

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Fonte: André Custodio

Tudo é destrutível… tanto para os Porcos quanto para você

A física de Angry Birds VR: Isle of Pigs é totalmente adaptada para a realidade virtual e não há sequer um tiro à toa. Cada pássaro arremessado causa danos às estruturas, sejam de madeira, de gelo ou de pedra.

Enquanto isso, há explosivos de todos os tamanhos, blocos que transformam a natureza das peças (gelo vira madeira, por exemplo), balões elevando peças, ventiladores, rampas, pedras rolantes e muito mais.

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Fonte: André Custodio

Cada ação desencadeia uma reação, então um milímetro de desvio pode gerar consequências para o bem ou para o mal. De fato, a resolução de uma fase nunca será a mesma, mesmo sendo jogada várias e várias vezes.

Modos de jogo divertem, mas por pouco tempo

Jogadores podem demorar de 30 minutos a 5 horas para completar todos os níveis de Angry Birds VR: Isle of Pigs; isso depende essencialmente de sua precisão e das condições dos mapas. A diversão é garantida no PS VR2, mas com uma extrema volatilidade.

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Fonte: André Custodio

Infelizmente, para um extremo ou outro, a diversão acaba com um ponto final. O título possui um modo padrão com 52 fases e os Spooky Levels com mais 52 — que adicionam alguns elementos de gameplay e desafios levemente superiores. Mas depois disso, acabou.

O segredo de Angry Birds VR: Isle of Pigs é o mesmo de um relacionamento sem intenções sérias: aproveite enquanto dura. Pois quando acabar, se tornará uma aventura pouco significativa e, para os mais radicais, esquecível.

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Fonte: André Custodio

O modo criativo tenta salvar e traz umas ferramentas comunitárias interessantes. Além disso, ele incorpora o componente online do game, com a possibilidade de testar fases criadas por outras pessoas. Porém, não ultrapassa a simplicidade.

O destaque vai para o PlayStation VR2

Apesar dos problemas e da falta de conteúdos, Angry Birds VR: Isle of Pigs é a prova de que o game nasceu para a realidade virtual. No PS VR2, é extremamente divertido ter as sensações de estar inserido no universo mágico dos passarinhos.

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André Custodio

O headset traz detalhes com alta fidelidade gráfica e acompanha os usuários em uma movimentação 2×2 (escala do ambiente) e em 360 graus. Enquanto isso, os controles Sense suportam gatilhos adaptáveis (resistência na força dos tiros) e feedback tátil.

Angry Birds VR: Isle of Pigs: vale a pena?

Angry Birds VR: Isle of Pigs é uma experiência divertidíssima e descompromissada no PlayStation VR2. Muito fácil de jogar e com ampla integração às tecnologias do PS5, o game certamente vale a pena ser adicionado na biblioteca para quem tem o headset.

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Fonte: André Custodio

Apesar disso, é importante os jogadores estarem cientes de que sua durabilidade não é ao longo prazo. A falta de conteúdos e o baixo fator replay não se sustentam pelos modos existentes, especialmente quando toda a campanha single-player é concluída.

O título foi lançado para PlayStation VR em 2019, mas sua versão aprimorada chega com melhorias em recursos, aprimoramentos gráficos e mais troféus. O upgrade para a edição de PS VR2 existe, mas é acionado apenas através do pagamento de R$ 50 via PS Store.

Veredito

Angry Birds VR: Isle of Pigs
Angry Birds VR: Isle of Pigs

Sistema: PlayStation VR2

Desenvolvedor: Resolution Games

Jogadores: 1

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76 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Fases equilibradas e com dificuldade moderada
  • Física aprimorada e extremamente precisa
  • Modo criativo prático e com funcionalidades simples
  • Mecânica de chefes traz desafios adicionais
Desvantagens
  • Baixíssimo fator replay
  • Oferta de conteúdos não se sustenta pelos modos existentes
André Custodio
André Custodio
Redator
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Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.