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Dragon Ball Z: Kakarot: vale a pena?

Jogo traz uma história e trilha sonora pra lá de nostálgicas

por Vinícius Paráboa
Dragon Ball Z: Kakarot: vale a pena?

Não é raro ver alguém sentando na poltrona ou sofá da sala de casa para rever desenhos, filmes ou séries televisivas que um dia marcaram suas vidas. O sentimento de nostalgia toma conta da pessoa nessas horas, batendo uma imensa saudade dos tempos vividos em outrora. E é assim que Dragon Ball Z: Kakarot trabalha a mente dos fãs.

O RPG retrata toda a jornada de Goku na fase “Z” do anime. Desde suas lutas contra os conterrâneos sayajins, até a Genki Dama final contra Kid Boo. E com a proposta de fazer o jogador praticamente assistir novamente a obra de Akira Toriyama, o jogo cumpre bem este papel.

Uma nova-velha história

Antes do jogador sequer ter a chance de selecionar “Novo Jogo”, a CyberConnect2 introduz Dragon Ball Z: Kakarot com uma cinemática cheia de referências ao anime. Aliás, a música usada – “Cha-La Head Cha-La” – é a mesma da primeira abertura da saga “Z”. Praticamente como se estivéssemos assistindo um episódio do desenho na finada “Band Kids”. Este é o primeiro ataque do estúdio ao sentimento nostálgico dos fãs.

Em seguida, é hora de vestir o uniforme laranja de Goku e partir para sua aventura. Sua esposa, Chichi, lhe pediu para coletar alguns mantimentos junto de Gohan. Mas como já é de se esperar do sayajin, ele dá uma paradinha para treinar e lembra do confronto com Piccolo, ainda na saga “Dragon Ball”. Ao finalizar a luta, ele diz esperar por embates ainda mais difíceis no futuro.

Dragon Ball Z: Kakarot

A partir daí, a trama começa a ser construída, não fugindo do que os fãs assistiram no anime. Ameaças surgem e cabe aos Guerreiros Z contê-las, uma após a outra. Primeiro os Sayajins, depois Freeza, os Androides e por fim, Majin Boo.

Apesar de parecer apresentar uma história batida, Dragon Ball Z: Kakarot aproveita seu longo gameplay para estendê-la. Entre cada saga existem os “intervalos”, onde os players descobrem fatos que ocorreram enquanto novos inimigos não surgem. Por exemplo, enquanto Goku volta de sua viagem a Namekusei, alguns contos de Gohan são revelados nesse meio-tempo. Um prato cheio para quem espera novos conteúdos da franquia.

Por outro lado, o título acaba ignorando praticamente tudo fora da saga “Z”. Dragon Ball Super e GT são inexistentes. O primeiro Dragon Ball até é lembrado, quando os jogadores pegam fotos espalhadas pelo mapa. Cada uma possui um texto, referenciando momentos como quando o protagonista conhece Bulma. Mesmo assim, ainda é pouco. Para contornar isto, a CyberConnect2 poderia ter feito a mesma coisa no começo do jogo: relembrar tais batalhas como flashbacks.

Quanto aos personagens, ponto positivo para o estúdio, que soube aproveitá-los bem. Apesar da aventura ser focada em Goku, os jogadores têm a chance de visualizarem a história através de outros olhos. Gohan, Vegeta, Piccolo e Trunks possuem seus momentos de brilho e são fundamentais na trama.

Lutas muito simples

Dragon Ball Z: Kakarot se apresenta com um sistema de combate em terceira pessoa, com a câmera atrás do personagem, lembrando um pouco do clássico Budokai Tenkaichi 3 (PS2). No entanto, ao contrário do antigo game, os jogadores não terão problemas em dominar as técnicas dos Guerreiros Z.

As lutas são simples até demais. Para atacar com socos e chutes, basta pressionar círculo sem parar, até finalizar o combo. Caso o oponente esteja no meio de um combo, o jogador consegue evitá-lo sem problemas ao se defender com R2 ou apertando ‘X’ para contra-atacar pelas suas costas.

Super Ataques, como o Kamehemeha também são de fáceis execuções. A única restrição é ter Ki suficiente para tal. Com a barra cheia, é possível mandar o inimigo pro espaço ao “spammar” ondas de Galick Ho ou Masenkos.

Dragon Ball Z: Kakarot

Frenesi, por sua vez, é uma das mecânicas mais interessantes do gameplay. Ao encher a barra, o personagem pode carregar o ki além do máximo permitido, entrando em um estado mais forte. Golpes físicos causam dano extra e finalizam a luta com maior rapidez, se bem usados.

Verdadeiramente, os únicos momentos em que o jogador se sente realmente ameaçado são em lutas contra chefões. Cada um possui  “quick-time events” que podem ser problemáticos. Particularmente, Dr. Gero foi um pouco irritante com sua habilidade de drenar vida. Mesmo assim, isto ainda não é suficiente para tornar o gameplay “difícil”.

Mas calma lá, nem tudo são críticas negativas. Dragon Ball Z: Kakarot tem um interessante sistema de buffs através da culinária. Ao cozinhar, os fãs podem mandar um pratão de carne para o estômago de Goku e seus amigos, recebendo pontos extras de vida, ataque e outros. Com isso, eles se preparam melhor pra luta, bem como acontece no anime.

Dragon Ball Z: Kakarot

Além disso, as Árvores de Habilidades também são muito legais de se customizar. Cada personagem tem sua variação de golpes, que podem ser desbloqueados ao alcançar determinados níveis e ao pagar com as chamadas Orbes Z.

Dragon Ball Z: Kakarot

Trilha sonora de arrepiar

Se tem um ponto em que Dragon Ball Z: Kakarot acerta em cheio é na sonoplastia. Não há um momento de desprazer ao ouvir trilhas conhecidas do anime. Com as músicas, a sensação nostálgica se faz presente seja ao voar tranquilamente pelo mapa ou ao enfrentar o temível Freeza.

Outro momento de destaque musical é ao começar um novo capítulo. Sempre que Shenlong aparece na tela, é hora de preparar os ouvidos para um deleite sonoro. A trilha é a mesma daqueles momentos no anime onde o narrador diz o nome do episódio.

Dragon Ball Z: Kakarot

O único lado negativo é a ausência de uma dublagem em PT-BR. Seria sensacional ouvir Wendel Bezerra pedindo energia para a Genki Dama final. Se esse fosse o caso, a nostalgia ganharia mais um ponto. É até estranho pensar que a CyberConnect2 deixou de lado as vozes conhecidas por aqui, ainda mais porque este mesmo estúdio produziu Naruto Shippuden Ultimate Ninja Storm 4, este com dublagem brasileira.

Dragon Ball Z: Kakarot vale a pena?

Dentro da sua proposta de reconquistar os fãs da saga, Dragon Ball Z: Kakarot se destaca. A história da saga “Z” não deixa muitos furos e até corrige alguns erros do próprio Akira Toriyama. Além disso, garante uma boa dose de horas de gameplay.

Por outro lado, se você busca uma experiência mais desafiadora, talvez não seja o melhor momento para adquirir o game. Claro, isso não significa que o título não seja divertido, muito pelo contrário.

Se você é fã da franquia, não tenha medo de investir. Apenas erga as mãos para o céu e ajude Goku em sua Genki Dama. Caso não faça parte desse grupo, uma boa promoção deve bastar para adicionar o jogo à sua biblioteca.

Veredito

Dragon Ball Z: Kakarot
Dragon Ball Z: Kakarot

Sistema: PlayStation 4

Desenvolvedor: CyberConnect2

Jogadores: 1

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79 Ranking geral de 100
Vantagens
  • História nostálgica
  • Ótima trilha sonora
  • Mecânicas interessantes
Desvantagens
  • Jogabilidade muito fácil
  • Outras sagas de Dragon Ball ignoradas
  • Ausência de dublagem PT-BR
Vinícius Paráboa
Vinícius Paráboa
Editor
Publicações: 5.358
Jogando agora: Final Fantasy VII Rebirth, A Plague Tale: Requiem, Dragon's Dogma 2
Editor no MeuPlayStation. Fanático por Crash Bandicoot, God of War e pelo Grêmio.