Especial Dia da Mentira: você lembra das vezes que a indústria te enganou?
Indústria muitas vezes provou que a expectativa é a melhor aliada da decepção
A indústria dos videogames é cheia de promessas grandiosas: mundos vastos, inovações revolucionárias e experiências que nunca chegam às nossas mãos. E algumas vezes, elas se transformam em decepções históricas.
Seja por jogos que nunca viram a luz do dia, recursos exagerados que não se concretizaram ou mistérios mal explicados como o caso de Abandoned. O fato é: você já foi enganado várias vezes, e lembramos disso neste infame 1º de abril — o famoso “Dia da Mentira”.
Dia da Mentira: vezes que a indústria de enganou
Abandoned
O caso de Abandoned é um dos mais recentes e esquisitos da indústria. Anunciado em 2021 pela pequena desenvolvedora BLUE BOX Game Studios como um survival horror exclusivo para PS5, o jogo gerou especulações de que seria um projeto secreto de Hideo Kojima, possivelmente ligado a Silent Hill.
Trailers vagos, tweets enigmáticos e uma comunicação confusa alimentaram o hype. Mas o que foi entregue? Um “app” no PS5 com um teaser minúsculo, seguido de adiamentos infinitos e silêncio. Até hoje, muitos acreditam que Abandoned foi uma jogada de marketing mal planejada ou uma promessa impossível de cumprir, deixando os fãs sem respostas e com a sensação de terem sido enganados.
No Man’s Sky
Lançado em 2016 pela Hello Games, No Man’s Sky foi vendido como um universo infinito, com planetas únicos, exploração sem fim e multiplayer orgânico. O hype era astronômico, mas o lançamento revelou um jogo vazio: sem multiplayer funcional, planetas repetitivos e recursos prometidos ausentes.
Sean Murray, o criador, enfrentou críticas por declarações exageradas pré-lançamento. Embora o jogo tenha se redimido com atualizações ao longo dos anos, o impacto inicial foi uma lição sobre promessas infladas.
Cyberpunk 2077
Cyberpunk 2077, da CD Projekt RED, foi anunciado em 2012 como o futuro dos RPGs de mundo aberto, com trailers cinematográficos mostrando uma Night City viva e cheia de possibilidades.
Após anos de hype e adiamentos, o lançamento em 2020 foi um desastre, especialmente nos consoles: bugs constantes, desempenho horrível e features cortadas (como escolhas mais profundas de personalização e interatividade). A empresa pediu desculpas, ofereceu reembolsos e até se redimiu com o passar do tempo, mas a quebra de confiança foi um marco na indústria.
Watch Dogs
Quando Watch Dogs foi revelado na E3 2012, a Ubisoft prometeu uma revolução nos jogos de mundo aberto, com gráficos impressionantes e uma cidade interativa maior que Los Santos, de GTA.
O trailer inicial era de tirar o fôlego, mas o jogo lançado em 2014 tinha visuais visivelmente inferiores e mecânicas simplificadas. O downgrade gráfico se tornou um símbolo de como a indústria usa demos polidas para vender algo que não reflete o produto final.
Agent
Anunciado em 2009 como um exclusivo de PS3 pela Rockstar Games, Agent prometia ser um thriller de espionagem nos moldes de James Bond, ambientado na Guerra Fria. A reputação da Rockstar (de GTA e Red Dead) gerou enorme expectativa.
Porém, após o anúncio inicial, o jogo caiu no limbo. Em 2018, a marca foi oficialmente abandonada, sem explicações. Fãs especulam que o projeto foi engavetado por conflitos internos ou por outros títulos da empresa.
Aliens: Colonial Marines
Lançado em 2013 pela Gearbox Software, Aliens: Colonial Marines foi vendido como uma sequência canônica dos filmes de Alien, com trailers mostrando gráficos impressionantes e IA avançada dos xenomorfos. O produto final, porém, foi um desastre: gráficos pobres, IA quebrada (inimigos literalmente andando em círculos) e uma campanha sem inspiração.
Descobriu-se depois que a Gearbox terceirizou grande parte do desenvolvimento, enquanto focava em Borderlands 2. O contraste entre as promessas e o resultado gerou processos judiciais e uma mancha na reputação da empresa.
Spore
Spore, lançado em 2008 pela Maxis com produção de Will Wright, foi vendido como uma simulação definitiva da vida: crie uma criatura, evolua-a desde uma célula até uma civilização espacial, tudo em um universo interconectado.
DEMOs iniciais em 2005 e 2006 mostraram um jogo complexo e ambicioso, mas o produto final simplificou drasticamente as mecânicas, com fases repetitivas e um tom infantilizado. A promessa de um “jogo de tudo” virou uma experiência divertida, mas rasa, frustrando quem esperava algo mais profundo.
Deep Down
Revelado em 2013 como um exclusivo de PS4, Deep Down da Capcom prometia um RPG de ação online em um mundo medieval fantástico, com masmorras geradas proceduralmente e gráficos impressionantes via engine Panta Rhei.
Trailers na Tokyo Game Show geraram hype, mas após 2015, o projeto sumiu. A Capcom nunca anunciou oficialmente o cancelamento, mas a marca expirou em 2020, deixando claro que a promessa de um “novo clássico” foi abandonada.
Anthem
Anthem, lançado em 2019 pela BioWare, foi apresentado como um revolucionário jogo de ação multiplayer, com um mundo aberto dinâmico, armaduras Javelin personalizáveis e uma narrativa rica.
Trailers da E3 2017 mostraram visuais incríveis e jogabilidade fluida, mas o lançamento revelou um jogo incompleto: missões repetitivas, história fraca e bugs constantes. Apesar de promessas de suporte pós-lançamento (o “Anthem Next”), a EA cancelou os planos em 2021, matando o sonho de redenção.
Prey 2
Anunciado em 2011 pela Human Head Studios, Prey 2 prometia abandonar o estilo sci-fi do original de 2006 para oferecer uma aventura como caçador de recompensas em um mundo aberto alienígena, inspirado em Blade Runner.
O trailer da E3 2011, com um protagonista durão e parkour futurista, empolgou os fãs, mas disputas entre a Bethesda e a Human Head levaram ao cancelamento em 2014. Um reboot de Prey saiu em 2017, mas era um jogo totalmente diferente, deixando o conceito original como uma promessa não cumprida.
The Day Before
The Day Before, desenvolvido pela Fntastic, foi anunciado em 2021 como um MMO de sobrevivência em mundo aberto, prometendo uma experiência pós-apocalíptica com gráficos impressionantes, jogabilidade profunda e um universo persistente.
Trailers polidos e uma campanha de marketing agressiva no Steam geraram hype, mas também suspeitas — muitos acusaram o jogo de plagiar The Division e The Last of Us.
Lançado em 7 de dezembro de 2023, o jogo foi um fiasco: bugs catastróficos, servidores instáveis, mecânicas rasas e nada do que foi prometido. Apenas quatro dias depois, em 11 de dezembro, a Fntastic anunciou o fechamento do estúdio e a retirada do jogo do mercado, alegando “falta de fundos”.
Jogadores e críticos apontaram para uma possível fraude, já que o título arrecadou milhões em pré-vendas. Reforçando a desconfiança, a empresa tinha histórico de promessas exageradas em projetos anteriores nunca concluídos, como Dead Dozen. The Day Before ficou marcado como um dos maiores golpes da história recente dos games.
Mighty No.9
Anunciado em 2013 por Keiji Inafune (criador de Mega Man) via Kickstarter, Mighty No. 9 prometia ser o sucessor espiritual da série Mega Man, com ação 2.5D moderna e fidelidade às raízes. Ele arrecadou mais de US$ 4 milhões, mas o lançamento em 2016 foi um desastre: gráficos datados, desempenho ruim e design genérico.
O trailer de lançamento, com a infame frase “better than nothing”, só piorou a percepção. Fãs que esperavam um revival digno sentiram-se traídos, e o jogo afundou a reputação de Inafune.
Marvel’s Avengers
Lançado em setembro de 2020 pela Crystal Dynamics e publicado pela Square Enix, Marvel’s Avengers prometia ser o grande jogo dos Vingadores: uma campanha cinematográfica com heróis icônicos, jogabilidade cooperativa robusta e um modelo de “jogo como serviço” com atualizações constantes de conteúdo.
No entanto, o lançamento revelou uma campanha curta e mediana, missões multiplayer repetitivas e um sistema de loot desinteressante. O foco em microtransações para skins caras alienou os jogadores, e o suporte pós-lançamento foi lento, com poucos heróis e eventos novos.
Em 2023, a Square Enix encerrou o suporte oficial, admitindo que o jogo nunca alcançou o sucesso esperado. A promessa de um universo Marvel duradouro virou uma decepção comercial e criativa, frustrando fãs que esperavam algo à altura dos filmes do MCU.
Quais outros jogos poderiam aparecer tranquilamente neste Dia da Mentira? Comente!