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Lost Soul Aside é um jogo soulslike?

O gameplay do novo jogo chinês se inspira em Dark Souls ou nos clássicos RPG de ação?

por André Custodio
Lost Soul Aside é um jogo soulslike?

Quando Lost Soul Aside foi revelado, com seus visuais de última geração e gameplay desafiador de alta velocidade, muitos se perguntaram: “Será esse mais um soulslike para a coleção?” A resposta, no entanto, é um sonoro “não”.

Desenvolvido pelo estúdio chinês UltiZero Games e previsto para chegar ao PS5 e PC em 30 de maio de 2025, esse RPG de ação não segue a linha estabelecida por Dark Souls ou Elden Ring.

Em vez disso, ele abraça um estilo mais veloz, cinematográfico e profundamente conectado ao gênero wuxia, trazendo uma vibe que mistura Devil May Cry com Final Fantasy XV. Mas o que isso significa na prática?

RPG de ação com raízes no wuxia

Lost Soul Aside não nasceu do mesmo molde que os soulslikes ocidentais. Sua essência está mais próxima do wuxia, um gênero tradicional da literatura e cultura chinesa que exalta heróis marciais em mundos fantásticos.

Pense em espadachins voadores, duelos acrobáticos e uma narrativa épica sobre honra e vingança — elementos que ecoam em filmes como O Tigre e o Dragão ou jogos como Black Myth: Wukong.

lost soul aside
Fonte: UltiZero Games

Aqui, o protagonista Kazer, acompanhado por seu dragão cristalino Arena, enfrenta um mundo em guerra contra invasores dimensionais. A história sugere um resgate pessoal (salvar sua irmã) em meio a um conflito maior; enredo que ressoa com os temas clássicos de sacrifício e heroísmo do wuxia.

O combate também reflete essa herança. Esqueça o ritmo metódico, punitivo e “buildado” dos soulslikes, com seus golpes calculados e barras de stamina que te obrigam a pensar duas vezes antes de atacar.

Lost Soul Aside
Fonte: UltiZero Games

Em Lost Soul Aside, as batalhas são focadas na fluidez e na agilidade. Kazer troca de armas em tempo real — espadas, lanças e até formas metamórficas do dragão Arena — para encadear combos aéreos e ataques devastadores.

É uma dança de lâminas e efeitos visuais que lembra mais Ninja Gaiden ou Bayonetta do que o peso estratégico de Dark Souls. A influência do wuxia aparece na leveza dos movimentos, na elegância dos golpes e na sensação de ser um guerreiro quase sobrenatural, algo distante da abordagem mais crua e realista dos RPGs de ação ocidentais.

Soulslike x RPG de ação: qual é a diferença?

Para entender por que Lost Soul Aside não é um soulslike, vale separar os dois mundos. Os jogos soulslike, como Dark Souls, Bloodborne ou Elden Ring, são definidos por uma tríade cruel: dificuldade elevada, exploração labiríntica e um sistema de risco-recompensa que pune erros com a perda de recursos (almas ou runas).

Você gerencia vigor, planeja cada ataque e explora para encontrar o próximo checkpoint (ou fogueira). É um teste de paciência tanto quanto de habilidade, com uma atmosfera opressiva que te faz sentir pequeno diante do mundo.

Lost Soul Aside
Fonte: UltiZero Games

Já Lost Soul Aside opta por um caminho oposto. Inspirado por Devil May Cry e Final Fantasy XV, o foco está na ação desenfreada e no estilo. Não há indícios de uma barra de vigor limitante ou de checkpoints esparsos — o jogo te convida a brilhar, não a sofrer.

O combate é rápido, com esquivas precisas, juggles (ataques que mantêm inimigos no ar) e uma variedade de armas que mudam em tempo real, criando um fluxo quase coreografado. Se os soulslikes são uma maratona de resistência, Lost Soul Aside aparenta ser uma corrida de velocidade, onde o objetivo é dominar o campo de batalha com combos que parecem saídos de um anime.

Lost Soul Aside
Fonte: UltiZero Games

Isso não quer dizer que o jogo seja fácil. Chefes colossais, como o monstro de gelo mostrado no trailer de dezembro de 2024, prometem desafios surpreendentes. Mas a dificuldade aqui parece vir da execução técnica — timing perfeito, reflexos afiados e parry — e não de um design que te castiga por cada erro.

É mais próximo do estilo hack ‘n’ slash de Bayonetta, onde o prazer está em masterizar o movimento e suas habilidades brutas, do que da tensão constante de Elden Ring.

O que esperar de Lost Soul Aside?

Além do combate, Lost Soul Aside carrega uma identidade visual que mistura ficção científica e fantasia tradicional chinesa. Imagine cenários futuristas com ruínas cobertas de neve, dragões cristalinos e inimigos que variam de guerreiros humanos a bestas dimensionais.

O protagonista Kazer, com seu cabelo estilizado e figurino detalhado (projetado por um designer de moda real, segundo o diretor Yang Bing), evoca o Noctis de Final Fantasy XV, mas com um toque mais acrobático à la Dante de Devil May Cry. Enquanto isso, sua trilha sonora, composta por Cody Matthew Johnson (Devil May Cry 5, Resident Evil 2 Remake), reforça essa vibe épica e intensa.

A história ainda é um mistério, mas os trailers sugerem uma jornada pessoal em um mundo à beira do colapso. Kazer e Arena, seu companheiro que se transforma em armas e ajuda na exploração (como plataformas flutuantes ou asas para planar), enfrentam um exército de invasores enquanto buscam respostas.

Lost Soul Aside também parece apostar em uma experiência mais linear e focada na ação. Não espere um mapa aberto ao estilo Elden Ring ou a necessidade de memorizar atalhos entre áreas. A proposta é direta: combates estonteantes, visuais de tirar o fôlego e uma narrativa que te puxa para dentro do universo criado pela UltiZero Games.

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