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7 trailers de jogos que nos enganaram direitinho

Algumas publishers investem muito na apresentação, mas as vezes o produto final deixa a desejar

por Valdecir Emboava
7 trailers de jogos que nos enganaram direitinho

A indústria de games é uma das maiores do mundo e ultrapassa até a cinematográfica. Com tanto engajamento em jogo, é natural que algumas publishers invistam forte em grandes apresentações, feitas em palcos como os da E3, Gamescom, Tokyo Game Show e tantos outros eventos ao redor do mundo.

Porém, o maior problema dessas empreitadas para promover algum lançamento são justamente os trailers, que muitas vezes “vendem o peixe” com anúncios bem produzidos. Isso não é ruim, muito pelo contrário, mas ocasionalmente algumas produções sofrem um “downgrade” na qualidade da versão final do produto — e isso sim, é péssimo, tanto para os jogadores quanto para os negócios.

Pensando nesse tema, que tem sido cada vez mais recorrente, separamos uma seleção com sete trailers  de jogos que nos enganaram direitinho.

Fallout 76

Um mapa quatro vezes maior que o de Fallout 4, uma história bacana e diversas outras atividades foram prometidas para Fallout 76, game da Bethesda anunciado no palco da E3 em 2018. A princípio, até tivemos esperanças, mas falhamos miseravelmente.

No fim das contas, o game foi duramente criticado em seu lançamento. A princípio a Bethesda cumpriu com a promessa de um mapa bem grande, mas pecou em não disponibilizar tarefas que suprissem todo esse tamanho, tornando Fallout 76 um jogo maçante.

Porém, esse nem foi o maior problema. O título também foi lançado com erros técnicos terríveis, mas o que chateou mesmo a comunidade foram 55 GB de atualização necessária para jogá-lo pela primeira vez, vazamentos de dados pessoais dos jogadores e um desconto de 50% logo após as primeiras semanas de lançamento — que deixou os clientes da pré-venda insatisfeitos.

Por fim, o tiro de misericórdia foi a implementação de loot boxes com a justificativa de “consertar” o jogo.

Anthem

Com uma apresentação magnífica durante a E3 2017, Anthem tinha tudo para trazer a redenção para a EA, que na época estava sendo duramente criticada pelo sistema de loot boxes de Star Wars: Battlefront IIaté hoje ela ainda é mencionada por essa prática.

Gráficos lindos, ambientação muito bem estruturada e promessas de um bom game coop e recompensador aos jogadores. A princípio parecia tudo muito perfeito, até o seu lançamento em 2018.

Era notável que estava falando muita coisa quando o game foi lançado. Primeiro foi o downgrade que a BioWare adotou para o título, removendo texturas e assets que davam o charme da apresentação na E3. Segundo a trama pouco desenvolvida e, por fim, os problemas técnicos.

Isso sem mencionar que a desenvolvedora nem se deu ao trabalho de investir em atualizações constantes para o título. Talvez isso justifique o preço de R$ 12,59 que ele teve em uma promoção recente da PS Store. Uma pena ver tanto potencial desperdiçado.

Dead Island 2

Dead Island é um caso diferente. Fomos ludibriados por um excelente trailer de anúncio na E3 de 2014, onde fomos induzidos a acreditar que o game seria umas melhores experiências com a temática de zumbis.

O problema é que…bem, o jogo não foi lançado! Atrasos, troca de estúdio, atrasos, desenvolvimento conturbado, mais atrasos…enfim, uma infinidade de barreiras.

Reza a lenda que Dead Island 2 ainda está em produção.

Killzone 2

A revelação de Killzone 2 no palco da E3 2005 foi uma péssima investida da Guerrilla Games naquela época. Com juras de “revolucionar” os jogos de tiro em primeira pessoa, a apresentação do trailer foi muito boa e tinha uma excelente vitrine cinematográfica para o início da 7ª geração de consoles — PlayStation 3 e Xbox 360.

No primeiro contato, até dava para acreditar naquela revolução prometida, pois o gameplay revelado era acima da média para os padrões daquele momento. Todavia, o conteúdo não passava de um trailer cinematográfico com cenas pré-produzidas pelo estúdio — e isso manchou a imagem da empresa na época.

No Man’s Sky

Um universo gigantesco com naves, planetas diferentes, galáxias tão tão distantes, muita exploração e a oportunidade de encontrar outros jogadores no percurso. A receita de No Man’s Sky era ambiciosa e foi isso que o trailer de revelação mostrou: uma experiência que tinha tudo para dar certo.

Quando foi finalmente lançado em agosto de 2016, o game era, literalmente, simples. Ele tinha até todos os ingredientes da receita, mas o preparo não estava legal. O jogo era uma experiência solitária.

Um ano depois, a Hello Games disponibilizou um patch de atualização para adicionar o tão sonhado multiplayer, mas já era tarde demais e os jogadores já haviam deixado o jogo de lado. Atualmente, seis anos depois, ele continua sendo lapidado, e parece estar atraindo a atenção da comunidade novamente — mas isso poderia ter sido feito no lançamento, não é mesmo?

Watch Dogs

Poucos trailers de revelação são tão bonitos quanto o de Watch Dogs, anunciado pela Ubisoft na E3 de 2013. Na época, muita gente ficou impressionada com a qualidade da IP inédita, que apresentou gráficos incríveis e recheado de assets. Muita gente até teve a ousadia de dizer que o novo game poderia facilmente bater de frente com a franquia GTA.

Infelizmente, todo aquele alvoroço virou uma enorme decepção. Em seu lançamento, Watch Dogs teve um downgrade que impactou diversos aspectos técnicos da produção, principalmente no que diz respeito ao visual, ao gameplay e até na física dos carros.

Depois da ocasião, a comunidade ainda fica com o pé atrás com essas revelações, mas mesmo assim caíram no conto do vigário com o game que falaremos a seguir.

Cyberpunk 2077

Este é, sem sombra de dúvidas, o projeto de mais rebuliço dos últimos meses. Cyberpunk 2077 também foi revelado na E3 2013 e mostrava uma incrível cinemática da nova empreitada futurista da CD Projekt RED.

Bom, após diversos adiamentos, o game foi finalmente lançado em dezembro de 2020, mas estava longe — muito longe — do prometido pela desenvolvedora polonesa. O RPG foi lançado com problemas técnicos e mal rodava no PlayStation 4 e Xbox One, consoles aos quais também foi prometido — logo, deveriam rodar sem maiores problemas. Isso sem mencionar a ausência de diversos elementos mostrado nos trailers.

A polêmica foi tanta, que a própria Sony decidiu remover o game da PS Store por conta desses problemas, criando até uma campanha de reembolso para os jogadores que haviam comprado o game na plataforma. Cyberpunk 2077 só retornou ao catálogo quase sete meses depois. Vale pontuar que ele ainda possui alguns problemas aqui e acolá.

Tem algum trailer que você viu em algum evento, mas o resultado do produto final te decepcionou? Comente na sessão abaixo!