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FIFA e PES: os jogos de futebol devem deixar de ser anuais?

MeuPS tenta entender os pontos que podem fazer com que uma mudança ocorra nos tradicionais títulos de futebol

por Thiago Barros
FIFA e PES: os jogos de futebol devem deixar de ser anuais?

FIFA e PES são games que vendem cópias e mais cópias todo ano, no Brasil e no mundo. Mas será que as tradicionais edições anuais são a melhor forma de manter as franquias em alto nível? Ou atualizações, com versões um pouco mais em conta – semelhante ao que aconteceu com eFootball PES 2021 – podem valer mais a pena?

Até mesmo quem é fã desses games costuma dizer que chegou um momento em que as modificações de FIFA e PES a cada doze meses não parecem, normalmente, o suficiente para justificar pagar o preço cheio num game novo. Muitos jogadores mais casuais relatam que ficam durante bem mais do que um ano com o mesmo jogo.

A razão principal é justamente essa: custo-benefício. A única coisa que muda muito de um jogo para o outro é a atualização de jogadores – com as transferências daquela temporada. De resto, há algumas melhorias aqui e ali em gameplay, possíveis updates gráficos, mas fica no ar sempre a percepção de que é “mais do mesmo”.

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FIFA 22 acabou de receber novidades

Para quem compete em FIFA e PES, as mudanças são um pouco mais perceptíveis, por questões do chamado “meta”. Mesmo assim, até pro players acreditam que seria benéfico alterar o formato atual de distribuição de FIFA e PES.

“As diferenças de gameplay e meta são sentidas mais num primeiro momento pelos profissionais, mas ao longo da temporada, todo mundo acaba tendo uma visão parecida. Os profissionais acabam só tendo mais tempo e dedicação para aprender tudo o que jogo tem de diferente. Não sei se é positivo ou negativo, mas todos os jogos competitivos tem um pouco disso, então é natural. Quem tem o interesse de jogar melhor precisa estudar e se adaptar da melhor forma”, comentou Rafifa, atleta profissional da equipe da Netshoes de FIFA, em entrevista ao MeuPS.

Como Rafifa, a maioria do público do FIFA investe bastante no Ultimate Team – e para essas pessoas, então, o modelo atual fica cada vez mais difícil de manter. Afinal, a cada ano, é preciso começar seu time de novo, do zero.

RAFIFA
Rafifa é um dos principais nomes do FIFA. Imagem: Twitter

“É um movimento natural do mercado: um jogo fixo ter esses updates por ano. Todos os simuladores de esportes, como F1, basquete e outros da própria EA, devem seguir esse modelo. Em alguns anos, o mercado vai modificar isso. O modo como é feito atualmente de um jogo fixo anual, principalmente no UT que as pessoas investem muito dinheiro e no final do ano perdem tudo, é alvo de muitas críticas e com razão”, completou o jogador.

FIFA e PES com updates frequentes

Por que não, então, admitir isso, no caso de EA e Konami, e lançar FIFA e PES sempre como updates anuais, não novos jogos. Correções de bugs, ajustes no meta da jogabilidade e mais nada? Por um preço mais em conta e que permita que todos sigam jogando sem gastarem muito e sem aquela frustração de ver pouca coisa ser alterada (ou então tudo mudar bruscamente e alterar totalmente o jogo)?

Fizemos uma enquete no grupo do MeuPlayStation no Facebook, e os resultados falam por si: até o momento do fechamento desse artigo, havia 277 votos, em pouco mais de uma hora de votação. Desses, 269 acreditam que “não seja preciso um jogo novo por ano”. E dentre os comentários, uma nova discussão surge.

É óbvio que EA Sports e Konami (e outras empresas que fazem jogos de esportes, como a 2K com NBA) arrecadam muito com os lançamentos de um jogo novo por ano. Mas e se eles transformassem os jogos em free to play ou mesmo um jogo pago, mas com microtransações futuras? De forma semelhante ao que acontece com Destiny, por exemplo.

“Acho que o jogo deveria ser sempre update, mas discordo da forma como foi nessa temporada. Deveria seguir modelos como Fortnite ou CS, que tem passe de batalha. Poderia ser uma atualização grátis, com ajustes na jogabilidade, e conteúdo extra liberado para comprar. Claro que tem a questão de valores a serem arrecadados pela empresa, mas os updates têm que ser relevantes, atualizar mesmo o jogo”, comentou o jogador Vitor “Mito” Abdalla, profissional de PES no Flamengo Esports, em entrevista ao MeuPS.

Será que isso um dia vai acontecer para ambas franquias? A Konami, pelo menos, já deu o primeiro passo e já anunciou uma mudança brusca. PES, de agora em diante, será somente eFootball e virá no modelo gratuito para jogar, mas para que a recepção não foi lá das mais favoráveis.