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Tchia: vale a pena?

Awaceb consegue encantar, divertir e emocionar na medida certa em seu novo jogo que será lançado no PS Plus

por Jean Azevedo
Tchia: vale a pena?

A Awaceb prometeu um jogo feito de alma e coração para apresentar um universo inspirado na Nova Caledônia, arquipélago do Oceano Pacífico culturalmente rico e capaz de motivá-los criativamente. Com a história da heroína Tchia, o resultado pode ser conferido por todos os assinantes do PS Plus Extra e Deluxe sem custo extra.

Podemos adiantar que o estúdio cumpriu a promessa. Além de um gameplay satisfatório e focado na exploração de um mundo aberto rico em detalhes e interações, os costumes desse povo marcam presença a todo momento. Testamos a versão de PS5 do título antecipadamente, e essa experiência foi bastante agradável.

Tchia

A história de Tchia

O jogo começa com a apresentação de um lar para jovens órfãos. Em um belo dia, eles se reuniram em volta de uma fogueira para a ouvir a lenda da fundadora desse instituto: Tchia, uma jovem garota que foi responsável por acabar com o império de Meavora, um devorador de crianças e grande vilão da trama.

Refúgio Tchia
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

O caminho da garota e do monstro acabam se cruzando no dia de seu aniversário. Seu pai recebeu uma visita que foi rastreada por um dos capangas de Meavora. Sem entender o motivo, ela precisou ser escondida da gangue, porém, no impulso de tentar salvar o único membro de sua família, ela se revelou, e seus poderes também.

Mesmo sem saber muito bem a razão por trás desse ataque, a garota parte para enfrentar a entidade que controla todas as ilhas do arquipélago. Com a missão de salvar seu pai, ela inicia uma busca perigosíssima para conseguir convencer o inimigo a liberar seu pai.

Obviamente não passaremos desse ponto para não entregar muitas coisas, mas apesar de parecer um jogo bem infantil, Tchia aborda temas interessantes. O roteiro emociona, diverte e impressiona na medida certa e casa muito com o tempo de gameplay de aproximadamente 5 horas.

Os poderes de Tchia e o gameplay

Tchia pode usar uma habilidade capaz de transferir sua alma para objetos e animais. Com isso, ela pode possuir gatos, cachorros, aves, cocos, baús explosivos e muito mais itens espalhados pelos cenários. 

Por causa desse seu poder, ela vinha sendo criada em segredo, isolada, para Meavora não ter noção de sua existência. O motivo é crucial para a narrativa, então, vocês terão de jogar para saber mais sobre, ok? 

Para transitar entre esses corpos, Tchia utiliza sua barra de energia espiritual, ou seja, ela tem um tempo limite para possuir seus alvos. No início esse medidor esgota facilmente, mas é possível aumentar bastante a duração da magia concluindo puzzles especiais encontrados pelo mapa.

Tchia no corpo de um animal
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Claro, com essas skills, a jovem aventureira tem poderes capazes de causar estragos aos seus alvos. Acampamentos de soldados do Meavora estão espalhados pelo arquipélago, e elas acabam sendo muito úteis. Eles não são humanos e sim criaturas feitas de “alma e tecido”. Para eliminá-los, a menina precisa tacar fogo neles.

A exploração enaltece ainda mais a jogabilidade

Navegar, voar e caminhar pelas belas paisagens inspiradas na Nova Caledônia dentro de Tchia é algo prazeroso. Com uma mecânica de fôlego, a garota pode escalar qualquer coisa presente no mapa e consegue pegar impulso balançando no topo das árvores para abrir seu planador feito de folhas de coco e atingir longas distâncias.

Não bastasse isso, ao possuir qualquer tipo de ave, mesmo que por tempo limitado, Tchia pode sobrevoar uma grande porção de área das ilhas — e fazer o que aves fazem de melhor quando humanos estão embaixo delas, como no vídeo abaixo:

Essa diversidade no gameplay marca muita presença em Tchia. Ao controlar os cachorros, a aventureira consegue cavar buracos, possuindo um gato, ela ganha habilidade de visão noturna. Isso se aplica a peixes, caranguejos, tubarões e tantos outros bichos presentes nas florestas, nos céus e nos mares.

Ainda falando da exploração, a garota precisa cuidar de todos os detalhes para velejar. Os jogadores controlam o barco posicionando as velas, definindo a velocidade, e controlando o rumo da viagem — além de posicionar a âncora caso parem fora das docas, onde é possível personalizar o seu transporte.

Como é a experiência no PS5?

É pouco, mas Tchia faz, sim, uso das tecnologias do DualSense. Ao atirar com o estilingue ou colocar um alvo para fazer o salto espiritual na mira, os gatilhos adaptáveis e o feedback tátil são acionados. Quanto ao desempenho no PS5, não houve nenhum crash ou problema que afetou a experiência durante a análise.

Ponto positivo para a personalização

Tchia pode vestir diversos estilos de roupa, mudar seu cabelo, sapatos e muito mais dentro do game. Além disso, até seu barco pode ser editável. As skins podem ser trocadas por itens obtidos durante a exploração ou encontradas em baús. Ponto super positivo para o game.

Inspirações na Nova Caledônia

A Awaceb apresentou detalhes da cultura do povo da Nova Caledônia dentro de Tchia de uma forma espetacular. A aventura te levará para conhecer diversas vilas, e será possível notar que nem todas falam a mesma língua — por sorte, a menina se vira conversando tranquilamente independente disso.

Nesses vilarejos, existe uma tradição de se preparar uma refeição ou levar um presente antes de marcar uma reunião chamada de Coutume, e isso também aparece no game. Como a dublagem foi feita por talentos locais, tanto o francês quanto o drehu são idiomas falados pelos personagens.

Tchia pintura facial
Até pinturas faciais estão disponíveis na customização após conversar com certas tribos. (Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

O mundo e a história de Tchia são totalmente fictícios e foram criados por uma equipe pequena e diversa. Uma curiosidade: o estúdio e seus desenvolvedores são de Nova Caledônia. Por isso, espere encontrar uma riqueza cultural que se reflete até nos instrumentos e nas canções (muitas canções) apresentadas na narrativa.

Um ponto importante: o jogo tem menus e legendas em PT-BR, mas não tem vozes dubladas para nossa língua.

Onde Tchia deixa a desejar?

Infelizmente a Awaceb pecou em pequenos detalhes no conto de Tchia. Por exemplo, o fato da menina conseguir escalar absolutamente qualquer construção é estranho. Em certos momentos parece um jogo do Homem-Aranha. Observem:

Tchia Aranha
Spider-Tchia em ação! (Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Outro deslize é o fato do estilingue, arma básica da menina, não ser tão útil assim. O equipamento não é bem explorado durante os momentos de batalha e é praticamente descartável após os primeiros minutos de gameplay. O item poderia ter sido utilizado de uma melhor forma.

Concluindo essa etapa, talvez o ritmo lento no início de Tchia afaste os jogadores. É apenas uma introdução, mas pode ser um pouco demorada e acaba bombardeando informações importantes — o que não atrapalha a boa narrativa entregue ao longo da jornada, apenas freia o entusiasmo para sair por aí explorando tudo.

Tchia: vale a pena?

Vindo como um jogo do catálogo do PS Plus Extra e Deluxe, com certeza é uma aventura onde vale a pena investir um pouco de tempo. A jogabilidade é agradável, a narrativa é envolvente e grande parte dos personagens marcam a trajetória da lenda de Tchia. 

Tchia no Sol
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

O game ficará disponível para download no dia 21 de março, no dia do lançamento. Aproveite a estadia nesse universo rico em detalhes criado pela Awaceb — que entregou o prometido e ainda fez isso com uma dose de emoção.

Veredito

Tchia
Tchia

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Awaceb

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
85 Ranking geral de 100
Vantagens
  • História encantadora
  • Gameplay agradável e diversificado
  • Mecânicas e narrativa se encaixam muito bem
  • Salto espiritual é muito divertido
  • A Awaceb soube mesclar diversão com momentos sérios de forma espetacular
  • Mapa aberto e os recursos de exploração são um casamento perfeito
Desvantagens
  • Estilingue mal utilizado
  • A possibilidade de escalar tudo que há no mapa não foi uma boa ideia
  • Início "lento"
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