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Ruined King: Uma História de League of Legends: vale a pena?

Riot conta com a Airship Syndicate para continuar apostando em levar o mundo de LoL para mais pessoas, e o RPG de turno é um acerto e tanto

por Jean Azevedo
Ruined King: Uma História de League of Legends: vale a pena?

Ruined King: Uma História de League of Legends é um RPG de turnos com uma proposta bem simples. A narrativa foi criada para prender os jogadores até o fim da trama e funciona muito bem. Todos os personagens têm um objetivo em comum e são carismáticos — para os novatos e veteranos do universo do MOBA.

Runeterra — o mundo onde League of Legends é ambientado — é dividido em várias regiões. No título, a história se passa em Águas de Sentina, e de forma bem diferente das cinemáticas sobre o Tormento (ou Ruína), espécie de propagação da Névoa Sombria, ela consegue ficar ainda mais atraente no formato apresentado.

Depois do sucesso com Arcane expandindo a história de Piltover e Zaun, Ruined King segue os mesmos passos, com muitas mecânicas interessantes. A proposta pode dar muito certo e atrair ainda mais pessoas para dentro da bolha do LoLzinho.

Uma trama sem fim

Sarah Fortune, a Miss Fortune de League of Legends, é a primeira personagem que controlamos no jogo. Logo no começo de Ruined King, a história de sua vingança amarga contra Gangplank é apresentada através de uma cinemática. De forma resumida, a capitã afundou toda a frota do seu adversário, mas não deu o troco pela morte de sua mãe como queria.

Ruined King Sarah Fortune e sua mãe
Sarah Fortune quase foi morta por Gangplank na infância, mas se vingou quando cresceu (Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Agora comandando as Águas de Sentina, um novo mal se aproxima pelos mares, pois a Ilha das Sombras começa a espalhar o Tormento por toda a Runeterra. Infelizmente, a maldição causada pela liberação da Névoa Sombria não afetou somente a região portuária do mapa.

O Tormento se espalhou por todos os cantos do planeta e causou caos em muitas nações. Braum foi para as Ilhas das Sombras em busca de uma cura para a infecção que está assolando as crianças de Freljord. Ahri vai recuperar um artefato vastaya, roubado pelos inimigos transportados pela Névoa Negra, e chamou o mercenário Yasuo como guarda-costas (ambos são de Ionia).

Ruined King - Pyke
Pyke, o estripador de capitães (Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Illaoi, a portadora de Nagacáburos, esta a deusa do movimento, topou com Pyke, o estripador de capitães e após uma luta, o assassino foi julgado digno e acabou fazendo parte da equipe. Com sua vingança incompleta, Miss Fortune embarca para enfrentar o Tormento e lidar com seus fantasmas do passado.

Com isso, os seis personagens jogáveis de Ruined King são introduzidos na história.

Ruined King - tripulação da Capitã Fortune
A tripulação de Miss Fortune tem a missão de parar o avanço da Névoa Negra (Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Aprender é bem fácil

O sistema de Ruined King é feito para deixar os jogadores à vontade no gameplay. Apesar de ser “apenas” um RPG de turnos, muita informação é repassada durante as sessões, mas de forma bem clara e com tutoriais rápidos e de fácil entendimento.

Sempre quando o jogador abre o menu — isso não acontece somente na primeira vez — uma mensagem com uma breve explicação das funcionalidades presentes aparecerá caso necessário.

Assim como na escola, os professores nos ensinam o básico e nos deixam à vontade para desenvolver o nosso próprio entendimento em diversas pautas. No gameplay de Ruined King, há um equilíbrio entre “saber fazer” e “pegue as ferramentas e tente você mesmo”. Assim como em League of Legends, estratégias mirabolantes podem surgir.

As habilidades dos personagens se combinam de forma muito fácil. É bem simples entender como seus comandos afetarão o jogo, quando usá-los e qual a melhor forma de aplicá-los para superar os desafios.

Rota de Habilidades em Ruined King
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Uma espécie de “Linha do Tempo” com a ordem dos ataques é exibida na parte debaixo da tela. Assim, os jogadores ficam cientes de quando serão atacados e quando é melhor recuar para reajustar a estratégia. 

As skills básicas não mexem na ordem dos combates, mas suas ferramentas com maior poder de estrago podem ser ativadas de diversas maneiras. Na linha do tempo há três tipos de ataques: os normais, os rápidos e os poderosos, separados por rotas escolhidas pelo jogador.

Se você precisa dar um tiro e ele tem de sair antes do adversário agir, jogá-lo para a linha de velocidade é uma ótima opção. Por outro lado, caso surja a possibilidade de esperar algumas rodadas para desferir um dano massivo, também é recomendável. 

Curingas em Ruined King

O sistema de turnos conta com um trunfo para fugir da mesmice: os curingas. Como mencionado anteriormente, o método escolhido para soltar suas skills influencia diretamente nos posicionamentos da “linha do tempo”. Dá para montar sua estratégia para pegar um curinga de cura, esperar a lacuna de ataque crítico ou tirar proveito de outros buffs.

Um ponto negativo no gameplay é o fato de as lutas não terem visuais muito chamativos, que mesmo não deixando a experiência ruim, poderiam ser melhores. Além disso, as animações das habilidades Ultimates também demoram bastante — uma opção para ignorá-las seria útil.

Uma equipe de três e nada mais

Conforme seus personagens melhoram e adquirem mais habilidades, o caminho para se chegar às vitórias começa a ficar mais evidente. Com isso em mente, o jogador só pode escolher três dos seis heróis disponíveis para compor o seu time. Seu plano de jogo precisa estar definido de forma antecipada, pois a sua formação será raramente alterada durante o gameplay — isto só é possível ao interagir com fogueiras.

Ruined King - equipe
Somente três, e sem troca depois dos pontos de descanso (Fonte: Jean Azevedo/ MeuPlayStation)

Um ponto positivo para o sistema de nivelamento. Todos ganham experiência entrando ou não na batalha. Conforme progridem, runas e maestrias para fortalecer as habilidades de cada herói são desbloqueadas. As escolhas são reversíveis, então, não precisa ter medo de gastar pontos em um skill errada — dá para testar tudo sem se arrepender.

Lutas contra chefões têm mecânicas exclusivas

Ruined King - luta com primeiro chefão

Os jogadores terão acesso a muita informação para definir suas estratégias. Um modo análise pode ser ativado para descobrir fraquezas, algo que o jogo te incentivará a explorar sem dó, pois os bosses são bem fortes e não perdoam a falta de um plano para derrotá-los.

Mapa é vasto, mas devs escorregaram nessa parte

Ruined King - Mapa Aguas de Sentina
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

O mapa merece alguns elogios, mas também é a parte onde a desenvolvedora Airship Syndicate deixou a desejar. Não se trata de um mundo aberto, os cenários são conectados linearmente e mais adiante na história liberamos uma espécie de viagem rápida utilizando os dirigíveis. 

Porém, a navegação através do menu pareceu um pouco limitada. Durante a exploração, é necessário dar umas consultadas aleatórias para não se perder. Um minimapa mais detalhado pouparia esse trabalho dos jogadores.

Ruined King - local de embarque
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Puzzles muito bem trabalhados

Se prepare para encontrar puzzles muito interessantes na sua trajetória. Eles não são difíceis de serem resolvidos, basta uma interpretação de texto bem básica das pistas encontradas no ambiente e um pouco de observação aos detalhes entregues pelo próprio jogo.

Puzzle de Ruined King
(Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

Os quebra-cabeças são importantes para dar uma pausa na sequência de lutas. As tarefas não requerem idas e vindas em diferentes locais do mapa para serem concluídas, são bem objetivas e diretas.

Dificuldade? Aqui não

Não tem desculpa para não jogar ou curtir Ruined King. Para quem ama combates por turnos, o jogo obviamente é um prato cheio, mas se você quer somente curtir a história, existe uma dificuldade dedicada somente para isso — sem lutas, só diálogos, cutscenes e exploração. 

A pressa para completar Ruined King também pode pesar na escolha do modo. Jogamos cerca de 20 horas e, sem os combates, pouparia muito tempo e entregaria a mensagem final do game de qualquer maneira. 

Ruined King: Uma História de League of Legends: vale a pena?

Apesar do preço cobrado de R$ 159,90, Ruined King: Uma História de League of Legends entrega uma experiência boa. A Airship Syndicate modelou bem o sistema de RPG por turnos, as mecânicas dos curingas agradam e os puzzles também conseguem entreter.

Por fim, vale citar que a localização é um espetáculo à parte. Legendas, menus e as vozes dos personagens foram muito bem adaptadas/traduzidas para o português. Isso ajuda muito a entrar de cabeça na narrativa.

Miss Fortune e Illaoi em Ruined King
Ruined King é digno de estar na sua biblioteca. (Fonte: Jean Azevedo/MeuPlayStation)

No geral, vale a pena adquirir o título caso tenha condições financeiras para isso. Assim como Arcane, Ruined King é feito para todos os públicos: amantes do LoLzinho e recém-chegados à Runeterra.

Veredito

Ruined King: Uma História de League of Legends
Ruined King: Uma História de League of Legends

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Riot Forge/Airship Syndicate

Jogadores: 1

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83 Ranking geral de 100
Vantagens
  • História muito bem construída
  • Gameplay fluido e com mecânicas muito legais
  • Dificuldades adaptadas para todos os públicos
  • Localização em PT-BR é muito bem feita, ajuda muito na imersão
  • Puzzles e exploração bem preparados
  • Personagens carismáticos
  • Uma experiência para novatos e para fãs de League of Legends
Desvantagens
  • Habilidades Ultimate com cutscenes um pouco longas quebram o ritmo
  • Equipe tem de ser definida antes de saber os desafios
  • Gráficos poderiam ser melhores
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Jean Azevedo
Redator
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