The Last of Us Parte II Remasterizado: vale a pena?
Jogo chega com versão nativa para PlayStation 5 com gráficos mais bonitos e um bom pacote de extras
A bem da verdade, as opiniões sobre uma remasterização de The Last of Us 2 não eram lá uma unanimidade. Afinal, o jogo original já conta com uma atualização capaz de oferecer os tão desejados 60 FPS de forma gratuita.
Mas ela está aqui e, quer saber? Valeu a pena experimentar novamente este grande jogo – contando com diversas melhorias visuais, adições de comentários de bastidores, um novo modo de sobrevivência e muito mais.
A grande vantagem, quando comparamos com o remake de Parte I, de 2022, é a oferta de conteúdos adicionais que acabam “justificando” a atualização.
The Last of Us Parte II Remasterizado é mais bonito, tecnicamente mais customizável, mais profundo, enfim… É ”mais” em praticamente tudo. Só não é, claro, mais impactante, porque isso seria impossível. Agora, se essa for a sua primeira vez, melhor ainda. Tirou a sorte de aproveitá-lo em sua melhor forma; a definitiva.
Dualismo
Não vamos entrar nas nuances da narrativa, já fizemos uma revisão completa do game em 2020 (CLIQUE AQUI para ler), e a opinião não mudou uma vírgula sequer. É um jogo nota 100, capaz de testar as suas emoções, colocar em xeque convicções e mostrar como pontos de vista diferentes podem alterar totalmente as perspectivas sobre um mesmo acontecimento.
Aqui, vamos nos concentrar apenas no remaster, mas ainda assim vale uma sinopse:
Cinco anos após a jornada de Parte I, Ellie e Joel vivem uma experiência do que seria um resquício de vida normal em Jackson, estado do Wyoming, quando um evento traumático coloca a jovem sobrevivente em rota de colisão contra a WLF (Frente de Libertação de Washington), um grupo bem mais parrudo que os quase extintos Vaga-Lumes.
Na busca por justiça, muitas mortes acontecem e a vida de todos os envolvidos muda de maneira radical. Em resumo: A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena.
O lindo em alta definição
A mudança mais evidente é nos visuais. Mais bonito em razão da resolução 4K, melhorias nas texturas, iluminação, desempenho destravado… Tudo que uma remasterização que se preze tem que ter.
Agora, é possível notar detalhes que antes poderiam passar batido, graças ao salto na resolução. Os cenários estão mais nítidos, mais reluzentes, e têm elementos que, embora não sejam de um ray-tracing de ponta, repassam uma sensação de salto gráfico.
Dar zoom nas cenas e observar aquele monte de PS3 com referências aos jogos da Naughty Dog é bem mais interessante. Tudo bem que ninguém paga para ver isso com mais pixels, mas é bacana observar estas pequenas mudanças.
O jogo chega com duas opções, modo desempenho e fidelidade. A fidelidade conta com 30 FPS em resolução 4K nativa. O desempenho busca mais quadros (60), com uma resolução também em 4K, mas usando técnicas de upscaling.
Na prática, as coisas fluem melhor do que parece. O Fidelidade consegue se manter acima dos 60 FPS na maior parte do gameplay, com picos de mais de 80 FPS. O Performance se segura bem nos 120 FPS em grande parte da jogatina.
Isso, claro, se você ligar a opção de “desbloquear o FPS” – que, obviamente, também tem um problema: a variação. Ninguém aqui é sommelier de quadros por segundo, mas é possível notar as quedas bruscas em algumas situações que podem interferir no gameplay. Experimente topar um Baiacu, acompanhado de Espreitadores e Estaladores, e ser vencido porque houve uma alteração no desempenho. Não é legal, mas não o fim do mundo.
Não faria mal ter mais opções gráficas, como as vistas em Marvel’s Spider-Man 2, que permite vários presets no PlayStation 5.
Também vale mencionar o bom uso das opções da resposta tátil e gatilhos adaptáveis. Funções que parecem ter ficado restritas aos jogos first-party. Mais games deveriam aproveitar estes recursos, uma pena.
Sem Volta
O destaque mesmo é o modo Sem Volta, que parece substituir o finado multiplayer. Sabe o excepcional Valhalla adicionado ao God of War Ragnarok? É uma experiência parecida em execução. Sem tanto background narrativo, é verdade, entretanto, bem interessante mesmo assim.
Basicamente, você precisa sobreviver o máximo de tempo possível em cada fase, enfrentando infectados, humanos e outras adversidades. É um excelente modo que certamente vai prender os jogadores e não deve demorar muito para começarmos a ver runs impossíveis no YouTube.
Além de ser altamente punitivo, é imprevisível. Muitos elementos dos níveis são aleatórios (o design das fases em si, não). Os modificadores dão uma camada extra de oportunidades e dinamismo, sendo que cada personagem é único e conta com cenários e caminhos diferentes. As lutas que a Ellie enfrenta são bem diferentes das de Tommy, por exemplo.
E não só isso. Armas, upgrades, estilo de jogo e a progressão…tudo muda muito. E como todo roguelike, morreu já era. Tem de recomeçar tudo do zero, sem itens, armas ou conquistas. É um misto de prazer e agonia. Vale cada rejogada. Sem Volta é a melhor coisa que poderia acontecer com a série, ainda que não seja capaz, é claro, de substituir – tanto em tamanho quanto em adesão – um modo Facções.
O ponto alto é a luta final contra um chefão. Mesmo no modo mais fácil, ela é desafiadora e deve ser estudada já na primeira run. Traduzindo: desde a primeira fase você já deve ir conquistando recursos, buscando as melhores armas, distribuindo seus pontos e coletando XP pensando na batalha de encerramento. Ela vai exigir o seu máximo de planejamento e habilidade!
Níveis Perdidos & mais
Outra adição super interessante está no fato de a Naughty Dog ter incluído alguns níveis que ficaram de fora do jogo original. As fases incompletas – e isso tem que ficar bem claro para quem vai jogar – dão ainda mais profundidade à trama.
São três no total: Uma em Jackson, um pouco da festa onde Ellie e Dina dão um beijaço; uma nos esgotos de Seattle, pouco antes da garota chegar ao Hospital, e por fim, uma caçada a um javali, que deveria estar no primeiro trecho da A Fazenda.
Elas vão de níveis quase finalizados para outros que faltam animações, sonoplastia e quase tudo. Em cada um deles há comentários dos desenvolvedores explicando os elementos do cenário, dando curiosidades interessantíssimas sobre o processo de desenvolvimento do game e o porque foram cortados da versão finalizada. Não são trechos grandes de gameplay, porém, incrementam o pacote.
Também há skins novas, vídeos de bastidores, mais formas de se tocar violão, autopop para troféus – se o progresso for importado da versão de PlayStation 4 – novas conquistas para o Sem Volta (eles ficam separado dos troféus originais e não atrapalham a conquista da platina), e o mais importante: um preço bem mais competitivo do que o valor cheio pedido em The Last of Us Part I.
São versões diferentes, é claro. Uma é um remake de um jogo de quase 10 anos e a outra é remaster de um produto bem mais recente. Mas é sempre importante estar mais alinhado com o que a comunidade está disposta a desembolsar.
The Last of Us Parte II Remasterizado: vale a pena?
Sem dúvidas, sim. Tanto para os que já que jogaram tudo no PlayStation 4 e estão ansiosos para testar o novo modo e ver os extras feitos para os fãs, como para reviver a trama, dessa vez em gráficos em 4K.
Para quem nunca jogou, então, é uma recomendação sem poréns. Definitivamente um dos jogos já feitos.
E você talvez já esteja se perguntando: se o original de 2020 recebeu nota 100, por que este não, já que é uma versão melhor? Os motivos são bem objetivos: ainda que ofereça muitos extras, poderia existir mais opções de ajuste de desempenho, mais conteúdos de bastidores… Além disso, alguns bugs simples vieram junto com o remaster, quando poderiam ter sido corrigidos, alguns crashes ao acessar os Níveis Perdidos também acontecem.
Mas nada disso ofusca o resultado final. The Last of Us Parte II Remasterizado é ótimo e merece ser experimentado.
Veredito
The Last of Us Parte II Remasterizado
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: Naughty Dog
Jogadores: 1 Jogador
Comprar com DescontoVantagens
- Gráficos em 4K lindos
- Modo Sem Volta é incrível
- Níveis Perdidos são belo incremento
- Mais desbloqueáveis
- Vídeos de bastidores
- Upgrade mais acessível
Desvantagens
- Alguns poucos bugs
- Poderiam ter mais extras