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Horizon Forbidden West: Burning Shores: vale a pena?

Expansão chega exclusivamente ao PlayStation 5 oferecendo nova narrativa, região ampla e mais opções de gameplay

por Daniel dos Reis
Horizon Forbidden West: Burning Shores: vale a pena?

“Horizon continua lindo”, cantaria Gilberto Gil se conhecesse de games. Bom, mandando um abraço ou não, o game da Guerrilla Games ainda é um verdadeiro colírio para os olhos dos jogadores.

Lindo, impressionante tecnicamente e com mais bons momentos, Burning Shores é a expansão para quem gostou de Forbidden West e quer um gostinho de quero mais. A expansão também cria caminhos para o futuro da franquia, que fatalmente terá um terceiro capítulo.

Pra onde tenha sol…é pra lá que eu vou

Não há como falar da expansão sem entrar em detalhes narrativos de Horizon Forbidden West (leia review aqui). Portanto, se você ainda não experimentou o game, não recomendamos a leitura da análise. Há spoilers por aqui.

A trama começa logo após os eventos do fim do jogo base. Sylens explica a Aloy que um dos membros remanescentes da Far Zenith vem fazendo planos desconhecidos que podem colocar o futuro do planeta em risco e a envia para o “Litoral Ardente”, uma nova região do mapa, ao sul da mansão de Tilda.

Já sabíamos o quanto Forbidden West era bonito e isso não mudou nada. Na verdade, o local – região de Los Angeles – conta com muitas praias, sol, mar límpido… Quase um paraíso. Se não fossem pelas máquinas mortíferas, seria perfeito para umas férias.

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Há muita coisa para ficar deslumbrado, desde um pássaro deixando rastros na areia, ao por do sol com direito a muitos takes no modo fotográfico. A qualidade gráfica do game no PlayStation 5 é muito impressionante. Talvez o jogo mais bonito do “novo” console da Sony.

No entanto, todo este potencial não foi exatamente muito bem aproveitado. A região de Hollywood poderia ser melhor usufruída com mais atividades, segredos e incentivos para exploração. O jogo não direciona muito as ações, ficando a cargo do jogador tentar buscar por si só um objetivo neste sentido.

Pousando no Amor

Tudo começa com Aloy fazendo um pouso forçado na região e já encontrando Seyka, uma “fuzileira” da tribo dos Quen. Entre lutas e alianças, a ruiva e a soldado alinham seus objetivos em comum e formam uma parceria para resolverem suas pendências, cada uma a sua maneira.

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E isso traz uma pequena mudança na forma como a narrativa é conduzida. Aloy e Seyka estão quase todo tempo juntas, o que muda um pouco a dinâmica do game em si. Se em Zero Dawn e Forbidden West, a exilada vivia sua jornada muito solitária, aqui não.

Se você gosta de seguir as missões principais ao seu ritmo, explorando os cenários, coletando recursos, escalando com tranquilidade… Talvez se incomode um pouco com a Seyka lembrando Aloy de seguir em frente ou dando dicas de como resolver os quebra-cabeças.

Por outro lado, a conexão entre elas é boa. Ambas são exiladas e lidam com desafios emocionais e experiências parecidas. Isso faz com que os diálogos sejam mais naturais e fluídos. Não que realmente o jogador venha criar vínculos com Seyka. Até porque, nem há muito tempo para isso.

E é neste ponto onde reside o principal ponto crítico de Burning Shores. Tempo.

A campanha principal pode ser concluída em algo em torno de 4 a 5 horas de gameplay. Um tempo relativamente curto para o tamanho da ilha, que, novamente, poderia ser melhor aproveitada.

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Holywood poderia ser melhor explorada.

Por ser tão curtinha, a trama acontece muito rapidamente. Não há desenvolvimento em personagens interessantes, como o Far Zenith alvo de Aloy, que mesmo contando com áudios e textos, serve apenas como mais um obstáculo no caminho da nossa guerreira.

Tudo é rápido: Aloy recebe um briefing, monta no seu pássaro e bora pra cima do vilão. Claro, tem um desvio aqui e outro ali, mas é objetivo e sem rodeios.

Isso também se reflete em vários outros elementos da jornada. As novas máquinas: são apenas quatro; há uma nova forma de se explorar regiões aquáticas – bem legal, por sinal – e outra maneira de se locomover.

Ou seja, não é uma oferta tão ampla.

Ainda assim, há boas oportunidades para explorar a belíssima região, testar as novas habilidades, armaduras, usar uma balista que facilita a escalada e derrubada de inimigos, se divertir com os gêiseres e lutar.

São nas batalhas que Horizon se destaca de forma brilhante. Derrubar máquinas gigantes com estratégias variadas continua sendo muito divertido e gratificante. Tudo bem que nos pareceu que os desafios da expansão não nos colocaram à prova, mas ainda sim foram momentos divertidos.

Há novas habilidades de luta, uma forma mais aérea para atacar máquinas e até uma opção que possibilita coletar recursos apenas passando por sobre eles. Facilita bastante em combates.

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Os visuais estão ainda mais estonteantes. Seguramente, o jogo mais bonito do PlayStation 5.

O climax, no fim da luta, começa de forma épica, só que decai consideravelmente em ímpeto. Parecia tudo caminhar para a boss fight mais memorável da série, só que tudo acaba se resumindo a encontrar o tempo certo de atacar pontos específicos.

E se você for mais criterioso até consegue encontrar mais pontos a serem mencionados como: há momentos de furtividade onde os inimigos simplesmente são cegos para Seyka, lembrando bastante aquelas situações de The Last of Us Remastered, onde Ellie cruzava os adversários e nada acontecia. Esquisito.

Por outro lado, isso acaba não ofuscando o resultado como um todo.

Horizon Forbidden West: Burning Shores vale a pena?

É sempre uma pergunta capciosa. Para o fã da franquia e para aqueles que querem já colocar um pezinho em um eventual Horizon 3, certamente vale.

Há seus defeitos? Sim. Burning Shores poderia não ser tão curto em narrativa ou, ao menos, não apressar tantas as coisas. Embora um ponto dependa do outro para ser desenvolvido. Ter mais máquinas e atividades secundárias. O precinho no Brasil também poderia ser mais atrativo.

De toda forma, é um jogo lindíssimo, que proporciona mais de 10h para completar os 100% (explorando tudo, fazendo todas as secundárias, lendo todos os arquivos, ouvindo áudios…etc).

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Aloy também está uma jornada de auto descoberta.

Vale para você? No meu caso, valeu bastante jogar Burning Shores e sigo ainda mais ansioso para um terceiro game.

Veredito

Horizon Forbidden West: Burning Shores
Horizon Forbidden West: Burning Shores

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Guerrilla Games

Jogadores: 1

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82 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gráficos lindíssimos
  • Novas habilidades, recursos e armas
  • A ilha é grande e permite muita exploração
  • Algumas novas mecânicas de gameplay
Desvantagens
  • Tempo de duração
  • Narrativa apressada
Daniel dos Reis
Daniel dos Reis
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