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Soul Covenant: vale a pena?

Salvar a humanidade não deveria ser tão simples…

por André Custodio
Soul Covenant: vale a pena?

Uma das grandes apostas para o PS VR2 em 2024, Soul Covenant é o novo projeto do criador de Soul Sacrifice. Mais uma vez, os jogadores são conduzidos a uma aventura pós-apocalíptica que resgata os elementos já tradicionais da distopia oriental.

Com a proposta de trazer inovações no sistema de progressão e nas mecânicas em realidade virtual, o título chega com mais dívidas do que créditos. Mas apesar disso, ainda há algumas virtudes que indicam um bom potencial, nem que venha tardiamente.

A última resistência é convocada

Em um futuro próximo, uma inteligência artificial conhecida como Adam estabelece seu domínio. Ao controlar máquinas, ela acredita ser uma nova divindade e transforma a Terra em um paraíso sob chamas.

Guiado pelo instinto opressor do medo, Adam se torna o maior inimigo da humanidade e cria seu próprio exército Deus Ex Machina. Bem estruturada, a elite de autômatos se espalha pelo mundo e extermina os maiores líderes formados pela Tokyo Ark.

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Fonte: André Custodio

Agora, cabe aos humanos aprimorados Avatares reviver as memórias de soldados mortos e transformá-los em poderosas armas de extinção. Em um ciclo interminável, eles dão sequência às lutas de seus antepassados, mesmo que suas horas com vida estejam contadas.

Desenvolvido pela Thirdverse, Soul Covenant é um game de ação em realidade virtual. Além de incorporar elementos de RPG, ele traz um estilo único de visual novel, com sua narrativa contada através de cenas estáticas.

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Fonte: André Custodio

E assim como vários outros games do gênero, a história é bastante confusa, especialmente pelo modelo adotado pelos desenvolvedores. Como cada capítulo é contado através da perspectiva de um personagem em específico, os infinitos flashbacks causam uma bagunça na linha do tempo.

Rapidamente, a história é completamente ignorada, e no terceiro episódio já se assume um gameplay de ação automático. Isso evita qualquer identificação com os personagens, mesmo que haja reviravoltas interessantes e momentos excessivamente apelativos.

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Fonte: André Custodio

Vale pontuar que a história conta com uma boa quantidade de “gore” por narrar eventos baseados nos conceitos de morte e renascimento. Assim, há um aspecto bastante sério e maduro da trama, sem apresentar alívio cômico ou piadas fora de hora.

Ação repetitiva reforça história sem impacto

O gameplay de Soul Covenant reflete diretamente a história, com loops de morte e renascimento introduzida através das armas — Scapegoats. Ao todo, são quatro equipamentos; cada um com seus próprios atributos e estratégias de combate.

Nas primeiras missões, o título mostra uma jogabilidade eficiente, tanto pela modulação das armas — dois formatos para cada, como em Bloodborne — quanto pelo sistema de progressão estimulante. Mas com o tempo, a campanha se torna extremamente repetitiva e sem graça.

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Fonte: André Custodio

Cada missão de combate de Soul Covenant consiste em hordas de inimigos que aparecem gradualmente em uma arena pobre em detalhes. Como há apenas dois tipos de cenários no jogo (um aberto e outro fechado), essas áreas se tornam bastante decepcionantes.

O combate no game é bastante estiloso, com destaque para os visuais das armas. Elas realmente concentram quase todo o impacto do jogo e permitem que os personagens (masculino ou feminino) usem estratégias de proximidade ou de longo alcance à vontade.

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Fonte: André Custodio

Infelizmente, os movesets das armas não contribuem, e acionar movimentos de “chinelada” com os controles Sense já é suficiente para causar danos nos inimigos. Além disso, há uma esquiva com cooldown, uma ação de escudo temporário e um botão de pulo que não serve para absolutamente nada.

O sistema de progressão de Soul Covenant dá uma boa aliviada nesses defeitos e exige que os jogadores matem Deus Ex Machina de vários tipos para garantir upgrades nas armas. Os aprimoramentos são nítidos e não obrigam um grind absurdo para serem obtidos.

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Fonte: André Custodio

Enquanto isso, o físico dos personagens também pode ser melhorado. O mesmo sistema das armas é integrado à força, à estamina e à uma habilidade especial pouco eficiente, agregando um pouco mais de valor à campanha principal.

Design dos chefes merece elogios

Quem jogou Bayonetta vai se identificar instantaneamente com os chefes de Soul Covenant. Eles possuem claras inspirações nos anjos e são cheios de detalhes que deixam suas aparências assustadoras e imponentes.

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Fonte: André Custodio

Cada um deles tem movesets únicos, apesar de alguns serem nitidamente reciclados de outros. Além disso, há pontos fracos e golpes avassaladores que podem resultar no fim da missão em um único ataque.

As lutas de chefes têm proporções épicas e se destacam pela excelente — digo excelente — trilha sonora. As músicas são no melhor estilo Dark Souls e tornam cada combate desafiador à sua forma, com o confronto final sendo o grande ápice.

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Fonte: André Custodio

Algumas dessas batalhas também incluem minions e um objetivo principal de defender uma estação de energia. Felizmente, os três companheiros de equipe controlados por bots sabem se virar sozinhos e vão ao seu resgate no mesmo instante caso você caia na batalha.

Multiplayer liga um alerta preocupante

Soul Covenant foi vendido como uma experiência multiplayer, onde a partir de certo momento seria possível jogar em cooperação com outros três amigos para bater tanto a campanha quanto as missões de endgame.

Lamentavelmente, o modo está totalmente quebrado no PS VR2. Com isso, se torna impossível vencer as missões pós-campanha, assim como upar ao máximo seu personagem, pois alguns itens de aprimoramento podem ser obtidos apenas nos capítulos mais desafiadores.

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Fonte: André Custodio

Como a seção endgame de Soul Covenant é extremamente desbalanceada, não há como contar com as reações rápidas e estratégicas dos bots, já que eles apenas servem para ações mais básicas. Assim, parte do game está, em termos mais drásticos, travada.

A solução da Thirdverse, compartilhada no site oficial, sugere que é necessário desabilitar a segurança do roteador para acionar o multiplayer. Porém, isso chega a ser absurdo, pois todos os outros jogos com componentes online funcionam normalmente.

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Fonte: Andre Custodio

Além disso, há uma aba de criar partidas privadas através de senha. Mas estranhamente, o host pode gerar uma senha para compartilhar com amigos, mas os convidados sequer têm acesso a alguma sessão onde é possível digitar o código.

Soul Covenant: vale a pena?

Soul Covenant definitivamente não vale a pena. O menu intuitivo, as armas estilosas e a bela trilha sonora não justificam a cobrança de R$ 265 reais por um jogo incompleto na PS Store.

Limitado em termos de mecânicas e com uma história pouco interessante, o game prende pelas primeiras horas devido ao bom sistema de progressão, mas falha em manter os jogadores após a campanha principal.

O grande destaque negativo vai para o multiplayer, que está ali só para enfeitar. A impossibilidade de exercer uma conexão estável e uma ausência “mandrake” de telas para partidas privadas tornam tudo ainda mais frustrante, especialmente por Soul Covenant ser vendido como um título para vários jogadores.

Espere ao menos um patch com uma correção definitiva para essa falha bizarra antes de adquirir o game, se assim desejar.

Veredito

Soul Covenant
Soul Covenant

Sistema: PlayStation VR2

Desenvolvedor: Thirdverse

Jogadores: 1 a 4

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55 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Armas muito estilosas
  • Excelente trilha sonora de chefes
  • Design de inimigos muito bem feito
  • Sistema de progressão estimulante
Desvantagens
  • Más escolhas para a condução narrativa
  • Gameplay repetitivo e limitado
  • Bloqueios de progressão relativos ao endgame
  • Bugs visuais
  • Cenários pouco trabalhados
  • Problemas gravíssimos no multiplayer
André Custodio
André Custodio
Redator
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Jogando agora: Awaken: Astral Blade, Diablo IV
Fã de jogos de terror e desbravador de soulslike vez ou outra. Consegui me livrar de FIFA por motivos pessoais (ruindade) e hoje me sinto uma pessoa melhor. Também curto platinas, mas não vou atrás de algo que me tira do sério.