Série de The Last of Us: diretor promete “quebrar maldição” das adaptações
Neil Druckmann acredita que fracassos de outros filmes sobre jogos foram por querer adaptar gameplay
As avaliações de fãs e crítica sobre adaptações de games para filmes e séries não costumavam ser positivas até pouco tempo atrás. Mas cenário parece estar mudando com grandes produções como The Witcher, da Netflix, por exemplo. Para os criadores do próximo grande lançamento do tipo, a série de The Last of Us da HBO. a “maldição” vai acabar.
Craig Mazin e Neil Druckmann, responsáveis pelo programa, deram entrevista ao The New Yorker e falaram sobre a violência na série, a atuação de Bella Ramsey, a pegada mais cinematográfica dos jogos hoje em dia e, claro, a grande responsabilidade de levar Joel e Ellie para as telinhas.
“É uma chance de alcançar toda uma audiência que gosta de storytelling e nunca percebeu que pode haver ótimos enredos sendo desenvolvidos em games”, comentou.
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Só que é preciso fazer tudo da forma certa. Por exemplo, um filme para The Last of Us não seria o formato ideal para Neil. Vale lembrar que, em 2014, ele quase foi desenvolvido. Mas os caminhos desejados pelos responsáveis à época eram bem diferentes, o que fez com que o projeto não andasse.
Foi aí que surgiu o nome de Craig Mazin, que fez sucesso em Chernobyl e foi apresentado à Druckmann por Carter Swan, executivo da PlayStation responsável por expansões de IPs. Eles se encontraram, conversaram por horas e o resto é história. O filme foi descartado e virou a série da HBO nas mãos da dupla.
Maior adaptação da história
“Será a maior adaptação de games da história”, garantiu Neil.
“Mas isso também não é muito difícil, né?”, brincou Mazin, que citou Assassin’s Creed como exemplo: “Eu amo jogar Assassin’s Creed, mas a beleza dele está no gameplay. Quando anunciaram que fariam um filme, eu fiquei com muita dúvida sobre como isso seria possível, porque o legal mesmo é jogar”.
E Druckman tem uma teoria interessante sobre os fracassos recorrentes de adaptações de games para filmes e séries: “algo que muita gente acaba fazendo errado é levar gameplay para a tela, achando que é isso que os fãs querem”.
Como o filme Doom, de 2005, que tem uma sequência de cinco minutos onde a câmera fica em primeira pessoa como no jogo e mesmo assim não agradou – recebendo avaliações péssimas no Rotten Tomatoes. Para Mazin, é o “exemplo perfeito de algo que não precisa ser adaptado“.
Ou seja, mais do que fazer bem feito, é preciso escolher bem o que fazer. E, com a série de The Last of Us, isso não é problema. Afinal, o jogo foi aclamado muito mais por sua narrativa do que pela jogabilidade. Chance perfeita para quebrar essa maldição das adaptações de games para filmes e séries.
“Tenho esperança de que a série de The Last of Us vá quebrar essa maldição de vez”, disse Druckmann.
“Ou piorá-la”, brincou Mazin, que revelou ter sido procurado pela PlayStation em 2018 para fazer projetos para TV de outras IP’s, mas recusou.
A série de The Last of Us estreará no HBO Max no dia 15 de janeiro — e o primeiro episódio terá cerca de 85 minutos de duração. E aí, está animado? Conte para a gente nos comentários.
Episódio da série de The Last of Us focará em Bill e Frank
Ainda na entrevista do The New Yorker, Druckmann afirmou que a série de The Last of Us terá um episódio dedicado à relação entre os personagens Bill e Frank. Confira os detalhes!