Bob Burnquist celebra remake de Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 e destaca legado brasileiro na franquia
Skatista brasileiro e Rodrigo Pérez, diretor da Activision na América Latina, conversaram sobre o novo jogo, a importância do Brasil, a evolução tecnológica e a conexão eterna entre skate e videogames
Manobras insanas, estilo na veia e aquele som que embala cada grind no corrimão virtual. Tony Hawk’s Pro Skater não é só um jogo — é parte da história do skate moderno. Agora, com o remake de THPS 3+4 prestes a chegar, a franquia volta com tudo, trazendo novas pistas, tecnologia de ponta e, claro, ainda mais representatividade brasileira.
Durante a gamescom latam 2025, o MeuPlayStation bateu um papo com Bob Burnquist e Rodrigo Pérez, diretor da Activision para a América Latina. Eles nos contaram mais sobre o novo game, lembraram momentos marcantes da série e refletiram sobre como o jogo ajudou a transformar o skate em um fenômeno global.
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“É incrível ainda fazer parte disso”, diz Bob sobre Rayssa Leal e o Rio de Janeiro no jogo
Durante o papo, Bob Burnquist relembrou sua entrada na franquia Tony Hawk’s Pro Skater em 1999 e comentou com entusiasmo sobre a presença de novos nomes brasileiros no remake de THPS 3+4. O skatista destacou a chegada de Rayssa Leal ao elenco jogável e a inclusão da cidade do Rio de Janeiro como cenário.
“Agora, em 2025, estou no remake, e não sou o único brasileiro: tem a Letícia Bufoni, e agora a Rayssa entrando — é super empolgante. E jogar no Rio de Janeiro é incrível.”
Tecnologia a favor do estilo: como Bob viu sua evolução nos jogos
Questionado sobre sua reação ao se ver representado com a tecnologia atual, Bob relembrou as capturas de movimento desde o início da franquia e como o processo foi se tornando mais ágil com o tempo.
“A primeira captura foi toda feita com o Tony Hawk. Eu entrei depois e fiz alguns movimentos meus também. Hoje em dia, é só tirar algumas fotos e gravar um vídeo curto. E os gráficos ficam cada vez melhores.”
Ele ainda comemorou o fato de finalmente estar presente nas fases do THPS 3, jogo no qual não participou originalmente.
Jogos de skate incentivam a cultura além da tela
Um ponto forte da conversa foi o impacto dos jogos Tony Hawk’s na cultura do skate e no incentivo à prática, especialmente para quem está começando ou está impossibilitado de andar.
“Quando você está machucado e não pode andar, você joga. Isso te dá aquela sensação de estar no rolê, acertar manobra, grindar um prédio… É quase real”, contou Bob.
Rodrigo complementou dizendo que o jogo transmite liberdade desde os primeiros segundos de gameplay. Para ele, a trilha sonora, a jogabilidade acessível e a memória muscular dos comandos ajudam a reforçar a experiência autêntica do skate.
A simplicidade que conquistou gerações
Ambos os convidados concordaram que o equilíbrio entre jogabilidade acessível e profundidade técnica foi a chave do sucesso da franquia. Bob ressaltou que tentativas de tornar os controles mais “realistas” acabaram tornando outros jogos menos divertidos.
“O Tony Hawk sempre teve um equilíbrio perfeito: nem fácil demais, nem impossível. Ele criou um padrão que outros jogos tentaram seguir — e erraram.”
A importância do Brasil e da comunidade global
Rodrigo destacou que o remake marca a primeira vez que a Activision realiza um evento presencial de imprensa para Tony Hawk’s Pro Skater, e que o local escolhido não foi por acaso:
“Fazer esse evento no Brasil mostra a importância que o país tem para a franquia. É a primeira coletiva global da série — e é aqui.”
Quando o jogo inspira a vida real — e vice-versa
Bob compartilhou uma história marcante: como um movimento impossível que tentou no jogo o levou a criar uma nova manobra na vida real — o samba flip.
“Fiz dois kickflips seguidos no jogo e pensei: ‘dá pra fazer isso?’ Aí tentei de verdade, criei o samba flip — e ele acabou entrando no THPS 4 como manobra especial.”
Rodrigo complementou dizendo que o inverso também acontece. A Dreamland e a Mega Rampa, criadas por Bob no mundo real, agora fazem parte da experiência nos jogos.
Criatividade, liberdade e amizade no coração da franquia
Bob e Rodrigo discutiram a importância de manter a essência do skate: liberdade de expressão, estilo próprio e troca com os amigos. Eles também compartilharam lembranças pessoais com Tony Hawk.
“Tony sempre foi supercompetitivo. Lembro dele gritando no ônibus quando zerou o jogo durante uma turnê. Eu nunca zerei (risos), mas ele ficou obcecado”, disse Bob.
“No skate, como no jogo, você compete com os amigos, mas também se desafia. Isso está presente em cada detalhe da franquia”, completou Rodrigo.
Rio de Janeiro, fases inéditas e a colaboração com DOOM
O remake também traz fases inéditas, conteúdo expandido e colaborações inesperadas. Uma das mais comentadas é a parceria com a franquia DOOM, agora oficialmente presente no jogo.
“Começou como um easter egg. Agora temos dois personagens e dois shapes do DOOM. É uma colaboração que faz sentido — encaixou de forma natural”, contou Rodrigo.
Bob encerrou dizendo que participar novamente da franquia com novos recursos, gráficos e cidades é mais do que especial:
“O jogo foi tão longe que superou a contagem de números. Agora temos temas, colaborações, e ainda estamos aqui — com tudo novo e com a mesma alma.”
Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 chega como um tributo à cultura do skate e à comunidade que cresceu jogando — e andando. Com novos gráficos, colaborações inesperadas e fases como a do Rio de Janeiro, o remake promete unir nostalgia e inovação na medida certa. O jogo será lançado em 11 de julho para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC.