Sonic Superstars: vale a pena?
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Sonic Superstars: vale a pena?

Sonic Superstars é uma tentativa de retorno às origens da franquia

por Vinícius Paráboa

Anunciado durante o Summer Game Fest em junho, Sonic Superstars inicialmente impressionou com seus primeiros trailers, resgatando o estilo clássico de plataforma 2D, cores vibrantes e a inclusão de quatro personagens jogáveis, cada um com habilidades especiais únicas. Parecia ser a realização dos sonhos dos fãs, ansiosos pelo retorno do ouriço azul às suas raízes. No entanto, infelizmente, o jogo não consegue atingir todo o potencial esperado.

O mais recente título estrelado pelo ouriço azul possui indiscutíveis méritos, tais como gráficos vibrantes, animações bem executadas e uma diversidade de estilos de jogabilidade. No entanto, o mascote da SEGA tropeça em alguns aspectos críticos.

O level design deixa a desejar, com níveis que carecem de criatividade e desafios envolventes. As batalhas contra os chefes se tornam monótonas ao longo do jogo, e a trilha sonora, infelizmente, não deixa uma impressão duradoura na experiência do jogador.

Dr. Eggman e seus velhos planos diabólicos

Em Sonic Superstars, testemunhamos o retorno de um velho e conhecido antagonista: o Dr. Eggman. Como de costume, o vilão bigodudo está determinado a dominar o mundo, porém, desta vez, ele encontra aliados improváveis em Fang, o Caçador, e Trip, uma personagem inédita na extensa franquia Sonic. Juntos, conspiram para capturar os gigantescos animais das Northstar Islands, com a sinistra intenção de transformá-los em obedientes Badniks robóticos, caso alcancem sucesso em sua audaciosa empreitada.

A tarefa de impedir Eggman de uma vez por todas recai sobre os ombros de Sonic, Amy, Knuckles e Tails. Enquanto atravessam os desafiantes cenários das Northstar Islands, descobrirão, a cada passo, os intrigantes segredos que envolvem a misteriosa personagem Trip.

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A história não é o fator que faz a SEGA vender Sonic Superstars. Na verdade, a história é apresentada de forma simplista, quase como um filme mudo, sem diálogos diretos. Os jogadores simplesmente observam cutscenes que se desenrolam com base nas ações dos personagens, como Fang repreendendo Trip ou Tails criando suas engenhocas engenhosas.

No entanto, essa abordagem de falta de diálogos deixa a narrativa com pouco apelo emocional. A falta de conexão com os protagonistas e antagonistas é notável, sendo que a única conexão que existe é, em grande parte, baseada na nostalgia, uma vez que a franquia Sonic é clássica, e muitos dos personagens são familiares para os fãs de longa data.

Gameplay de Sonic Superstars é variado, mas deixa a desejar

Em Sonic Superstars, um jogo de plataforma 2D, a atenção recai fortemente sobre a experiência de jogo. Embora o título ofereça novidades empolgantes e uma gama diversificada de estilos de jogabilidade, algumas áreas fundamentais acabam carecendo de aprimoramento.

Para começar, a duração do jogo é satisfatória. Com uma média de 4 a 5 horas para a conclusão da primeira jogada, Sonic Superstars também brilha com seu fator replay, graças à inclusão de um quinto personagem jogável, que traz sua própria perspectiva à narrativa.

Os protagonistas, notavelmente, possuem habilidades distintas, enriquecendo a diversidade na jogabilidade. Knuckles pode planar e escalar paredes, Tails eleva-se pelos céus com suas caudas, e Amy desfruta de um salto duplo. No entanto, uma crítica recai sobre Sonic, que, estranhamente, parece mais lento do que o ouriço azul veloz que os fãs esperavam.

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A variedade se expande ainda mais quando exploramos os poderes das Esmeraldas do Caos. Ao longo dos cenários, Sonic e seus companheiros encontram Rings gigantes, que os transportam para um minijogo que, infelizmente, tende a se tornar tedioso. A tarefa é pendurar-se em ganchos e alcançar a esmeralda dentro de um limite de tempo. Conseguir o objeto concede um poder especial.

Existem sete esmeraldas no total, cada uma conferindo poderes únicos: Avatar, Vision, Bullet, Slow, Ivy, Water e Extra. Essas habilidades injetam frescor no gameplay e podem ser úteis quando usadas estrategicamente. No entanto, o problema reside no fato de que, ao longo do jogo, todas essas habilidades tornam-se, em grande parte, dispensáveis. É possível navegar pelas fases sem recorrer a elas, exceto “Avatar”, que convoca clones para enfrentar inimigos e se revela útil em combates contra chefes mais desafiadores.

Falando em chefes, Sonic Superstars oferece uma série deles, principalmente variações de robôs concebidos por Dr. Eggman e Fang. Embora alguns desses embates sejam desafiadores, carecem da diversão e do design cativante. Além disso, caso o jogador se encontre em dificuldades e tenha que reiniciar uma luta após uma derrota, as cenas de abertura se repetem, testando a paciência, embora haja a opção de pular essas cenas.

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Por outro lado, a impaciência pode aflorar antes mesmo de enfrentar um chefe. Isso ocorre devido a um problema significativo em Sonic Superstars: o design de fases. Em um jogo de plataforma, o design das fases é crucial, mas aqui, nas fases extensas, o jogador pode facilmente se perder e ficar sem direção, mesmo em um ambiente bidimensional side-scroller. Isso compromete a fluidez da experiência.

A beleza de Sonic Superstars está nos gráficos, mas a trilha sonora…

Se tem algo para ninguém botar defeito em Sonic Superstars são seus impecáveis gráficos. Todos os personagens estão muito bem desenhados com modelos 3D, apresentando cores vivas e chamativas. Isso sem falar das animações carismáticas, construídas com carinho.

O mesmo vale para os cenários, que, provavelmente, são os principais destaques do game. Embora o level design deixe a desejar, a construção dos ambientes é digna de aplausos, principalmente na fase Pinball Carnival, que, como o nome sugere, é um grande fliperama, e Bridge Island, com suas plantas que fazem lembrar a clássica Green Hill Zone.

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Por outro lado, essa imersão é praticamente apagada por uma trilha sonora ruim. Nenhuma música se destaca no gameplay. Na verdade, parece que elas só atrapalham a concentração do jogador, quando deveriam ajudá-lo a entrar em um ritmo “veloz” (principalmente se tratando de Sonic, conhecido por faixas marcantes).

Sonic Superstars: vale a pena?

Sonic Superstars tinha a faca e o queijo na mão para devolver o querido ouriço ao merecido brilho nos corações dos jogadores, onde ele nunca deveria ter sido esquecido. No entanto, a Arzest, parceira de desenvolvimento, que já havia experimentado o gosto amargo do fracasso com o desastroso Balan Wonderworld, não conseguiu desvendar completamente a melancolia do potencial não realizado.

O jogo abriga uma diversidade de jogabilidade e inovações que, em teoria, poderiam ter adicionado um toque de nostalgia à receita. No entanto, a realidade é uma mistura confusa, com um design de fases desolador, uma trilha sonora que ecoa com saudade das glórias passadas da franquia, e batalhas contra chefes que, ao invés de emocionar, deixam um vazio no coração do jogador.

Talvez, fãs assíduos de Sonic devam dar uma chance, especialmente por ser uma volta às origens. No entanto, seu preço de R$ 299,90 na PS Store pode afastar muitos interessados — e o recomendado é mesmo esperar por uma promoção.

Veredito

Sonic Superstars
Sonic Superstars

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Arzest e Sonic Team

Jogadores: 1-4

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65 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Alta variedade de personagens jogáveis
  • Gráficos vivos e coloridos
  • Animações dos personagens são carismáticas
Desvantagens
  • Level design ruim
  • Trilha sonora esquecível
  • Boss fights tediosas
  • Sonic não parece rápido
Vinícius Paráboa
Vinícius Paráboa
Editor
Publicações: 5.751
Jogando agora: Dragon Ball: Sparking! Zero, Life is Strange: Double Exposure, Diablo IV, Sonic x Shadow Generations
Editor no MeuPlayStation. Fanático por Crash Bandicoot, God of War e pelo Grêmio.