Como os videogames foram afetados pela pandemia da COVID-19
Os videogames foram diretamente impactados pela pandemia, seja na produção ou no consumo de conteúdos
O “novo normal” veio aí. Mesmo com o fim dos lockdowns (pelo menos no Brasil), e com cada vez pessoas vacinadas, muita coisa mudou desde que a pandemia da COVID-19 atingiu o mundo em março do ano passado.
Mesmo em 2021, máscaras ainda continuam nos rostos nas ruas e nós reaprendemos a consumir conteúdo como forma de entretenimento. O lazer dentro de casa se tornou essencial, uma questão de saúde mental. O novo coronavírus trouxe novos hábitos que vieram para ficar e os videogames certamente fazem parte dessa nova fase das nossas vidas.
Sim, nós jogamos muito mais videogame
Segundo uma pesquisa recente conduzida pela Entertainment Software Association, a ESA, os norte-americanos ligaram mais o videogame durante a pandemia e 90% deles dizem que o hobby veio para ficar mesmo depois que o coronavírus estiver sobre controle. Não é a toa, para mais da metade deles, os jogos foram uma forma de distração e um meio para aliviar o estresse durante os tempos mais críticos da pandemia.
No Brasil o comportamento não foi diferente. De acordo com a PGB (Pesquisa Game Brasil), mais de 75% dos brasileiros jogaram mais durante a pandemia. Apesar do videogame estar se tornando uma forma de entretenimento cada vez mais cara, o brasileiro gastou 140% mais nas lojas digitais de games em 2020 em comparação a 2019. Essa alta foi global e não está desacelerando: só no primeiro semestre de 2021, o mercado de games movimentou mais dinheiro do que em 2020 inteiro.
Vários jogos foram adiados ou perderam conteúdo
Nem só de ganhos a indústria dos videogames vive nessa pandemia. Vários setores produtivos sofreram impacto com a necessidade do isolamento social. Escritórios foram esvaziados e, na transição para o home office, muitos planos foram adiados.
A produtividade acaba não sendo a mesma: por motivos de segurança, muitas desenvolvedoras não conseguem migrar toda a sua produção para um trabalho remoto. Toda a parte criativa sofre com a distância entre os funcionários, por ser muito colaborativa. O desenvolvimento de projetos se tornou mais lento com a pandemia e 44% das desenvolvedoras precisaram adiar seus jogos.
Todo esse atraso vai deixar um vazio em 2021. Pelo menos 25 jogos e DLCs tiveram suas datas de lançamento alteradas para o ano que vem, incluindo exclusivos da PlayStation, como o aguardado God of War: Ragnarok.
Mas outros jogos bombaram
Enquanto alguns games sofreram atrasos, outros se tornaram absurdamente populares, especialmente aqueles com componentes sociais. Talvez o mais emblemático deles seja Among Us, lançado originalmente em 2018, mas que se tornou uma febre absoluta na pandemia. Com mais de 100 milhões de downloads até o final do ano passado, o joguinho de detetive moderno entrou nas casas e nos streams de muita gente, incluindo candidatos políticos em 2020.
Fall Guys foi outro game que arrecadou milhares de jogadores no formato “Olimpíadas do Faustão”. O formato simples, divertido e engraçado une pessoas de todas as idades. Não é a toa que em pouco mais de uma semana, Fall Guys já tinha acumulado mais de 2 milhões de downloads na Steam.
Jogar videogame passou ser recomendado pela OMS
A Organização Mundial da Saúde já chegou a classificar “distúrbio de games” como uma doença mental. A OMS associou hábitos como o vício em apostas com as jogatinas compulsivas online de alguns jogadores. No entanto, com as orientações de isolamento social, os videogames foram de vilões a mocinhos.
Em abril de 2020 OMS passou a recomendar os games competitivos online como uma forma de manter um contato seguro com outras pessoas durante a pandemia. Com a campanha #PlayApartTogether, 18 desenvolvedoras de se uniram à OMS para encorajar as pessoas a aproveitarem os videogames para manter os laços sociais com amigos e, assim, dar uma ajudinha na saúde mental. Quem diria, não é mesmo?
Comprar um PlayStation 5 ficou bem difícil
Talvez nunca tenha sido tão complicado comprar um console de nova geração, mesmo que você esteja disposto a desembolsar os valores exigidos. Os consumidores do mundo inteiro estão tendo que disputar estoques limitadíssimos, que aparecem de tempos em tempos nas lojas. Com certeza a demanda por consoles está em alta por conta da pandemia, mas a oferta sofre com uma crise sem precedentes na indústria de eletrônicos como um todo.
Enquanto a COVID-19 acelerou a indústria dos videogames e movimentou o mercado, acertou também em cheio a produção de semicondutores. Os componentes são essenciais para uma série de produtos, incluindo carros, celulares e consoles. A pandemia inicialmente desacelerou a oferta de semicondutores com o fechamento de fábricas, especialmente na China, mas posteriormente acabou criando uma demanda praticamente impossível de ser atendida. A busca por entretenimento dentro de casa e o home office impulsionaram a compra de eletrônicos, levando à escassez e aumento de preço. Quem está procurando uma placa de vídeo que o diga.
A crise no fornecimento do PlayStation 5 já fez a Sony admitir que não consegue atender à demanda, ainda que mantenha a produtividade ao máximo.
Videogames foram vencedores na pandemia
Mesmo com atrasos, alta de preços e estoques disputados, os videogames saem vencedores na pandemia. Enquanto vários setores do entretenimento tiveram perdas imensas no período, a indústria de games segue aquecida e crescendo ainda mais.
Talvez isso se deva ao fato de que videogames são uma plataforma social, ainda que muitas vezes sejam vistos como um a atividade solitária. Não é de hoje que os games são uma forma de interagir com outras pessoas e até mesmo fazer amigos. Quem já jogava sabia disso há tempos. Quem começou a jogar agora descobriu como pode ser fácil socializar com os videogames. Certamente os jogos mantiveram algumas amizades vivas e construíram novos laços durante o isolamento social.
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