Ex-dev da Sony explica uso de cartão de memória proprietário no PS Vita
Gigante japonesa queria evitar a onda de hacks da época e optou pelo polêmico item
Não é novidade que o PS Vita foi um fracasso por diversos motivos, como falta de suporte e poucos lançamentos. No entanto, um deles talvez tenha sido o mais crucial: a obrigação de um cartão de memória proprietário. Um ex-funcionário da Sony, no fórum Reddit, disse que a gigante japonesa aderiu o acessório para evitar hacks.
Segundo ele — que não teve a identidade revelada, mas possui conta verificada pelo site — a onda de ataques cibernéticos da época ligou o alerta na empresa, principalmente após uma atividade ocorrida nos servidores da PlayStation em 2011, que vazou dados de 77 milhões de usuários.
Vale lembrar que o cartão de memória proprietário era exclusivo para o PS Vita e vendido separadamente do console. Além disso, ele tinha um valor maior em relação aos cartões SDs normais. Dessa maneira, os fãs ficaram com o “pé atrás” em relação ao portátil.
O ex-profissional da Sony ainda relatou que a companhia decretou o fim do videogame muito antes até do seu próprio fracasso e explicou os possíveis motivos para a empresa fechar a PS Store, em 27 de agosto. Para ele, o “custo x benefício” de manter a loja digital aberta não é mais viável.
Administrar uma loja digital é mais do que apenas manter os servidores online. Os sistemas de pagamento exigem muita manutenção técnica e os sistemas obsoletos fornecem ataque fáceis para informações confidenciais. E há muito trabalho envolvido para garantir que todos recebam seu dinheiro quando as vendas forem processadas. Não posso dizer com certeza se as linhas de “custo” e “lucro” já se cruzaram totalmente, mas posso dizer que, em conjunto com as outras razões que descrevi, a Sony estava pronta para terminar com o Vita.
Além disso, o dev revelou que a maioria dos lançamentos não chegava a 1.000 cópias vendidas e não sustentavam todo o sistema do PS Vita.
Haverá um PS Vita 2?
Questionado quanto ao desenvolvimento de um novo Vita, ele disse a Sony estava focado apenas no PS5 e no PS VR 2 quando saiu da empresa. Dessa maneira, caso fosse algo de interesse da companhia, ela precisaria de um planejamento a longo prazo.
Se acontecer, acho que será a longo prazo. Esse tipo de coisa leva tempo em P&D e não estava sendo considerado seriamente quando eu saí.
O ex-funcionário ainda destacou que a gigante japonesa não possui uma área específica para portáteis, o que dificulta a produção de novos hardwares.