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Hitman 3: vale a pena?

Hitman 3 encerra trilogia do Agente 47 que começou em 2016 e marcou uma nova era para o personagem

por Thiago Barros
Hitman 3: vale a pena?

Poucas coisas nos games são tão satisfatórias quanto concluir um assassinato bem planejado em Hitman. Se disfarçando de alguém que não passa suspeitas, como um detetive contratado para solucionar um caso, envenenando uma taça de vinho ou simplesmente deixando uma casca de banana no lugar certo, na hora certa. E isso está mais presente do que nunca em Hitman 3.

A conclusão da trilogia “World of Assassination”, lançada em 2016, é um misto de tudo o que deu certo nos seus antecessores, com uma melhoria aqui e outra ali. É a coroação dessa nova era do Agente 47, com um belo trabalho da IO Interactive no que mais importa nesse tipo de jogo: level design. As ambientações incríveis e múltiplas possibilidades de assassinato são os destaques.

Além disso, surpreendentemente, o título tem um foco grande na narrativa. A relação de 47 e Diana é o centro de tudo o que acontece – algo já visto anteriormente, mas explorado de uma forma maior agora. Você pode se surpreender ou achar os plot twists não tão twists assim, só não pode dizer que não prende o jogador.

Ao terminar um nível, você não sabe se volta para explorar mais e tentar novas formas de acabar com seus alvos ou se segue em frente para continuar entendendo o que está por trás da história. E isso é o que Hitman 3 tem de grande ponto forte: deixar o jogador seguir como bem entender para completar suas missões.

Mundo de Assassinato

Em Hitman, de 2016, o Agente 47 passa por um treinamento em Greenland, na sede da ICA, e depois se manda pro mundão. França, Itália, Marrocos, Tailândia, Estados Unidos e Japão. No segundo jogo, Nova Zelândia, Estados Unidos, Colômbia, Índia, Escócia e as Maldivas. Em Hitman 3, vamos aos Emirados Árabes, Reino Unido, China, Alemanha, Argentina e Romênia.

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Ou seja, a série, de fato, é um Mundo de Assassinato. E isso, aliado ao gameplay recheado de opções para matar seus alvos, é o maior destaque não só de Hitman 3, como de toda a franquia. Esse último capítulo da saga coroa a exploração e a ambientação que já vimos anteriormente, com mapas ainda mais incríveis e mortes extremamente criativas.

É claro, você pode simplesmente atirar em todo mundo – como esse speedrunner – ou então ir tranquilo, esperar uma brecha, quebrar pescoços e já era. E até vale fazer isso numa primeira aventura, para conhecer os mapas, avançar na história. Mas depois de cada nível, quando aparece a tela de XP e o que você fez/deixou de fazer, é impossível não sentir vontade de “rejogar”.

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Na fase de Dubai, por exemplo, o Agente 47 está no prédio mais alto do mundo e tem dois alvos. É possível matá-los dessas formas mais simples ou, por exemplo, deixando cair algo super pesado em cima de um deles, acertando uma faca em um jogo proposto por outro, dar vinho envenenado… E até usar uma casa de banana (alô, Mario Kart)!

É incrível. De verdade. A variedade de personagens que 47 pode “interpretar” é surreal. O número de roupas que ele pode roubar de quem ele enforca, para vestir e se infiltrar nos locais, é incrível. Fora as soluções super divertidas – como jogar alguém dentro de um gigantesco tonel de vinho.

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Os únicos pontos que podem deixar a desejar são a forma como a história se desenrola – que, apesar dos plot twists, pode ficar um pouco óbvia – e os gráficos dos personagens e cutscenes. Se os cenários e o game design são incríveis, o visual das cenas e dos protagonistas não impressiona tanto; o que pode ser devido ao fato de o título ser crossgen.

Além disso, pode pesar bastante o fato do jogo não ter nenhum tipo de localização para o nosso idioma. Enquanto o anterior tinha, ao menos legendas, este não tem. O que certamente afasta uma boa parcela dos interessados.

Sobre o enredo, ele conclui a trama do Agente 47 com Diana Burnwood e a ICA que foi desenrolada nos últimos dois jogos. Não dá para falar muita coisa além disso, porque seria spoiler. O máximo que podemos dizer, até porque a própria IO Interactive já disse, é que não, esse não é o final de Hitman. Só dessa trilogia.

Imersão Inigualável

Agora, já pensou fazer tudo isso em primeira pessoa, com um óculos de realidade virtual? É uma imersão inigualável nesse tão falado mundo de assassinato. Claro, tem todos os contras do PSVR extremamente potencializados: o suor, o enjoo, a confusão com os fios, o DualShock, o rastreio…

Mas quando dá tudo certo, mesmo que por alguns minutos antes de ter que dar uma pausa, Hitman 3 brilha no PSVR. Esticar as mãos com o controle e “simular” que está enforcando um adversário ou usando o famoso Fiber Wire do Agente 47 é incrível. A perspectiva é diferente, a emoção também.

Hitman 3: vale a pena?

Não é um jogo para qualquer um, mas para o seu nicho, sem dúvidas Hitman 3 vale a pena. Seja para quem jogou os dois primeiros e poderá revivê-los ou para quem ainda não teve essa oportunidade, mas tem uma curiosidade. E até para os fãs de James Bond que já demonstram ansiedade para ver o jogo que essa mesma equipe vai desenvolver para o 007.

Esse é o melhor que o Agente 47 tem a oferecer. Múltiplos destinos, possibilidades infinitas de assassinato e um altíssimo fator replay para quem se diverte com os desafios que só a série da IO Interactive tem. E que bom que ela não acabou. Essa trilogia, sim. Mas não, claramente, essa não é a última vez que veremos o carequinha mais mortal do mundo.

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Um dos primeiros grandes jogos de 2021, Hitman 3 não decepciona. Claro, não é perfeito, especialmente para quem é mais rigoroso quanto à história e pelos gráficos não serem “tão next-gen” assim, principalmente nos personagens. Mas, sem dúvidas, é um começo animador de ano para quem tem um PlayStation 5 e, principalmente, um PlayStation VR.

A Sony parece ter “deixado de lado” o acessório recentemente – talvez por estar fazendo um PSVR 2, compatível bonitinho com o PS5. Contudo, quem investiu nos óculos de realidade virtual e consegue resistir bem aos possíveis enjoos que ele proporciona em um game como esse, vale demais.

Veredito

Hitman 3
Hitman 3

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: IO Interactive

Jogadores: 1

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85 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Mapas enormes e cheios de possibilidades
  • Ambientação incrível em todos os locais
  • Possibilidade de "rejogar" os primeiros títulos da série
  • Alto nível de replay para quem gosta do estilo
  • Versão de PSVR permite uma imersão inigualável
Desvantagens
  • História tem plot twists previsíveis e final "ok"
  • Gráficos dos personagens não impressionam
  • Sem localização para o PT-BR
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Avatar: Frontiers of Pandora
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.