The Last of Us Parte II Remasterizado: vale a pena?
Review

The Last of Us Parte II Remasterizado: vale a pena?

Jogo chega com versão nativa para PlayStation 5 com gráficos mais bonitos e um bom pacote de extras

por Daniel dos Reis

A bem da verdade, as opiniões sobre uma remasterização de The Last of Us 2 não eram lá uma unanimidade. Afinal, o jogo original já conta com uma atualização capaz de oferecer os tão desejados 60 FPS de forma gratuita.

Mas ela está aqui e, quer saber? Valeu a pena experimentar novamente este grande jogo – contando com diversas melhorias visuais, adições de comentários de bastidores, um novo modo de sobrevivência e muito mais.

A grande vantagem, quando comparamos com o remake de Parte I, de 2022, é a oferta de conteúdos adicionais que acabam “justificando” a atualização.

The Last of Us Parte II Remasterizado é mais bonito, tecnicamente mais customizável, mais profundo, enfim… É ”mais” em praticamente tudo. Só não é, claro, mais impactante, porque isso seria impossível. Agora, se essa for a sua primeira vez, melhor ainda. Tirou a sorte de aproveitá-lo em sua melhor forma; a definitiva.

Dualismo

Não vamos entrar nas nuances da narrativa, já fizemos uma revisão completa do game em 2020 (CLIQUE AQUI para ler), e a opinião não mudou uma vírgula sequer. É um jogo nota 100, capaz de testar as suas emoções, colocar em xeque convicções e mostrar como pontos de vista diferentes podem alterar totalmente as perspectivas sobre um mesmo acontecimento.

Ellie sendo segurada por pessoas em The Last of Us Part II
Eventos traumático são o “start” para trama de The Last of Us Part II

Aqui, vamos nos concentrar apenas no remaster, mas ainda assim vale uma sinopse:

Cinco anos após a jornada de Parte I, Ellie e Joel vivem uma experiência do que seria um resquício de vida normal em Jackson, estado do Wyoming, quando um evento traumático coloca a jovem sobrevivente em rota de colisão contra a WLF (Frente de Libertação de Washington), um grupo bem mais parrudo que os quase extintos Vaga-Lumes.

Na busca por justiça, muitas mortes acontecem e a vida de todos os envolvidos muda de maneira radical. Em resumo: A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena.

O lindo em alta definição

A mudança mais evidente é nos visuais. Mais bonito em razão da resolução 4K, melhorias nas texturas, iluminação, desempenho destravado… Tudo que uma remasterização que se preze tem que ter.

Agora, é possível notar detalhes que antes poderiam passar batido, graças ao salto na resolução. Os cenários estão mais nítidos, mais reluzentes, e têm elementos que, embora não sejam de um ray-tracing de ponta, repassam uma sensação de salto gráfico.

Dar zoom nas cenas e observar aquele monte de PS3 com referências aos jogos da Naughty Dog é bem mais interessante. Tudo bem que ninguém paga para ver isso com mais pixels, mas é bacana observar estas pequenas mudanças.

PlayStation 3 e jogos da Naughty Dog em The Last of Part II Remastered
Os detalhes estão ainda mais impressionantes na versão The Last of Us Parte II Remasterizado

O jogo chega com duas opções, modo desempenho e fidelidade. A fidelidade conta com 30 FPS em resolução 4K nativa. O desempenho busca mais quadros (60), com uma resolução também em 4K, mas usando técnicas de upscaling.

Na prática, as coisas fluem melhor do que parece. O Fidelidade consegue se manter acima dos 60 FPS na maior parte do gameplay, com picos de mais de 80 FPS. O Performance se segura bem nos 120 FPS em grande parte da jogatina.

Isso, claro, se você ligar a opção de “desbloquear o FPS” – que, obviamente, também tem um problema: a variação. Ninguém aqui é sommelier de quadros por segundo, mas é possível notar as quedas bruscas em algumas situações que podem interferir no gameplay. Experimente topar um Baiacu, acompanhado de Espreitadores e Estaladores, e ser vencido porque houve uma alteração no desempenho. Não é legal, mas não o fim do mundo.

Ellie admirando escultura de Dinossauro em The Last of Us Part II Remastered
Os gráficos nativos em 4K deixam a experiência ainda mais incrível

Não faria mal ter mais opções gráficas, como as vistas em Marvel’s Spider-Man 2, que permite vários presets no PlayStation 5.

Também vale mencionar o bom uso das opções da resposta tátil e gatilhos adaptáveis. Funções que parecem ter ficado restritas aos jogos first-party. Mais games deveriam aproveitar estes recursos, uma pena.

Sem Volta

O destaque mesmo é o modo Sem Volta, que parece substituir o finado multiplayer. Sabe o excepcional Valhalla adicionado ao God of War Ragnarok? É uma experiência parecida em execução. Sem tanto background narrativo, é verdade, entretanto, bem interessante mesmo assim.

Basicamente, você precisa sobreviver o máximo de tempo possível em cada fase, enfrentando infectados, humanos e outras adversidades. É um excelente modo que certamente vai prender os jogadores e não deve demorar muito para começarmos a ver runs impossíveis no YouTube.

Além de ser altamente punitivo, é imprevisível. Muitos elementos dos níveis são aleatórios (o design das fases em si, não). Os modificadores dão uma camada extra de oportunidades e dinamismo, sendo que cada personagem é único e conta com cenários e caminhos diferentes. As lutas que a Ellie enfrenta são bem diferentes das de Tommy, por exemplo.

Joel do modo Sem Volta em The Last of Us Parte II Remasterizado
Joel é um dos personagens desbloqueáveis do modo Sem Volta.

E não só isso. Armas, upgrades, estilo de jogo e a progressão…tudo muda muito. E como todo roguelike, morreu já era. Tem de recomeçar tudo do zero, sem itens, armas ou conquistas. É um misto de prazer e agonia. Vale cada rejogada. Sem Volta é a melhor coisa que poderia acontecer com a série, ainda que não seja capaz, é claro, de substituir – tanto em tamanho quanto em adesão – um modo Facções.

O ponto alto é a luta final contra um chefão. Mesmo no modo mais fácil, ela é desafiadora e deve ser estudada já na primeira run. Traduzindo: desde a primeira fase você já deve ir conquistando recursos, buscando as melhores armas, distribuindo seus pontos e coletando XP pensando na batalha de encerramento. Ela vai exigir o seu máximo de planejamento e habilidade!

Níveis Perdidos & mais

Outra adição super interessante está no fato de a Naughty Dog ter incluído alguns níveis que ficaram de fora do jogo original. As fases incompletas – e isso tem que ficar bem claro para quem vai jogar – dão ainda mais profundidade à trama.

São três no total: Uma em Jackson, um pouco da festa onde Ellie e Dina dão um beijaço; uma nos esgotos de Seattle, pouco antes da garota chegar ao Hospital, e por fim, uma caçada a um javali, que deveria estar no primeiro trecho da A Fazenda.

Ellie caçando em The Last of Us Parte II Remasterizado
Níveis perdidos contam com explicações dos desenvolvedores.

Elas vão de níveis quase finalizados para outros que faltam animações, sonoplastia e quase tudo. Em cada um deles há comentários dos desenvolvedores explicando os elementos do cenário, dando curiosidades interessantíssimas sobre o processo de desenvolvimento do game e o porque foram cortados da versão finalizada. Não são trechos grandes de gameplay, porém, incrementam o pacote.

Também há skins novas, vídeos de bastidores, mais formas de se tocar violão, autopop para troféus – se o progresso for importado da versão de PlayStation 4 – novas conquistas para o Sem Volta (eles ficam separado dos troféus originais e não atrapalham a conquista da platina), e o mais importante: um preço bem mais competitivo do que o valor cheio pedido em The Last of Us Part I.

Ellie enfrenta um Espreitador em The Last of Us Parte II Remasterizado.
É possível jogar trechos inteiros, quase completos, que foram cortados da versão final.

São versões diferentes, é claro. Uma é um remake de um jogo de quase 10 anos e a outra é remaster de um produto bem mais recente. Mas é sempre importante estar mais alinhado com o que a comunidade está disposta a desembolsar.

The Last of Us Parte II Remasterizado: vale a pena?

Sem dúvidas, sim. Tanto para os que já que jogaram tudo no PlayStation 4 e estão ansiosos para testar o novo modo e ver os extras feitos para os fãs, como para reviver a trama, dessa vez em gráficos em 4K.

Para quem nunca jogou, então, é uma recomendação sem poréns. Definitivamente um dos jogos já feitos.

Ellie sentada de frente ao mar, sozinha, em The Last of Us Parte II Remasterizado.
The Last of Us Parte II Remasterizado nos mostra que a vingança é solitária.

E você talvez já esteja se perguntando: se o original de 2020 recebeu nota 100, por que este não, já que é uma versão melhor? Os motivos são bem objetivos: ainda que ofereça muitos extras, poderia existir mais opções de ajuste de desempenho, mais conteúdos de bastidores… Além disso, alguns bugs simples vieram junto com o remaster, quando poderiam ter sido corrigidos, alguns crashes ao acessar os Níveis Perdidos também acontecem.

Mas nada disso ofusca o resultado final. The Last of Us Parte II Remasterizado é ótimo e merece ser experimentado.

Veredito

The Last of Us Parte II Remasterizado
The Last of Us Parte II Remasterizado

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: Naughty Dog

Jogadores: 1 Jogador

Comprar com Desconto
90 Ranking geral de 100
Vantagens
  • Gráficos em 4K lindos
  • Modo Sem Volta é incrível
  • Níveis Perdidos são belo incremento
  • Mais desbloqueáveis
  • Vídeos de bastidores
  • Upgrade mais acessível
Desvantagens
  • Alguns poucos bugs
  • Poderiam ter mais extras
Daniel dos Reis
Daniel dos Reis
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Jogando agora: Stellar Blade
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