Marvel’s Spider-Man: Miles Morales: vale a pena?
Miles Morales assume o traje de Homem-Aranha com brilhantismo em uma bela estreia no PlayStation 5
Marvel’s Spider-Man Miles Morales não é propriamente uma sequência direta de Marvel’s Spider-Man. Funciona como uma espécie de expansão do universo, exatamente como foi Uncharted The Lost Legacy para Uncharted 4: A Thief’s End.
Mas calma: não o julgue como um simples DLC. É um jogo completo, com boa narrativa, ótimos gráficos, gameplay dinâmico e recheado de atividades secundárias que incrementam sua longevidade.
O grande diferencial é poder sentir, ver e ouvir a nova geração. Jogar suas teias por Manhattan nunca foi tão bonito, veloz e satisfatório. É um excelente cartão de visitas para o PlayStation 5 e um dos jogos que você tem que ter na sua biblioteca inicial.
Seja você mesmo!
E não há como falar dele sem revelar um pouquinho do jogo de 2018. Portanto, se você ainda não experimentou o percursor de Miles Morales, é bom tomar distância deste conteúdo.
O jogo começa trazendo um pequeno retrospecto dos acontecimentos finais do último game, explicando como Miles Morales “ganhou” seus poderes de Homem-Aranha após a morte de seu pai. E a história aposta bastante nessa linha, dando mais profundidade ao personagem, explorando seu passado recente, relacionamentos, amizades e dificuldades enfrentadas.
Mas há pouco tempo para digerir todas as mudanças. A vigilância de Manhattan acaba caindo no seu colo quando Peter, seu mentor, tem de fazer uma viagem para Europa. Cabe ao jovem vestir o traje de Aranha e defender a cidade de muitos perigos, talvez bem maiores que sua experiência.
A história se constrói assim: Miles descobrindo suas habilidades ao mesmo tempo em que tenta se firmar como um novo Spider-Man. E não é fácil. Afinal, substituir Peter Parker deixa um peso nas costas do garoto. Os próprios moradores questionam se esse novo Homem-Aranha defenderá os cidadãos tão bem quanto o primeiro.
No meio de tantas incertezas, Morales ainda se vê envolvido em um conflito com pessoas queridas, revelações inesperadas e o dilema de qual lado ficar no meio de tantas coisas. E como toda criação do universo Marvel, rostinhos dos quadrinhos aparecem no jogo, mas em uma escala muito menor, quando comparado com Marvel’s Spider-Man.
Isso pode acabar frustrando alguns fãs. Não há tantas aparições ou momentos tão simbólicos. O jogo é menor – por volta de 8h a 10h sem contar as atividades secundárias – em narrativa. Não há filler ou toneladas de fan service. Mesmo assim, ele desenrola sua história muito bem, com início, meio e fim dignos, até emocionantes.
Se cumpre um bom papel na narrativa, a localização brasileira ainda conta com… digamos… características esquisitas. Algumas das vozes mudaram, a dublagem ainda insiste em não localizar os nomes dos heróis e vilões e a sincronização labial está atrasada.
Que bonito é…
Marvel’s Spider-Man Miles Morales na nova geração fará você querer um PlayStation 5 “pra ontem”. Os gráficos em alta definição, ray tracing e carregamentos quase instantâneos são de animar qualquer um.
A primeira experiência de sair para o mundo aberto, saltando de um prédio, com uma batida sonora muito bem escolhida, lançando a primeira teia, sentindo o gatilho adaptativo esticar a corda, com o feedback háptico passando pelas mãos… é incrível.
É tudo muito bonito visualmente. Efeitos de iluminação, texturas e detalhes. E finalmente, os consolistas poderão experimentar o tal ray tracing. Ver os reflexos nos prédios, na máscara do personagem, nos espelhos é bacana. Impressiona muito.
Balançar por Nova York está mais fluido do que nunca. Sem engasgos, sem efeitos de pop-in e sem texturas lavadas. Claro, a margem do outro lado do rio Hudson ainda é pobre de efeitos, mas nada que ofusque o título.
As lutas também acompanham o desempenho. Os embates são muito dinâmicos e parecidos com o jogo de 2018, que era muito bom neste aspecto. Miles ainda precisa aprender novas técnicas, desbloquear habilidades, apetrechos e trajes. Exatamente como nas mecânicas do game anterior, mas, novamente, em menor escala.
Não são tantas as skills e recursos, e o destaque fica para as habilidades Venom. Elas causam bastante dano e são a estrutura de combate, já que existe uma barra de energia Venom, que quando completa, permite o uso de um super poder, cura ou dispositivo.
O herói ainda conta com um aplicativo desenvolvido pelo seu amigo Ganke Lee que reúne as atividades e crimes. A conclusão delas rende recursos úteis para desbloquear melhorias para dispositivos, modificações no traje e habilidades.
O jogo também conta com “Habilidades de Desafios”, liberadas após o vencimento de Desafios diversos, o que prolonga sua vida útil, que pode ultrapassar as 20 horas se o jogador optar por correr atrás do troféu de platina. Há também: New Game +, modo foto com dezenas de opções e a tradicional coleta de marcos.
Eu sou o Spider-Man!
Inexperiente, porém determinado, Miles Morales assume seu lugar não como um substituto ao Peter Parker, mas como um novo Homem-Aranha. Consciente das suas origens, suas conquistas e planos para o futuro.
E o PlayStation acaba de ganhar mais um novo herói. Marvel’s Spider-Man Miles Morales não é tão grande – como já era esperado -, por outro lado é um excelente começo para next-gen.
Poderia contar com mais aparições, uma localização para o nosso idioma só um pouquinho mais caprichada e desenvolver melhor alguns arcos com certos personagens (que não vamos contar para preservar a experiência), mas acerta em cheio no alvo.
Em suma, a aventura é bonita, divertida e tem um desempenho técnico excelente – 3 segundos para abrir o jogo a partir dos menus! A nova geração começa com o pé direito no PlayStation 5.
*cópia do jogo oferecida gratuitamente pela PlayStation e assessoria em antecipado.
Veredito
Marvel's Spider-Man: Miles Morales
Sistema: PlayStation 5
Desenvolvedor: Insomniac Games
Jogadores: 1 Jogador
Comprar com DescontoVantagens
- Visuais em 4K
- Carregamentos ultra-rápidos
- Combates intensos e bem divertidos
- Narrativa interessante
- Ray Tracing
Desvantagens
- Tempo de duração
- Localização poderia ser um pouco melhor