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Alone in the Dark: vale a pena?

"Nova visão" do clássico do survival horror do início dos anos 90 é uma ode à experiência de terror nos games

por Thiago Barros
Alone in the Dark: vale a pena?

Há 32 anos, Emily Hartwood e Edward Carnby iniciaram uma misteriosa investigação na mansão Derceto que mudou para sempre a história dos videogames. Nascia ali um gênero survival horror que conhecemos hoje, aclamado em franquias como Resident Evil e Silent Hill. Agora, Alone in the Dark retorna em um contexto bastante diferente.

Quando o original foi lançado, por exemplo, o PlayStation sequer existia. Hoje, estamos na sua quinta versão – a mais robusta e poderosa de todas. Então, a THQ Nordic teve que investir muito para que esta “nova visão” de um clássico fizesse jus ao seu legado. Apostou em uma jogabilidade moderna, maior duração da aventura e ajustes no roteiro.

Além disso, trouxe para interpretar os protagonistas referências da TV mundial: Jodie Cormer, de Killing Eve, e David Harbour, de Stranger Things, ajudam a levar a experiência para um outro nível. De inspiração a inspirado, o novo Alone in the Dark é uma jornada obscura pelo terror psicológico.

Afinal, o que é real e o que está só na nossa cabeça?

O título será lançado oficialmente nesta quarta-feira, 20 de março, para PS5, Xbox Series e PC, com a pré-venda disponível na PS Store dando 10% de desconto para assinantes PS Plus. Confira abaixo como foi a experiência do MeuPlayStation com ele.

Alone?

Sabe aquela história de ter dois protagonistas com histórias similares, mas cutscenes diferentes, que você pode escolher para controlar? Muita gente acha que Resident Evil fez uma inovação de milhões com isso. Mas tudo começou com Alone in the Dark.

Alone in the Dark tela de título

O título da Capcom melhorou o conceito, que alcançou o seu ápice em GTA V, mas Emily e Edward já faziam isso em 1992. E fazem tudo de novo em 2024. Ainda totalmente separados, sem haver qualquer troca de comando na mesma sequência de história, mas trazendo a dinâmica de ver a história dos assustadores eventos em Decerto por dois pontos de vista totalmente diferentes.

Então, apesar do título do jogo, não, você não está sozinho.

Especialmente porque Alone in the Dark tem personagens bem interessantes. A história é curtinha, dura cerca de dez horas, então talvez nem dê muito tempo de se apegar tanto a eles, porém a construção e as características de cada um são bem desenvolvidas, ainda mais com os itens colecionáveis que o jogador pode ir pegando pelo caminho.

Em suma, a história gira em torno da mesma investigação do game original: Emily Hartwood e o detetive particular Edward Carnby vão até essa mansão misteriosa, que é um asilo para pessoas com problemas de sanidade mental, para averiguar o sumiço do tio dela, Jeremy. Lá, eles conhecem diversos pacientes que interagem durante a aventura.

Uma delas é Grace, menininha que estrela o prólogo gratuito do jogo, onde ela fica encarregada justamente de enviar uma carta de Jeremy para Emily. A partir daí, uma série de eventos em que realidade e sobrenatural se misturam fazem com que você coloque em dúvida cada segundo que passa no game.

Dark!

Agora, se você não está lá muito alone durante sua jornada em Derceto, certamente vai se encontrar no dark.

Isso aqui é verdade? O que aconteceu com esse personagem? Ué, o que é isso? Perguntas, perguntas, perguntas. Aos poucos, algumas respostas aparecem, outras você tem que deduzir, e no fim das contas, pode ser que até mesmo quando os créditos passarem, você ainda tenha diversas questões na sua cabeça.

Alone in the Dark pode ser tenso!

Tudo porque a narrativa e a jogabilidade são feitas, realmente, para te confundir. Há puzzles que são de um lado da casa e precisam de uma pecinha que está em um cômodo totalmente na região oposta, por exemplo. Dicas que só são liberadas se você realizar uma determinada ação. Enfim, tudo o que um bom jogo de investigação tem que ter.

Sim, jogo de investigação. Porque Alone in the Dark, claro, é um survival horror na sua essência e, sim, tem vários momentos de jump scares e, principalmente, sequências onde o terror psicológico é a principal arma. Sem falar nos momentos em que só a história que está sendo contada já mexe com a sua cabeça.

Primeiramente, é tudo sobre investigar o que aconteceu com Jeremy e que loucura é essa vivida em Derceto. Para isso, independente de qual personagem você escolha para controlar, há uma jogabilidade relativamente simples, porém viciante.

Alone in the Dark com duas perspectivas

Conforme você vai explorando a casa, vai descobrindo itens que precisam ser usados nos quebra-cabeças e também armas e munições, que serão fundamentais para quando você tiver que enfrentar as criaturas sombrias e animalescas que aparecem nos momentos em que realidade/ilusão se confundem.

Tudo é gerenciado por um menu bem simples, onde as pistas podem ser vistas e revistas, além de colecionáveis chamados de Regalos, estes divididos em 15 sets de três peças cada. Cada um deles dá um “bônus” diferente, seja liberar uma nova arma ou então um texto com detalhes sobre algo relacionado ao game.

A Mansão Derceto é gigante e, já que estamos brincando com as palavras, ela não tem nada “de certo”. A cada porta, pode haver uma surpresa. Então, o gameplay é, de uma maneira básica, justamente explorar os cômodos da casa, buscando pistas e fazendo a interação com um mundo sobrenatural que te faz relembrar momentos importantes.

Alone in the Dark

Algo muito bacana é como estas transições são feitas. Muitas vezes, pegando o jogador de surpresa. Trazendo novos ambientes para o jogo, interpretações diferentes para os locais que pareciam “normais” e por aí vai. Revelar muitos detalhes aqui talvez seja dar spoilers, então vamos evitar.

Alone in the Dark: vale a pena?

Mas pode ter certeza de que a ambientação, a narrativa e a trilha sonora fazem um combo ao mesmo tempo assustador e “divertido” para quem curte o gênero.

Alone in the Dark é exatamente aquilo que se propõe: uma nova visão para um clássico, que inspirou e hoje é inspirado pelo que há de melhor no survival horror. Infelizmente, há probleminhas de desempenho, principalmente pequenos bugs e glitches, além de gráficos que não impressionam. De resto, porém, é uma experiência extremamente válida.

Pode ser curtinho, mas pelo estilo de jogo e pelo desenrolar dos fatos, a duração não teria como ser mesmo muito maior. No fim das contas, é justo. A única questão é que o preço talvez seja um pouco mais caro do que deveria. Pode valer esperar uma promoção, mas não deixe passar, especialmente se gosta de terror psicológico.

Veredito

Alone in the Dark
Alone in the Dark

Sistema: PlayStation 5

Desenvolvedor: THQ

Jogadores: 1

Comprar com Desconto
81 Ranking geral de 100
Vantagens
  • História intrigante, com narrativa envolvente
  • Puzzles desafiadores e boas mecânicas de gameplay
  • Terror psicológico e de sobrevivência muito bem construído
  • Trilha sonora imersiva e assustadora
  • Ambientação incrível
Desvantagens
  • Problemas com otimização e desempenho
  • Movimento de corrida poderia ser mais "real"
  • Custo-benefício não é dos melhores
Thiago Barros
Thiago Barros
Editor-Chefe
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Jogando agora: Silent Hill 2
Jornalista, teve PS1, pulou o 2, voltou no 3 e agora tem o 4, o 5 e até o PSVR. Acha God of War III o melhor jogo da história do PlayStation.