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Apesar das críticas, Ubisoft não desistirá do mercado de NFTs: “levará tempo”

Didier Genevois, diretor técnico de blockchain, disse que considerará a opinião dos players, mas seguirá com o sistema ativo

por Vítor Amorim Heringer
Apesar das críticas, Ubisoft não desistirá do mercado de NFTs:

No dia 7 de dezembro, a Ubisoft anunciou sua entrada no mercado de NFTs a partir do sistema “Quartz”. Chamados “Digits” pela publisher, os itens estrearam em Ghost Recon: Breakpoint (PC). Os jogadores e os próprios devs da editora criticaram a ação da empresa. Apesar da má recepção, a companhia não desistirá dos ativos digitais.

Em entrevista ao site Decrypt, Didier Genevois, diretor técnico de blockchain da Ubisoft, disse entender a preocupação dos fãs e considerará todas as opiniões para o seguimento do modelo. Além disso, destacou ser uma “grande mudança que levará tempo” e seguirá os princípios estabelecidos.

Recebemos muito feedback desde o anúncio e ouvimos tanto o incentivo quanto as preocupações. Entendemos de onde vem o sentimento em relação à tecnologia e precisamos levar isso em consideração em cada etapa do caminho. Esta experiência visa compreender como a proposta de valor da descentralização pode ser recebida e adotada por nossos jogadores. Sabemos que é uma grande mudança que levará tempo, mas permaneceremos fiéis aos nossos três princípios.

Os princípios citados por eles são: “usar a tecnologia com responsabilidade e construir um ambiente seguro”, “aproveitar apenas itens com eficiência energética” e “focar em propostas de valor significativas para jogadores que beneficiam sua experiência de jogo”.

Seguindo com as etapas para adentrar o mercado de ativos digitais, Genevois também anunciou uma parceria entre a Ubisoft e a Aleph.im para fornecer armazenamento para os seus NFTs.

NFTs da Ubisoft - Quartz e cosméticos de Rainbow Six
Itens de NFTs de Ghost Recon: Breakpoint não foram bem recebidos. Fonte: Ubisoft

Afinal, o que são os NFTs?

O NFTs são ativos digitais chamados de “tokens não fungíveis”, ou seja, são itens únicos que não são equivalentes a nenhum objeto. Além de conteúdos em jogos, quadros digitais, músicas, memes, fotos, vídeos e posts em redes sociais podem virar NFTs.

Uma pessoa que adquire um token não fungível recebe um certificado digital como o detentor de um determinado item. O código faz parte do blockchain, banco de dados público e imutável. O ativo, por ser único, é valorizado e pode ser vendido por altas quantias.

A principal crítica em relação aos jogos é tornar a “arte” dos games como um mercado de criptomoedas, onde a diversão não é mais o centro, mas, sim, a comercialização de NFTs — algo que até estimularia a prática de fraudes e tornar o ambiente dos títulos não receptível, principalmente para menores de idade.

Além disso, como o próprio diretor técnico de blockchain da Ubisoft afirmou, existe uma preocupação com o meio ambiente em relação ao uso de NFTs, por conta da quantidade elevada de tecnologia para sua utilização. Por exemplo, segundo estimativa da Universidade de Cambridge, os Bitcoins — outro ativo digital — utiliza, anualmente, a mesma quantidade de energia fóssil que a Argentina.

Apesar disso, muitos veem os tokens não fungíveis como o futuro do investimento ao lado de Bitcoins.

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